Não é para menos! Foi com indignação e fúria que Barack Obama reagiu ao anúncio da seguradora AIG de pagar aos seus executivos - os mesmos que causaram a falência da empresa - bónus, referentes a 2008, no montante de 165 milhões de dólares, depois de ter recebido do governo, nos últimos seis meses, dinheiros públicos no montante de 173 milhões de dólares. Barack Obama afirmou que a “AIG está em dificuldades financeiras devido à sua ganância e negligência”!
Os argumentos por parte dos gestores da AIG de que não há na lei nada que proíba o pagamento daqueles bónus traduzem, a meu ver, a total ausência de ética. A lei não proíbe, então faz-se! Assim , vai o mundo...
Não há dúvida de que são necessárias e urgentes reformas muito profundas – não apenas financeiras - para acabar com comportamentos deste tipo.
Os argumentos por parte dos gestores da AIG de que não há na lei nada que proíba o pagamento daqueles bónus traduzem, a meu ver, a total ausência de ética. A lei não proíbe, então faz-se! Assim , vai o mundo...
Não há dúvida de que são necessárias e urgentes reformas muito profundas – não apenas financeiras - para acabar com comportamentos deste tipo.
9 comentários:
É realmente uma situação indignante cara Drª Margarida, quer para o presidente Obama quer para o contribuinte americano. Tal como o Presidente americano sublinhou, «não é uma questão de dólares e cêntimos, mas de valores fundamentais».
Apesar de tudo o povo americano tem a sorte de ter eleito um presidente atento, com sentido de estado e de cidadania, actuante, interveniente e defensor do equilíbrio e da justiça. É para isso que os presidentes dos países democratas juram a constituição quando no acto tomam posse.
Margarida, subscrevo por inteiro a sua nota.
Já a fotografia...
Subscrevo por inteiro. E neste momento a crise nos EUA já é até mais pequena que a da UEM como convido a constatar em:
http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/03/deflacao-do-mau-desenho-estrutural-as.html
José Mário,
A fotografia é pura coincidência! Qualquer dia o leão vai novamente sorrir!
pois, pois .... a fotografia é que não está nada bem.
Fere a minha alma leoa que já anda tão de rastos ....Ó Stôra , francamente !!!
Qto ao tema do post...
Eu sei que há frases politicamente incorrectas, mas que neste caso se aplica, lá isso aplica-se.
Refiro-me à frase sobre a suspensão da democracia por seis meses, para arrumação e limpeza "da casa". Calhava bem neste caso.
De qq modo se são os homens que fazem as leis, tb são eles que as podem alterar.... a bem da Nação.
Cara Dra. Margarida Aguiar:
É um escândalo, sem dúvida. Uma coisa é os senhores da AIG distribuírem da forma que entenderem os dividendos ganhos na própria actividade empresarial, outra bem diferente é distribuírem o dinheiro dos contribuintes em proveito próprio. Tal acontece, como bem diz, pela falta de ética que origina este desprezo total pelos concidadãos.
Isto faz-me recordar alguns episódios a que assisti e me suscitaram algumas dúvidas (que ainda hoje persistem), sobre se será ético, senão ilegítimo, os dirigentes do estado receberem uma indemnização pecuniária correspondente ao valor das férias, supostamente acumuladas nos últimos anos. Nestes casos, a Lei na altura (2000/2001) não o proibia, mas acho que também não o consentia. O facto é que aquela rapaziada levou qualquer coisa como sete mil e quinhentos contos, argumentando precisamente que a lei não o proíbia!
Para concluir este comentário: quando toca a dinheiro fácil parece-me que há sempre uns espertos que se desenrascam muito bem…
Cara Margarida Aguiar,
É vergonhosa a atitude da AIG de premiar os seus gestores. Estas pessoas "sem-vergonha" tem a ganância como valor máximo na sua pirâmide hierárquica de valores. Uma tristeza! Mas relembro que Obama já bloqueou a compra de uma avião para uma empresa que recebeu apoios do Estado (falou-se então do Citigroup). Cara Margarida já que o sistema jurídico deles (common law) não exige que existe lei para ser julgado, não seria erróneo arranjar uma figura jurídica nova para estes casos, e criar jurisprudência.
Cara Margarida
A mim há uma coisa que em intriga. Como é possível conpaginar atitudes destas, próprias de garotos malcriados e muito pouco cristãs, com as declarações do Presidente do FED vindas a público ontem, declarações estas que para lá do impacto que já mereceram, dão a entender existir uma coesão de esforços de pessoas responsáveis, sob a batuta do próprio presidente?
Talvez fosse interessante, até pelo gozo que isso daria, perspectivar estas vergonhosas andanças entre nós. Eu, eu e eu e os outros!
Caro Bartolomeu
Sem dúvida que estamos perante um comportamento indigno. A indignação devia tocar-nos a todos porque afinal de contas foram comportamentos desta natureza, associados à ganância e ao lucro anti-social, que conduziram ao colapso do sistema financeiro mundial. Estamos todos a pagar a falta de ética dos gestores das AIG deste mundo!
Caro Carlos Santos
Continuamos à espera de medidas vigorosas na Europa capazes de trazer confiança ao sistema financeiro, sem a qual a liquidez não flui na economia. Está optimista?
Cara Pézinhos n' Areia
O leão da fotografia é muito vistoso. Não sei se reparou bem? Está um pouco triste, mas nada que não se resolva...
Seis meses para limpar o desastre da falta de ética parece-me pouco. Vamos precisar de uma limpeza profunda!
Caro jotaC
Vivemos uma época em que confundimos lei com ética. Já ouvi gente com responsabilidades públicas afirmar que a ética está na lei. Não, a ética vai para além da lei, se bem que a lei deva reflectir um determinado sentido ético. Não sei se o fazem porque não se regem pelo padrão tradicional de valores ou porque lhes dá jeito falarem assim para justificarem que se a lei não proíbe então não é ilegal e portanto faz-se!
Estou totalmente de acordo com o Caro André Tavares Moreira.
Diz bem, estamos a falar de pessoas "sem vergonha". A falta de vergonha é condenável, mas no caso em presença a falta de vergonha é ainda mais grave porque estamos perante um caso em que os gestores se querem apropriar de dinheiros dos contribuintes, sem os quais a empresa teria ido à falência, os gestores estariam “desempregados” e sem acesso a mais bónus.
É tempo de legislar, nos EUA e na Europa, no sentido de proibir este tipo de comportamentos, impróprios, abusivos, fraudulentos e ilegítimos, que põe em causa o bem-estar colectivo.
Caro antoniodosanzóis
Há que conjugar esforços. A vergonha do caso da AIG não se compagina com as declarações do Presidente do FED. É preciso fazer mais, como bem expressou o Presidente Barack Obama. Mas há que passar das palavras aos actos, a única forma de credibilizar as medidas políticas que estão a ser tomadas.
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