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segunda-feira, 1 de agosto de 2005

Caxemira- de paraíso a inferno


shikara


É o Estado mais a norte da Índia, fazendo fronteira com o Paquistão e com o Tibete. Na Índia, é o único Estado onde predomina o islamismo.
Srinagar, a denominada capital de verão de Caxemira, tem tudo para ser um paraíso: uma paisagem deslumbrante, ora calma, junto aos lagos e canais, ora agitada nas suas montanhas, que preanunciam os Himalaias.Nos lagos, o meio de transporte típico são os "shikaras", barcos pequenos, muito decorados, manobrados por um barqueiro com um remo em forma de coração.Disputam os turistas, e uma viagem é emocionante, pela paisagem e pelas constantes abordagens de outros "shikaras", com vendedores dos artefactos locais, prontos a fazer negócio, custe o que custar!...

O Vale de Caxemira, que o avião sobrevoou, é um deslumbramento, visto do ar.
Mas a chegada é pesada, com um ambiente bélico visível em todo o lado: abrigos no aeroporto, presença obsessiva de soldados armados de 50 em 50 metros, ao longo da estrada que liga o aeroporto à cidade, barreiras na estrada, arame farpado, barreiras de sacos de areia à entrada dos principais edifícios públicos e hotéis, presença de tropa armada por todo o lado.
Apesar de tudo, apesar do conflito, agora suspenso, com o Paquistão, apesar dos atentados quase diários (durante a minha estadia de 15 dias na Índia, dois ministros foram alvejados em Caxemira e atentados houve vários, com mortes), há muita gente que persiste na tradição de passar férias em Caxemira, onde se vê uma enorme quantidade de hotéis.
Mas o “chique” do turismo de Caxemira são as casas flutuantes, faustosas no seu tempo de glória, antes da guerra, com salas de estar esplendorosas de tapetes e bordados, e com uma equipa de empregados, mordomo, cozinheiro e ajudantes, prontos a oferecer uma boa estadia ao visitante.
Estão agora bastante degradadas, mas o pessoal é afável e diligente.
Como seria diferente Caxemira se o dinheiro gasto na guerra fosse investido no turismo e no desenvolvimento!...

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