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domingo, 12 de setembro de 2010

Aperto de mão e longevidade

Não posso afirmar categoricamente, mas um dos maiores objetivos dos seres humanos é viver muitos anos com saúde. Conceitos universais bastante apetitosos para muitos de nós, mas também para a gente interessada em ganhar dinheiro. Basta ver os produtos e atividades à venda com esse fim, que pululam por todo o lado. Dinheiro em caixa garantido. Este desabafo tem a ver com a publicitação de certos trabalhos. Fico um pouco baralhado, porque podem criar estereótipos estúpidos ou reforçar a imbecilidade.
Foram avaliados a força do aperto de mão, a velocidade com que nos deslocamos a pé, a rapidez com que nos levantamos de uma cadeira e a capacidade de aguentarmos estar de pé numa perna com o estado de saúde e a longevidade. Resultados? Os autores concluíram que os que dão apertos de mãos muito fortes vivem mais! Os que caminham mais rapidamente vivem mais que os lentos. Os que saltam, literalmente, de uma cadeira, também. Por último, os que aguentam mais tempo de pé numa perna fazem, também, inveja, em termos de duração de vida, aos “desequilibrados”. O trabalho não fica por aqui, porque quantificam tudo, ao ponto de afirmarem que por cada aumento de um quilo de força no aperto de mão a sobrevivência aumenta três por cento. Os que andam a uma velocidade superior a um metro por segundo tem mais vantagens do que os lentos cuja taxa de mortalidade é 2,8 vezes superior aos mais rápidos. Os autores concluíram que o uso desta tétrada permite avaliar de uma forma rápida, simples e barata o nosso estado de saúde e o risco de mortalidade futura.
Ao longo da minha vida tenho-me deparado com alguns gajos meio loucos a quem gostaria de evitar dar um aperto de mão, não por falta de respeito ou de educação, mas porque são perigosos. Perigosos? Os meus ossos da mão direita que o digam. Queixam-se dolorosamente nessas circunstâncias, ao ponto de me encolher todo e ficar com a sensação de estarem partidos. Agora, se lerem estes dados, ainda corro o risco de ver algum deles a pular que nem um canguru da cadeira, correndo em passo acelerado para me cumprimentar com o seu tradicional aperto de mão, reforçado com mais uns valentes quilos, anunciando-me a boa nova: - Oh senhor doutor, já sabe que as pessoas que dão um bacalhau forte como o meu vivem mais? Enquanto ouço esta explicação - já estou a sentir o suplício do aperto, reforçado quer em força, quer em tempo -, terei de ensaiar formas de escapar à tortura: - Pois é, parece que sim, mas é preciso também saber se aguenta muito tempo de pé numa das pernas. Veja lá se consegue. A minha esperança é que o bruto não tenha muito equilíbrio e que, por esse motivo, possa libertar a minha mão, caso contrário estou tramado...

3 comentários:

Catarina disse...

Ahahah!
E eu a pensar que um forte aperto de mão indicava determinação, personalidade bem definida, grande auto-confiança... : )
Mas esse novo estudo é para ser considerado, sim senhor. Vamos imaginar duas pessoas de meia idade, homem e mulher, por exemplo, que se acabaram de conhecer e que sentem que este ou esta é o homem ou a mulher para segundas núpcias. Ele é ricalhaço. Ela nem tanto. Primeiro aperto de mão. De certo que ela irá prestar muita atenção a esse aperto de mão para fazer as suas contas...

Bartolomeu disse...

;))))
Como sou ingénuo... veja lá Catarina, que eu estava inteiramente convencido que o aperto de mão, é o resto, o que sobra de uma forma ancestral de reconhecer no outro os instintos com que vem e ao que vem...

Catarina disse...

Pois é, caro Bartolomeu. Chega o caro Prof com as suas crónicas e desfaz todos os mitos.