Ouvimos os três candidatos (e não refiro propositadamente quatro).
Tivémos mais uma cena de Alberto João Jardim (é bom saber que o PSD está na sua 47ª prioridade... podia ser pior).
Assistimos aos discursos dos ex-líderes...
... e ao de Fernando Costa!!
Santana Lopes continua a ajustar contas com o passado e com as moedas de Cavaco Silva (o Sr. Presidente da República vai ter que arranjar uma resposta).
Marcelo Rebelo de Sousa está em grande forma (tenho uma grande curiosidade em saber o que vai agora fazer de agora em diante).
Vamos ter uma nova lei da rolha (um belo disparate).
Fracassou a revisão estatutária (ainda bem, para não ficarmos com um bacalhau com asas e que não conseguiria voar).
Para mim confirmou-se a consistência de Pedro Passos Coelho.
O PSD voltou a ter um Congresso à moda antiga!
Mas se o Congresso do PSD tivesse sido só isto, não teria qualquer utilidade prática.
Contudo, ocorreu um facto que alterou uma questão essencial.
Ao contrário do que tenho ouvido a muitos comentadores e jornalistas, entendo que o principal acontecimento do Congresso do PSD foi a clarificação da posição face ao PEC.
Não foi necessário haver uma votação.
Bastaram os discursos de Marcelo Rebelo de Sousa e de Pedro Passos Coelho para que ficasse claro que o PSD cometerá um erro monumental se aceitar o PEC tal como está desenhado pelo Governo.
De uma forma muito clara, a direcção do PSD ficou desautorizada e perdeu qualquer legitimidade para apoiar este Plano de Estabilidade e Crescimento que é uma anedota face ao estado a que chegaram as finanças públicas e a economia de Portugal.
E escusam o Governo, os analistas e até um qualquer "Papa" de invocarem o interesse nacional, os credores externos e as agências de rating para fazerem chantagem.
Portugal precisa de um PEC como qualquer um de nós precisa de ar para respirar.
Infelizmente, chegámos a este triste estado.
Mas este PEC é um produto tóxico que nos irá asfixiar e não resolverá coisa alguma.
Onde estão as medidas para acabar com a pouca vergonha das consultadorias externas e dos outsourcings que polulam por toda a administração pública e que servem para pagar estudos, livros brancos, relatórios e outros disparates sem qualquer utilidade?
Onde estão as medidas para cortar a eito nos milhões que são gastos em propaganda para "encher o olho da malta"?
Onde estão as medidas para acabar com a gestão vergonhosa e escandalosa de institutos e empresas públicas (nomeadamente as de transportes) que estão falidas e continuam a esbanjar dinheiro em acções que não se coadunam nem com o negócio que desenvolvem, nem com a sua situação financeira.
Onde estão as medidas para cortar seriamente na despesa pública?
Deve ficar claro que o PSD não pode aceitar um PEC que mais uma vez coloca a classe média a pagar a crise.
O PSD tem a obrigação de travar este combate.
Se não o fizer, outros o farão!!