Contaram-me um episódio que merece bem a nossa reflexão.
Numa reunião de quadros de uma grande empresa, um director apresentava o seu power point com o plano de actividades e o modo como a sua equipa se propunha realizar os objectivos. Ao longo da apresentação o orador intercalava as propostas com críticas à insuficiência das mesmas. “Isto aqui está assim, mas podia estar melhor, vamos aperfeiçoar” ou então “estes objectivos não tiveram ainda em conta isto e aquilo, é claro que teremos que corrigir” ou ainda “não está bem explicado neste slide o que queremos dizer, mas para a publicação vamos melhorar”.
Tantas vezes tropeçou nos defeitos que encontrava no trabalho que mostrava, que o Administrador que estava a assistir, vindo de outro País mas há vários anos na empresa, se impacientou. Levantou-se e interrompeu o director orador: “Páre de dizer mal do trabalho que fizeram! Há aí muita coisa boa, porque é que em vez de valorizar o que fez está sempre a desfazer? Vocês têm que aprender a apreciar o que fazem, em vez de estar sempre na defensiva, à espera que alguém vos queira destruir! Essa não é a atitude de uma equipa ganhadora, se fazem isso com a vossa própria equipa, se nunca reconhecem o valor do que fazem nem o esforço que puseram para fazer bem, como é que querem que os outros vos valorizem? São capazes de fazer melhor? Acredito que sim, um trabalho nunca está perfeito, mas não é isso que interessa, o que conta é o que conseguiram fazer agora, se melhorarem no futuro tanto melhor, é isso que se espera, mas não vamos atirar-nos ao chão só porque ainda não atingimos o ideal!”
Provavelmente um gestor português teria subscrito a falsa modéstia ou a insegurança daquele director, dava-lhe umas palmadinhas paternalistas nas costas e recomendava-lhe outra data para apresentação da versão melhorada, até porque essa já teria também o seu “contributo” crítico…
É por estas e por outras que ficamos sempre aquém do que poderíamos atingir, duvidamos sempre do que fazemos e exibimos essa insegurança, quanto mais não seja porque não queremos arriscar ser criticados. Esta cultura, multiplicada por cada uma das pessoas, traduz-se no desincentivo a quem se atreve e na demolição de quem assume os êxitos próprios.
Valham-nos outros olhos que têm a generosidade de se impacientar perante tantos complexos nacionais!
Numa reunião de quadros de uma grande empresa, um director apresentava o seu power point com o plano de actividades e o modo como a sua equipa se propunha realizar os objectivos. Ao longo da apresentação o orador intercalava as propostas com críticas à insuficiência das mesmas. “Isto aqui está assim, mas podia estar melhor, vamos aperfeiçoar” ou então “estes objectivos não tiveram ainda em conta isto e aquilo, é claro que teremos que corrigir” ou ainda “não está bem explicado neste slide o que queremos dizer, mas para a publicação vamos melhorar”.
Tantas vezes tropeçou nos defeitos que encontrava no trabalho que mostrava, que o Administrador que estava a assistir, vindo de outro País mas há vários anos na empresa, se impacientou. Levantou-se e interrompeu o director orador: “Páre de dizer mal do trabalho que fizeram! Há aí muita coisa boa, porque é que em vez de valorizar o que fez está sempre a desfazer? Vocês têm que aprender a apreciar o que fazem, em vez de estar sempre na defensiva, à espera que alguém vos queira destruir! Essa não é a atitude de uma equipa ganhadora, se fazem isso com a vossa própria equipa, se nunca reconhecem o valor do que fazem nem o esforço que puseram para fazer bem, como é que querem que os outros vos valorizem? São capazes de fazer melhor? Acredito que sim, um trabalho nunca está perfeito, mas não é isso que interessa, o que conta é o que conseguiram fazer agora, se melhorarem no futuro tanto melhor, é isso que se espera, mas não vamos atirar-nos ao chão só porque ainda não atingimos o ideal!”
Provavelmente um gestor português teria subscrito a falsa modéstia ou a insegurança daquele director, dava-lhe umas palmadinhas paternalistas nas costas e recomendava-lhe outra data para apresentação da versão melhorada, até porque essa já teria também o seu “contributo” crítico…
É por estas e por outras que ficamos sempre aquém do que poderíamos atingir, duvidamos sempre do que fazemos e exibimos essa insegurança, quanto mais não seja porque não queremos arriscar ser criticados. Esta cultura, multiplicada por cada uma das pessoas, traduz-se no desincentivo a quem se atreve e na demolição de quem assume os êxitos próprios.
Valham-nos outros olhos que têm a generosidade de se impacientar perante tantos complexos nacionais!
5 comentários:
Excelente texto, cara Drª Suzana e excelente exemplo. Excelente e com um conteúdo pedagógico, que deveria ser "administrado" a alguns directores. Tembem conheço a história de uma certa directora que usa um critério curiosíssimo para "motivar" aqueles a quem enaltece as capacidades para executar tarefas para as quais ela afirma que são as unicas pessoas capazes de entre todos que compõem o seu "staf".
Imagina quais sejam esses critérios, cara Drª ?
Não é fácil, concordo. Pois a tal Directora de quem conheço a história, depois de consecutiva e efusivamente engrandecer a disponibilidade e a competência desses colaboradores, com quem conta sistemáticamente para o desempenho das tais tarefas especiais, classifica-os com um "adequado", enquanto a outros, a quem não confia tarefas que ultrapassem o trivial, classifica-os com excelente.
Isto sim, é o verdadeiramente correcto sentido de liderança e de valorização das competências e de estímulo.
Os mapas do Freeport, estão aqui:
http://aoutravarinhamagica.blogspot.com/2009/01/o-que-est-em-causa.html
Suzana
O episódio que nos conta é a fotografia da mentalidade portuguesa.
A falta de auto-confiança é extremamente penosa quer para quem supostamente tem que liderar quer para quem tem de executar e concretizar. A falta de auto-confiança é desmotivadora e não mobiliza as pessoas.
Este é um traço muito português que em nada ajuda à liderança, competência que faz muita falta em Portugal quer ao nível empresarial quer mesmo ao nível político.
Ao ler o seu texto não pude deixar de pensar no comportamento oposto. Imagine alguém, por exemplo um primeiro-ministro, para quem tudo o que ele próprio faz é maravilhoso e o melhor possível, indiferente às críticas, que são sistematicamente classificadas de infundadas, ideias de quem não quer fazer nada para que tudo fique na mesma, fruto da má vontade de quem não o compreende ou o pretende combater. É reverso da medalha, e não é melhor que o exemplo do gestor descrito no seu postal.
Caro Bartolomeu, essa tal senhora não deve ler o 4r...culpa sua!!
Caro Freire de Andrade, nem tanto ao mar nem tanto à terra, o objectivo do gestor de que falo é estimular a confiança...
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