Em fim de campanha é essencial dar o braço a torcer - aprende-se muito nestas andanças pelos concelhos, mesmo que muito desse tempo e desse esforço nos pareçam exagerados. A realidade do terreno, os casos concretos, os relatos dos que se envolvem nos projectos e os realizam, fazem muitas vezes parecer ridículos e enfatuados os discursos dos que são ouvidos. Sim, porque são quase sempre os mesmos que são ouvidos, sejam da oposição ou do Governo, são os protagonistas políticos que servem sempre de filtro à realidade das coisas. E, no entanto, visitar uma instituição que se dedica aos reformados e idosos de uma freguesia perdida no meio dos montes; ou ver o trabalho notável de integração social de jovens de bairros de realojamento, prevenindo o que devia ser óbvio mas que não contou quando se decidiu no papel e se fez a cerimónia de entrega de chaves pela televisão; ou dar com piscinas municipais onde se investiram milhares de contos votadas ao abandono, pouco depois dos foguetes e louvores da inauguração; e ouvir prometer mais e melhores piscinas onde não há sequer saneamento básico; ou, ou, ou... seria sem dúvida muito mais interessante e esclarecedor sobre as misérias e tesouros do nosso país. Se calhar não havia tanto pessimismo. Se calhar não se tolerava tanto desleixo. Se calhar os bons exemplos eram mais do que os maus, que nos são apontados até à exaustão. E, se calhar, dava-se um pouco de estímulo aos que fazem, se preocupam, se agregam por uma razão que os mobiliza.
Talvez se criasse um novo interesse pela política se se mostrasse mais a realidade e se falasse menos de teorias.
5 comentários:
Cara Suzana Toscano
Permita-me que faça minhas as palavras do comentário de Pinho Cardão que lhe são dirigidas. Também eu gostarei de poder dizer quanto admiro a Presidente da Assembleia Municipal de Loures. Ao trabalho.
Ao trabalho! Vá, vá, tudo a andar!
E quando for Presidente da Assembleia, lembre-se de uma coisa; a teoria não lhe servirá de nada se não tiver a capacidade de implementação.
Vai tudo correr bem.
Aos amigos da IV República que vão a votos, os votos dos melhores resultados.
António Alvim
Meus caros amigos, é muito bem vindo esse vosso suplemento de alento para o último dia de campanha!E, depois de vos ler, já nem me lembro das vezes que hesitei ou que preferia desistir. Agora só me lembro dos momentos de alegre convivência, de hostilidades transformadas em companheirismo e das pessoas a dizerem que confiam em nós. Sou eu que tenho muito orgulho em ter recebido as vossas mensagens. Boa sorte também, para os que concorrem e para os que confiam.
Obrigada Vacodagama, mas olhe que, se há coisa francamente compensadora em fazer campanha é vermos com os nossos olhos que ainda há muita gente com esperança em que é possível melhorarmos. Essas apreciações negativas de que fala só nos fazem realmente mal se nos deixarmos desanimar por isso.
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