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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A água amarga do Freeport

De enaltecer e louvar a reacção do PSD ao caso Freeport, envolvendo José Sócrates, não procurando daí retirar benefícios políticos: à justiça o que é da justiça, à política o que é da política. Não deve a política antecipar-se ao que a justiça não concluiu.
Neste campo, aparte uma ou outra excepção que confirma a regra, a atitude do PSD tem-se pautado sempre por alguma moderação, ao contrário dos hábitos de outros partidos, nomeadamente do Partido Socialista. Para não ir mais longe, recordam-se todas as violentas e continuadas campanhas do PS para a demissão de Paulo Portas de Ministro da Defesa, no caso Moderna, toda a campanha contra Carmona Rodrigues, ou contra Fontão de Carvalho, mesmo antes de serem constituídos arguidos ou contra Santana Lopes, seja pela atribuição de casas da Câmara ou da urbanização do Parque Mayer. Quando se trata de obter benefício político, qualquer indício tem servido para o efeito.
Esquecendo-se do provérbio de que ninguém pode dizer que desta água não beberei.
A mesma água que friamente serviu a outros está agora a bebê-la, bem amarga, até à última gota!...
Oxalá Sócrates possa brevemente ultrapassar esta difícil situação, com honra para si próprio e sem indignificar país!...

10 comentários:

Carlos Sério disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bartolomeu disse...

É verdade tudo o que diz, caro Dr. Pinho Cardão, em matéria de ética, o PS tem demonstrado possuir um grande défice. Contudo, no contexto actual, se por ventura o PSD, jogasse do mesmo modo que o PS tem feito, correria o risco do primeiro ministro, evocando falta de condições para governar, se demitir, demitindo o governo. O que poderia ser um desastre maior do que o vir a provar-se a implicação do Sr. Engenheiro e não só, de mais um punhado de rapazinhos, tornando-se dessa forma o caminho mais liso, em direcção às próximas legislativas.
;)

Carlos Sério disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carlos Sério disse...

"Oxalá Sócrates possa brevemente ultrapassar esta difícil situação, com honra para si próprio e sem indignificar país!..."

Nem tanto ao mar nem tanto à terra , caro Pino Cardão.

Depois do processo de licenciatura, das ligações também perigosas à construção da estação de compostagem da Cova de Beira, dos seus antigos projectos de arquitectura na zona da Covilhã e agora este caso do Freeport, convenhamos que são casos a mais.

Agora, quando confrontado pelo líder do PSD no Parlamento sobre a paternidade do relatório da educação, sócrates desdiz com o maior dos ávontades o que pouco antes dissera... Será que uma coisa tão simples quanto esta nada diz sobre o seu caracter?

Porque razão, quando soube pelo tio que pessoas do seu ministério estavam a pedir 4 milhões de euros de luvas pela aprovação do Freeport, não denunciou, como lhe competia, esta situação ao Ministério Público?

PA disse...

Porque razão, quando soube pelo tio que pessoas do seu ministério estavam a pedir 4 milhões de euros de luvas pela aprovação do Freeport, não denunciou, como lhe competia, esta situação ao Ministério Público?



Boa pergunta Caro Ruy.
Uma pergunta que faltou a Judite de Sousa fazer há pouco à Magistrada responsável pelo DCIAP, que declarou que os cidadãos devem denunciar indícios de corrupção.

E já agora, o "tio" também poderia tê-lo feito às Entidades competentes. Não acha ?

Pinho Cardão disse...

De qualquer forma, caro Bartolomeu, isso seria mero calculismo...Penso e estimo que o PSD se mova por outros valores.

Caro Ruy:
Como sabe, o que eu penso politicamente de Sócrates e do seu Governo está mais do que documentado neste Blog. Mas entristecia-me muito que um 1º Ministro português pudesse ser criminalizado por actos de corrupção ou similares. Distingo uma coisa da outra.

Cara Pèzinhos:
O tempo não terá dado para mais...

Adriano Volframista disse...

Caro PInho Cardão

Completamente de acordo com o seu comentário.
Apenas as seguintes notas:
Reparou que o Serious Fraud Office, quando perguntado, pelos jornalistas portugueses, respondeu que: não comentava, nem confirmava a existência de uma investigação.
Reparou, em contraponto ao SFO a prolixidade da Directora do DCIAP na Grande Entrevista?
Reparou que, o PM, que está no cargo há quatro anos, podia ter, apenas pela força da, inegável, influência, feito os esforços para arrumar de vez com a questão?
Reparou que o PM, ontem proferiu uma declaração não consistente com a verdade, dado que o seu nome está mencionado na carta rogatória e ele afirmou que não estava, para, depois, ter afrimado que não conhece o processo?
Reparou que todos os intervenientes falam/comentam o caso sem sequer se importarem com a clara/patente/óbvia violação de uma lei da Republica? Note que os violadores são os mesmos que têm por missão fazer cumprir a lei.
O caso FREEPORT é uma ópera bufa típica dos dias do fim.
Cumprimentos
joão

Pinho Cardão disse...

Caro João:
Pertinentes observações as suas.
De facto, no meio de tanto ruído, o essencial, que é o eventual atropelo à lei corrigido simultaneamente com nova lei, fica esquecido. Ou o facto de uma correcção à lei poder acomodar o que antes da alteração era ilegal.

Pêndulo Pensador disse...

Cabe ao PSD não deixar-se em levar nesta deriva esquizófrenica, que tem tomado a imprensa nacional e debates públicos, acerca deste assunto. Cabe ao PSD ter ciente, de que, quais sejam as consequências deste assunto, não lhe caberá retirar directamente o benefício das mesmas. Dependente da sua atitude, perante o caso e, com bom senso, a sua atitude é que poderá dar-lhe algum alento. Deste modo, a atitude corecta é aguardar até ao fim e só depois pronunciar-se. Não a "autos-de-fé" na praça publica! Aquilo que criticamos antes, são virtudes neste momento!

PA disse...

http://downloadsexpresso.aeiou.pt/expressoonline/PDF/CartaRogatoriaFreeport_300109.pdf