Paul de Grauwe, o conhecido Professor de Economia e colunista do Financial Times, escreveu na sexta-feira um artigo naquele jornal, hoje reproduzido para português no Diário Económico, com o título “Aviso: as agências de rating podem ser prejudiciais”.
Neste artigo é feita uma reflexão sobre as consequências de notações de rating tendenciosas ou parciais e sobre as suas implicações nos incentivos e nos castigos aplicados aos gestores e accionistas e ao mercado em geral, com tradução objectiva na confiança dos mercados em relação às entidades avaliadas e no seu impacto nas economias dos países e das empresas.
Com efeito, perante a brutal crise financeira que eclodiu, é legítimo e pertinente que nos interroguemos sobre a qualidade e a credibilidade do trabalho dos auditores externos responsáveis pela auditoria às contas financeiras e das agências de rating que se pronunciam sobre a solidez financeira ou a capacidade de solver os compromissos da dívida contraída.
A crise financeira veio pôr a nu que a credibilidade e a segurança que accionistas e mercados procuram, por exemplo, nas agências de rating estão longe de merecer a sua confiança. Mas certo é, que, independentemente dos erros do passado, o mercado tende a fazer fé e a levar a sério, ainda que a memória seja curta, os veredictos dos seus ratings. Não havendo melhor substituto, os mercados acreditam que os ratings atribuídos são a melhor proxy de avaliação da situação real e da previsão da sua evolução futura e, como tal, reagem de imediato, reformulando expectativas, rebalanceando as suas prioridades, tomando decisões que favorecem ou penalizam a capacidade de endividamento e o seu preço, premiando ou castigando emissores e detentores de dívida, com impactos, muitas vezes de grande monta, na economia e na situação financeira dos países e das empresas alvos de decisão.
Tem razão Paul de Grauwe quando lembra que “No passado recente, o mercado acreditou nas mesmas agências de rating quando deram o seu selo de aprovação à dívida que estava a eclodir nas empresas privadas, permitindo assim a estas empresas financiarem-se no mercado a taxas de juro ainda mais baixas. E foi o desastre”.
Quem não se lembra da Standart & Poors ter mantido o rating da Islândia em AA e no dia seguinte este país ter declarado que estava na banca rota?
Afirma o Economista que as agências de rating estão a exagerar na sua reacção e a ser altamente selectivas na sua reacção excessiva, quando constata que as dívidas dos Estados Unidos e do Reino Unido estão a aumentar rapidamente, sem que, contudo, aquela agência tenha emitido qualquer aviso.
A Standart & Poors baixou a notação de rating de Portugal de AA para A+. As razões apresentadas prendem-se, já todos sabíamos, com os insuficientes resultados das reformas estruturais associadas à economia e às finanças públicas. Este down grade pode vir a criar, é quase certo, dificuldades no acesso ao crédito internacional e aumentará o custo financeiro da dívida, com implicações gravosas para as finanças públicas e no curto e médio prazos com dificuldades acrescidas nos esforços que temos que fazer para melhorar a produtividade e a competitividade nacionais. O mal da economia portuguesa já cá estava, mas o reconhecimento através da redução do rating é um dado novo na formação da decisão dos financiadores e investidores internacionais de quem dependemos. É, também, a credibilidade do País que está em causa. Se alguma virtude a notícia pode ter é a de nos obrigar - será? - a repensarmos o insustentável endividamento a que chegámos.
Neste artigo é feita uma reflexão sobre as consequências de notações de rating tendenciosas ou parciais e sobre as suas implicações nos incentivos e nos castigos aplicados aos gestores e accionistas e ao mercado em geral, com tradução objectiva na confiança dos mercados em relação às entidades avaliadas e no seu impacto nas economias dos países e das empresas.
Com efeito, perante a brutal crise financeira que eclodiu, é legítimo e pertinente que nos interroguemos sobre a qualidade e a credibilidade do trabalho dos auditores externos responsáveis pela auditoria às contas financeiras e das agências de rating que se pronunciam sobre a solidez financeira ou a capacidade de solver os compromissos da dívida contraída.
A crise financeira veio pôr a nu que a credibilidade e a segurança que accionistas e mercados procuram, por exemplo, nas agências de rating estão longe de merecer a sua confiança. Mas certo é, que, independentemente dos erros do passado, o mercado tende a fazer fé e a levar a sério, ainda que a memória seja curta, os veredictos dos seus ratings. Não havendo melhor substituto, os mercados acreditam que os ratings atribuídos são a melhor proxy de avaliação da situação real e da previsão da sua evolução futura e, como tal, reagem de imediato, reformulando expectativas, rebalanceando as suas prioridades, tomando decisões que favorecem ou penalizam a capacidade de endividamento e o seu preço, premiando ou castigando emissores e detentores de dívida, com impactos, muitas vezes de grande monta, na economia e na situação financeira dos países e das empresas alvos de decisão.
Tem razão Paul de Grauwe quando lembra que “No passado recente, o mercado acreditou nas mesmas agências de rating quando deram o seu selo de aprovação à dívida que estava a eclodir nas empresas privadas, permitindo assim a estas empresas financiarem-se no mercado a taxas de juro ainda mais baixas. E foi o desastre”.
Quem não se lembra da Standart & Poors ter mantido o rating da Islândia em AA e no dia seguinte este país ter declarado que estava na banca rota?
Afirma o Economista que as agências de rating estão a exagerar na sua reacção e a ser altamente selectivas na sua reacção excessiva, quando constata que as dívidas dos Estados Unidos e do Reino Unido estão a aumentar rapidamente, sem que, contudo, aquela agência tenha emitido qualquer aviso.
A Standart & Poors baixou a notação de rating de Portugal de AA para A+. As razões apresentadas prendem-se, já todos sabíamos, com os insuficientes resultados das reformas estruturais associadas à economia e às finanças públicas. Este down grade pode vir a criar, é quase certo, dificuldades no acesso ao crédito internacional e aumentará o custo financeiro da dívida, com implicações gravosas para as finanças públicas e no curto e médio prazos com dificuldades acrescidas nos esforços que temos que fazer para melhorar a produtividade e a competitividade nacionais. O mal da economia portuguesa já cá estava, mas o reconhecimento através da redução do rating é um dado novo na formação da decisão dos financiadores e investidores internacionais de quem dependemos. É, também, a credibilidade do País que está em causa. Se alguma virtude a notícia pode ter é a de nos obrigar - será? - a repensarmos o insustentável endividamento a que chegámos.
2 comentários:
A probabilidade de desagregação da zona Euro percepcionada pelo mercado é agora entre 0.1 e 0.2, depois dos downgrades. Portanto, já é previsível uma guerra entre o BCE e as agências de rating. Provavelmente, os próximos tempos vão ser de descredibilização de todos os ratings que meterem cá fora.
E em quem é que podemos acreditar? Sem GPS e sem já sabermos como guiar-nos pelas estrelas,resta-nos navegar à vista, esperando que os ventos da crise nos conduzam por milagre a algum porto de abrigo? Sempre fomos um povo de marinheiros...
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