Mário Soares, como fundador do PS, antigo Primeiro-Ministro e antigo Presidente da República e também devido às teias que, como patriarca, foi tecendo, tem uma influência grande no Partido.
Alguns Secretários Gerais, desde Constâncio a Guterres souberam-no bem, e não pelos melhores motivos!...
Sócrates também já provou algum desse fel, quando teve João Soares, bem apoiado pelo Pai Soares e seus “compagnons de route”, como adversário para Secretário - Geral do Partido e continua a provar algumas das suas picardias.
Jorge Coelho é geralmente considerado o todo poderoso homem do aparelho e sem o qual nada se decide no Partido Socialista e, consequentemente, no Governo.
E, se o Governo decide em contrário, evidentemente que leva!...
Manuel Maria Carrilho é um problema de sempre: apoia e não apoia Guterres, apoia e não apoia Soares, está e não está com Sócrates!...
Não esteve com Sócrates na luta deste para Secretário- Geral, esteve com Sócrates para ser candidato a Lisboa e deixou de estar, quando, na noite das eleições, lembrou a Sócrates que também era tinha responsabilidades na derrota, ao agradecer-lhe a confiança depositada!...
Ora Sócrates conhecia o perfil de todos estes seus camaradas e amigos.
Então lá terá pensado qual a melhor maneira de se desembaraçar de todos eles!...
E, se bem pensou, melhor o fez!...
Aceitou a candidatura presidencial de Mário Soares: perdendo as eleições, terminaria certamente o seu fulgor político e deixaria de embaraçar o Governo e o Partido.
Aceitou a candidatura autárquica de João Soares: perdendo mais umas eleições, ficaria desacreditado, deixaria de ter os apoios que ainda lhe restavam e Sócrates resolvia mais um problema.
Aceitou que Jorge Coelho fosse o Coordenador Autárquico de umas eleições difíceis, certamente para perder, e que também fosse Candidato à Assembleia Municipal de Sintra: perdidas as eleições, o espaço de manobra diminuiria drasticamente.
Aqui, Sócrates jogou mesmo em dois tabuleiros e ganhou!...
Aceitou que Manuel Maria Carrilho fosse candidato a Lisboa: aqui foi como jogar no totoloto, depois dos desafios efectuados!...
Irado com Sócrates, seu adversário no PS, pelo seu apoio a Soares, Alegre candidatou-se, caindo no laço eleitoral.
Com a sua previsível derrota, mais um adversário no tapete!...
Em ousados golpes de génio, Sócrates livrou-se dos principais adversários, cortou os ímpetos a outros e está perto de atingir o pleno!...
Com isso, estendeu a Cavaco a tal passadeira para Belém!...
Porque é com Cavaco que Sócrates se poderá entender e nunca com os esquerdismos ultrapassados de Manuel Alegre!...
Um génio, Sócrates?...Ou mera teoria da conspiração?...
4 comentários:
Caro Pinho Cardão
De génio, é o seu post; para o Sócrates, fico com a teoria da conspiração.Mas duvido da passadeira vermelha para Belém, porque olho e só vejo um tapete voador...
Concordo com Crack quanto à alocação do génio ao Pinho Cardão, o resto é ficção. Mas, quanto à passadeira vermelha, vamos vê-la de certeza...
Nem génio, nem teoria da conspiração, pareçe-me mais uma situação do tipo arábe:
a realidade é mais prosaica do que se imagina, o desenlaçe final sucede mais tarde do que se supõe e o desfecho é completamente diferente do que se tinha imaginado.
Cumprimentos
Caro P Cardão
Não era por este caminho que queria entrar mas, lá vai:
Quando o cidadão Mário Soares anunciou a sua candidatura sempre pensei que iria conseguir os 40 % do votos.
Para tal bastava negociar com o Arquimandrita ortodoxo, Jerónimo, e comprar com alguns marevidis, as tribos nómadas que encontraria pela caminho (BE).
Os velhos das tribos estão em saldo (e baratos); os novos sempre acharam que seria um bom califa (ou um califa fixe).
Enganei-me, o Arquimandrita não consegue segurar os fiéis e os velhos,podem estar em saldo (aliás, acho que são grátis), mas, o novos, querem que um deles seja califa no lugar do califa.
Recorda-lhe algo?
Cumprimentos
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