Para aumentar os lucros, a Banca criou novos produtos, estruturou-os de forma a alindar-lhes o risco e vendeu-os à clientela como artigo de grande respeitabilidade e rentabilidade.
Similarmente, a comunicação social também vai criando novos produtos informativos, estruturando-os de forma a encher espaço e concitar audiências.
É o caso da entrevista da SIC ao 1º Ministro. Emitida, ficava preenchido o acto de informar, mas ficava também esgotado o produto, pelo que havia que transformá-lo em mercadoria que permitisse a continuação das vendas.
Nasceu assim um produto estruturado, composto de entrevista, comentário de jornalistas, sínteses nos telejornais, fóruns e espaços de debate.
E se em muitos produtos estruturados bancários não se conhece a sua verdadeira substância, também na mercadoria informativa em que se transformou a entrevista de Sócrates já ninguém sabe o que Sócrates disse, tanta foi a interpretação “autêntica” do seu pensamento.
E se para os Bancos pouca importância tinham os produtos estruturados que impingiam, já que o risco era dos clientes, para a comunicação social nula importância tem o conteúdo informativo, mas a ocupação de espaço que dele resulta.
No final, Sócrates acabou por dizer o que os comentadores quiseram que dissesse. Como os clientes bancários que ficaram, não com o produto que queriam, mas com o produto que os Bancos quiseram destinar-lhes.
Os produtos de risco transformaram-se em aplicação segura. A informação em pura mercadoria.
Similarmente, a comunicação social também vai criando novos produtos informativos, estruturando-os de forma a encher espaço e concitar audiências.
É o caso da entrevista da SIC ao 1º Ministro. Emitida, ficava preenchido o acto de informar, mas ficava também esgotado o produto, pelo que havia que transformá-lo em mercadoria que permitisse a continuação das vendas.
Nasceu assim um produto estruturado, composto de entrevista, comentário de jornalistas, sínteses nos telejornais, fóruns e espaços de debate.
E se em muitos produtos estruturados bancários não se conhece a sua verdadeira substância, também na mercadoria informativa em que se transformou a entrevista de Sócrates já ninguém sabe o que Sócrates disse, tanta foi a interpretação “autêntica” do seu pensamento.
E se para os Bancos pouca importância tinham os produtos estruturados que impingiam, já que o risco era dos clientes, para a comunicação social nula importância tem o conteúdo informativo, mas a ocupação de espaço que dele resulta.
No final, Sócrates acabou por dizer o que os comentadores quiseram que dissesse. Como os clientes bancários que ficaram, não com o produto que queriam, mas com o produto que os Bancos quiseram destinar-lhes.
Os produtos de risco transformaram-se em aplicação segura. A informação em pura mercadoria.
Eticamente, comportamento semelhante!...
7 comentários:
Caro Pinho Cardão
Um Bom Ano para si.
O produto estruturadado informação, como o financeiro tem o mesmo mal de raiz: apresenta a realidade(no caso do de informação) ou o risco (no caso do financeiro) em fatias.
Já reparou na porcaria que um risco fatiado e uma realidade fatiada podem fazer no mundo real?
Cumprimentos
João
Que grande ausência caro Dr. Pinho Cardão. Se existisse uma alta autoridade para a assiduidade bloguistica, eu apresentave de imediato uma petição.
;)
Calculo que tenha estado de quarentena, devido à sobrecarga de filhós natalícias...
A propósito... Do you remember "os tolinhos do jardim" e a sua lemon tree?
http://www.youtube.com/watch?v=PWa6uz1ayME
... and all than i can see just the yellow lemon tree...
;))))
O eleitor, tal como o investidor, tem que ter muito cuidado com os produtos tóxicos...
Caro João:
Também um Bom 2009 para si.
Claro que é um perigo: realidade fatiada é realidade virtual...
E cada vez mais a realidade se torna virtual.
Caro Bartolomeu:
Mas que privilégio começar o ano com tão amável comentário!...
Caro Lusitânea:
Pois é, a informação transformada em propaganda ou em artigo mecadejável é dos produtos mais tóxicos que há!...
Eu não vi a entrevista porque não consigo olhar para aquela cara de aldrabão, com uma licenciatura a martelo, sem correr o risco de partir o televisor mediante o arremesso de um sapato. Em Portugal há muito que praticamos este desporto. Não começou no Iraque.
Mas indo ao ponto. Ele disse o que os comentadores quiseram que ele dissesse, ou os comentadores perguntaram o que ele quis que eles perguntassem?
Faz toda a diferença. Para além de que a segunda hipótese é a que costuma verificar-se.
Caro Jorge oliveira:
Referia-me ao pós-entrevista.
Os comentadores chamados a analisar a entrevista interpretaram-na cada um a seu modo. O resultado dessa interpretação é que Sócrates não disse o que disse, mas o que cada comentador quis que ele dissesse.
Gostando-se ou não de Sócrates, as suas palavras acabaram por levar trato de polé. O mesmo acontece com as palavras em grandes entrevistas de qualquer dirigente político. Algumas são destruídas imediatamente pelos comentadores de serviço.
Ah, bom, caro Pinho Cardão. Assim já faz sentido. Na verdade, eu estava a pensar nos entrevistadores. Mas não vi nada daquilo. O fulano provoca-me urticária.
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