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quinta-feira, 26 de março de 2009

Percepção ou intuição?

"Portugal continua a ser um país relativamente seguro" - Ministro Rui Pereira, na divulgação do relatório que este país de relatividades já conhecia há longos dias, e que revela que no ano passado a criminalidade violenta cresceu 11% (pena é que não se divulguem os dados qualitativos, isto é, que tipos de crimes concretos se traduzem neste aumento).
Temos pois um responsável da segurança que nos diz que estamos a ficar relativamente mais violentos, mas que mesmo assim nos devemos dar por contentes porque aqui ao lado é bem pior.
Continuar a suportar posturas destas sem um audível protesto (ou recurso ao "pontapénokuterapia" de que nos falava o Professor Massano Cardoso), é que dá razão ao Ministro: somos mesmo de brandos costumes!

4 comentários:

Luis Melo disse...

Este senhor que mesmo ganhar o título da superliga "incompetente-mor"

Félix Esménio disse...

“Portugal continua a ser um país relativamente seguro”…

… relativamente rico…
… relativamente sério…
… relativamente qualificado…
… relativamente empreendedor…
… relativamente competitivo…
… relativamente inovador…
… relativamente autónomo…
… relativamente tudo isso e relativamente o seu contrário…

Numa coisa o Sr. Ministro tem razão, vivemos numa época em que tudo é relativo.
Já nada é o que é ou o que deve ser. Não há convicções, não há certezas… Tudo é mais ou menos, entre o turvo e o pouco claro!
As políticas dependem da direcção do vento, do humor dos seus agentes, dos noticiários, das manifestações de rua, dos grupos de pressão, da força dos mais poderosos, das atenções venais, dos interesses subterrâneos…

O Sr. Ministro é um homem culto que certamente conhece estes pensamentos:

"A administração é uma questão de habilidades, e não depende da técnica ou experiência. Mas é preciso antes de tudo saber o que se quer." Sócrates, o "grego"

Sócrates não sabia que no Portugal do séc. XXI apareceriam pessoas mais ou menos habilidosas que não sabem o que querem…

“O sucesso é relativo: é aquilo que quisermos fazer da confusão que fizemos das coisas.”
Thomas Eliot

Este conceito não concita dúvidas ao Sr. Ministro.

“A moral é a teoria da hierarquia entre os homens e, por consequência, também do valor dos seus actos e das suas obras, em referência a essa hierarquia. Ela é pois a teoria dos juízos humanos de valor relativos a tudo o que é humano.” Friedrich Nietzsche

Esta afirmação é, não tenho sombra de dúvida, a grande fonte de inspiração do pensamento relativamente pouco seguro do Sr. Ministro.

Lusibero disse...

Ferreira de Almeida: acha que alguém neste país liga ao que esse homem diz?
Essa do pontapénocurapia, do Prof. Massano, é das melhores que tenho ouvido...

jotaC disse...

Coitado do srº, ele até se esforça a dar à língua...