No passado dia 30 de novembro, o Centro Nacional de Cultura homenageou muito justamente Manuel Vilhena de Carvalho. Conheci Vilhena de Carvalho na ASDI. Um grande jurista, poeta, Homem em permanência hipnotizado pelas letras, o deputado tranquilo, sempre escutado em silêncio pelos seus pares como bem fez notar Guilherme d´Oliveira Martins, pelo cuidado que punha nas palavras ditas no Plenário, nunca sobre assuntos menores ou paliativos políticos. A sua persistência dobrou a minha resistência em compreender Fernando Pessoa, ele, que sempre desvendava uma peça do seu vastíssimo espólio pessoano para acrescentar ao profundo conhecimento que tinha da obra.
Revejo-o no tempo da política feita de muita generosidade. Com Magalhães Mota, Artur da Cunha Leal, Sousa Franco, também já desaparecidos, e muitos outros que foram paulatinamente descobrindo que as ambições não resistiam à impediedade da nossa realidade.
Fui, de facto, marcado pela sorte de ter conhecido homens destes...
3 comentários:
É bom recordar quem nos marca, para poder "marcar" os outros...
Verdadeiros sociais-democratas, não certa tralha que circula desde há algum tempo na política, como a «tralha barrosista», a «tralha santanista» e, agora, a «tralha passista».
É que, ao contrário do que alguns nos querem fazer crer (aqui no 4R também), não houve apenas a «tralha guterrista» e a «tralha socratista».
E o pior é que estamos a caminho da «tralha segurista».
Que destino é o nosso que nos tem brindado com tralhas cada vez piores?
É de facto uma sorte cruzarmos-nos na vida com pessoas que nos demonstram que é possível pensar e agir de acordo com padrões exigentes, ainda que, infelizmente, não sejam esses que merecem referências na pressa de todos os dias. Mas são eles que marcam, e que persistem.
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