As inscrições em licenciaturas passam a representar menos de metade do total dos novos inscritos nas Universidades, devido ao crescimento dos mestrados, mestrados integrados e doutoramentos, segundo dados do Governo apresentados na Separata do Público-Ensino Superior, Edição de hoje, 12 de Setembro.
É certo que isto sempre foi um país de muitos chefes e poucos índios. Não tarda, ficam só Chefes. Doutorados e Desempregados. Mas a encherem as estatísticas gloriosas de Sócrates e Mariano Gago.
6 comentários:
É assim que deve ser, caro Pinho Cardão. Pessoas a estudarem para aspirarem a ser chefes, não pessoas a mandar trabalhos de inglês técnico durante o fim de semana ou a ter juízes de direito com licenciaturas das boas que não sabem imprimir um documento.
É que as chamadas licenciaturas pós-Bolonha mais parecem bacharelatos. Quando me licenciei em engenharia o curso tinha 6 anos. Depois diminuíram para 5. Ainda fiz a parte escolar dum mestrado, o que me levou (muitos anos mais tarde) mais 1 ano. Agora ou se faz o mestrado integrado ou só se fica pelos antigamente chamados "preparatórios", que de engenharia nada têm. Noutros cursos, com variantes, passa-se coisa semelhante. Claro que quem quer ficar com uma preparação para fazer qualquer coisa, tem de se atirar ao mestrado. Na prática, licenciaturas é coisa que já não há.
Caro Tonibler:
O meu amigo entendeu bem o que pretendi dizer...Mas olhe que há muitos doutoramentos em inglês técnico, normalizado e copiado.
Caro freire de Andrade:
Mudam-se os nomes...
Caro Pinho Cardão,
Pela primeira vez na história vejo as universidades públicas a mexerem-se, a criarem oferta de mestrados de acordo com aquilo que os alunos querem, e não para formarem bolseiros, e a criarem doutoramentos para formarem cientistas, não para acabar com eles.
Vejo-os a telefonar aos antigos alunos a vender esses mestrados e os antigos alunos a comprarem. Vejo gente com 40 anos a voltar a estudar e a fortalecer-se profissionalmente.
Não vejo em que é que isto é mau. Nem no que é que isto é Sócrates, atendendo que este é o esquema usado em todo o mundo civilizado e que passou a ser usado em toda a Europa.
Há algum toque do Mariano Gago na forma em como as Universidades foram postas a mexer, mas só. O resto foi quase tudo imposto por Bruxelas.
Que eu saiba, os mestrados deixaram de existir, tendo sim mudado o nome às antigas licenciaturas (e bacharelatos, que agora já não apresentam o estigma desse nome menorizante, passando a ser identificados como "licenciaturas").
Com este passe de mágica, "vendem-se" uns mestrados a bom preço para quem já tinha uma licenciatura das antigas. Ou seja, em termos de "densidade" de conhecimento, ficam basicamente na mesma. Banha da cobra? Nahhh, é a educação (só-cretina), estúpido!
Se dividimos as licenciaturas em duas partes, parece lógico que as estatísticas se ajustem - o problema é que quem anuncia a novidade conta que o nosso "chip" ainda esteja na realidade antiga, sempre faz mais efeito!
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