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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Para quê? Para nada.



Para quê? Para nada. Tudo termina e um dia o descanso surgirá finalmente, um descanso que só se alcança depois de ultrapassar o extenso deserto da ansiedade. Até para descansar é necessário caminhar sobre vidros do sofrimento. Para quê? Para nada. Apontam-nos e acenam-nos com ilusões, só ilusões, porque a esperança é feita desse tecido imaginário. Os que acreditam ainda conseguem iludir a dor, mas não deve ser por muito tempo, porque o seu fundo sabe que tudo não passa de uma fantasia sem interesse e sem razão. Não há razão que justifique tamanha incerteza e nem há pensamento que explique a vida, nada faz qualquer sentido, apenas durante o tempo em que conseguimos iludir-nos a nós próprios, mera e passageira fantasia que se esgota no próprio tempo, cínico e falso companheiro de todos os minutos da existência. Para quê? Para nada. Mais valia adormecer para sempre embrulhado em sonhos de fantasmas, sempre seria mais consentâneo com a realidade e com o desejo. Não se entendem? Para quê entendê-los? Para nada, mas mesmo assim o melhor seria mudar para esse mundo, onde confundimos tudo e onde somos confundidos. Uma existência embriagada, onde apenas os sentidos e as emoções vivem, saltitando, modificando-se ao seu sabor, independentes da vontade e da razão. Uma espécie de limbo, limbo da existência, pronto a apagar-se sem darmos conta de que existimos. O melhor seria viver nesse mundo. Para quê? Para nada.

 (Escrito no meu espaço especial...)

1 comentário:

jotaC disse...

Caro Professor,
Deixou-me um pouco angustiado...