Bem respaldada nos dinheiros públicos, a RTP achou por bom serviço público enviar um jornalista à Alemanha para redescrever, com toda a minúcia que a causa pública exige, o drama das mortes causadas pelo jovem estudante alemão. São reportagens e mais reportagens redizendo o que já ficou dito, explorando e reexplorando as múltiplas facetas do caso, entrevistando e reentrevistando personagens ad-hoc, propagandeando "ad nauseam" o trágico acontecimento.
Hoje, um dos temas foi a descoberta de intenções semelhantes por parte de outros jovens, na Alemanha.
É óbvio que a "informação" repetida actua de forma similar à da publicidade, despertando o desejo de adquirir ou ter ou aparentar, ou fazer igual. Só essa razão bastaria para que um meio de comunicação responsável, nomeadamente quem tem como objectivo estatutário o serviço público, revelasse o maior comedimento e rigor na difusão da notícia. A RTP escolheu a via do sensacionalismo, editando contínuos folhetins sobre o tema. Revelando uma total irresponsabilidade social. Lamentável!...
6 comentários:
E não lhe dá especial prazer saber que isso é pago com os nossos impostos?
Uma pergunta que me suscita este caso é:
- Porquê, a Escola ?
Frequentemente é na Escola que se passam estes casos, nos vários países onde se sucedem.
A associação do acto homicida à prática de jogos de computador tb é um dado que merece toda a reflexão da sociedade.Porque já não é o primeiro caso. Algumas defesas judiciais têm-se fundamentado nesta prática.
Realmente, uma coisa é noticiar um drama como este outra muito diferente e ficar a explorá-lo até ao limite, podendo mesmo levar outros desequilibrados a tentar fazer o mesmo, já que parece fácil e com notoriedade garantida.
Quanto à escola, cara Pezinhos, arrisco uma opinião pessoal, é talvez a única referência naqueles cérebros, o sítio onde se sentiram postos à prova, onde não conseguiram impor-se ou que simboliza o seu sentimento de exclusão, a sua incapacidade de se integrar para aprender.Vingam-se na escola que os recebeu porque se querem vingar do mundo.
Cara Dra. Suzana concordando com a sua opinião, se me permite, eu talvez fosse um pouco mais longe.
Até que ponto, este acto (e outros iguais a este) é gerado pela própria Escola ? Estou a pensar na teoria do bullying, por ex, nos processos de exclusão, por via disciplinar, ou por rejeição do grupo de pertença.
Em Portugal felizmente o nosso histórico é incipiente quanto a acontecimentos desta natureza, mas seria bom prevenir.
Começando por onde ?
Por exemplo, pelo recrutamento de psicólogos educacionais, que são praticamente inexistentes nas nossas Escolas.
Ainda não vi nenhum debate televisivo neste sentido. E isso é que eu gostava de ver
Desta desgraça, deveria sair uma oportunidade.
A oportunidade de pensarmos melhor a Escola que temos, para que actos destes não se verifiquem por cá.
Cumprimentos.
É revoltante, Pinho Cardão. Mais do que lamentável é revoltante.
É como o mar que enrola na areia... não tem mais que se lhe diga, a não ser que a reporter é filha da Fátima Felgueiras!!!
Mas enfim... coincidências...
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