A circuncisão é uma prática muito antiga, mais antiga do que os mais antigos registos escritos conhecidos. Desconhece-se quais as razões que estiveram na origem deste tipo de mutilação. É provável que uma delas se prenda com o conceito de “sujidade” ligada à sexualidade. Deste modo, a circuncisão seria uma forma de purificação dos indivíduos e da própria sociedade ao limitar e a reduzir a sexualidade e o prazer sexual. O impulso sexual, sendo muito forte – o que é natural para que uma espécie se possa perpetuar – é também fonte de conflitos sociais, pelo que deverá ter havido algum “pensador” que considerou ser uma boa ideia a redução do mesmo. Vai daí e zás! Prepúcio fora, no caso do homem e do clítoris no caso da mulher, sem interferir na capacidade de procriar. Claro que para outros, não hesitou em castrá-los, reduzindo desta maneira a competição inter pares!
Alguns povos adoptaram esta prática como um ritual religioso. No caso dos judeus, constitui de tal forma uma marca que, durante a perseguição nazi, era suficiente para os considerar como tal. Provavelmente, muitos gentios que foram circuncidados, por razões médicas, acabaram, também, nalgum forno crematório.
Já os gregos e, sobretudo, os romanos tinham um elevado apreço pelo prepúcio, de tal modo que, estes últimos acabaram por elaborar legislação no sentido de proibir a prática. É muito provável que tivessem identificado o tecido mais erógeno do homem. Podemos afirmar que os lábios, as pontas dos dedos e o prepúcio são as três localizações mais específicas e ricas para a prática da arte de Eros.
As afirmações de que os circuncidados sofrem menos de cancro peniano e de doenças sexualmente transmissíveis assim como o facto das companheiras correrem menos risco de cancro do colo do útero têm sido postas em causa, falando na perspectiva de efeitos benéficos dos mutilados “prepucianos”.
Esta análise foi despertada pela divulgação de um estudo epidemiológico realizado na África do Sul no qual se constatou que a circuncisão masculina reduz dramaticamente o risco de contrair infecção pelo HIV. A prática chega a oferecer protecção da ordem dos 65%. Alguém já comentou que os resultados são “extremamente excitantes” e que a extracção cirúrgica do prepúcio é “essencialmente uma vacina anatómica para a vida”.
Sendo África o mais atingido dos continentes pela praga do HIV é compreensível a aplicação de medidas adequadas ao seu controlo. Mas, será que a divulgação da prática da circuncisão seria um bom contributo para a solução? Para já as condições da sua realização deixariam muito a desejar – como é evidente – e, além disso, seria uma forma de mutilar indivíduos que não me parece ser correcta. Existe um movimento de luta contra a mutilação genital feminina e agora teria de ocorrer um movimento para extrair os prepúcios dos africanos. Não iríamos legitimar a malfadada prática da excisão clitoriana? Não estaríamos a contribuir para a perpetuação do conceito de “sujidade” da sexualidade e da necessidade de uma purificação? Deixem o prepúcio em paz! Afinal, tem funções muito importantes…
Alguns povos adoptaram esta prática como um ritual religioso. No caso dos judeus, constitui de tal forma uma marca que, durante a perseguição nazi, era suficiente para os considerar como tal. Provavelmente, muitos gentios que foram circuncidados, por razões médicas, acabaram, também, nalgum forno crematório.
Já os gregos e, sobretudo, os romanos tinham um elevado apreço pelo prepúcio, de tal modo que, estes últimos acabaram por elaborar legislação no sentido de proibir a prática. É muito provável que tivessem identificado o tecido mais erógeno do homem. Podemos afirmar que os lábios, as pontas dos dedos e o prepúcio são as três localizações mais específicas e ricas para a prática da arte de Eros.
As afirmações de que os circuncidados sofrem menos de cancro peniano e de doenças sexualmente transmissíveis assim como o facto das companheiras correrem menos risco de cancro do colo do útero têm sido postas em causa, falando na perspectiva de efeitos benéficos dos mutilados “prepucianos”.
Esta análise foi despertada pela divulgação de um estudo epidemiológico realizado na África do Sul no qual se constatou que a circuncisão masculina reduz dramaticamente o risco de contrair infecção pelo HIV. A prática chega a oferecer protecção da ordem dos 65%. Alguém já comentou que os resultados são “extremamente excitantes” e que a extracção cirúrgica do prepúcio é “essencialmente uma vacina anatómica para a vida”.
Sendo África o mais atingido dos continentes pela praga do HIV é compreensível a aplicação de medidas adequadas ao seu controlo. Mas, será que a divulgação da prática da circuncisão seria um bom contributo para a solução? Para já as condições da sua realização deixariam muito a desejar – como é evidente – e, além disso, seria uma forma de mutilar indivíduos que não me parece ser correcta. Existe um movimento de luta contra a mutilação genital feminina e agora teria de ocorrer um movimento para extrair os prepúcios dos africanos. Não iríamos legitimar a malfadada prática da excisão clitoriana? Não estaríamos a contribuir para a perpetuação do conceito de “sujidade” da sexualidade e da necessidade de uma purificação? Deixem o prepúcio em paz! Afinal, tem funções muito importantes…
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