... cresce o meu contentamento com o estado do País.
Agora, o PSD vai permitir a aprovação do PEC.
Para quê ?
Acreditam que este dito "programa de estabilidade" vai estabilizar alguma coisa ?
Acham que este "programa de crescimento" vai permitir algum crescimento ?
Não acham. Estão fartos de o dizer!!
Não acreditam, mas vão fazer o frete de permitir a aprovação de uma monstruosidade em nome do "interesse nacional" ?
Tal como sucedeu com o Orçamento do Estado para 2010, vão viabilizar algo com que não concordam, em que não se revêem e que acham que não vai ser realizado.
Só faltará que este PEC seja rejeitado pela Comissão Europeia e pelas agências de rating...
... é óbvio que os portugueses não o aceitam.
E o CDS já percebeu o filme.
6 comentários:
Caro Vítor:
O PEC é mau. Mas, na minha opinião, pouco importa que o CDS tenha ou não tenha percebido o filme. Nem é a aprovação do PEC que está em causa. O que está em causa é a aprovação de uma Resolução da AR, tal como aconteceu em 2002. Admito que se chegue a um conteúdo e a uma redacção de consenso entre o PS e o PSD. Admito e desejo, para bem do país. Independentemente do PEC e do Governo, ambos maus. Como por várias e abundantes vezes já referi aqui no 4R. Mas já Sá Carneiro dizia que, antes do Partido, está o País. E pelo caminho que as coisas levam, o PSD será chamado, muito antes de 2013, à governação. E aí pode alterar o PEC, isto é, algumas das suas premisssas mais gravosas, sem alienar o fundamental: o equilíbrio das contas públicas. Porque, sem este equilíbrio, o crescimento é miragem.
Caros Senhores
Eu que sou leiga na matéria, pergunto:
- Quando um governo tem maioria absoluta, a oposição (e o povo) queixam-se, porque tudo "passa" na A.R.! Quando o governo não tem maioria, "passa" o que a oposição (e o povo)acham que está mal, para o bem do país!
Sendo que, tanto num como noutro caso, a oposição faz "guerrilha" a fim de desgastar o governo, e aguardar pelas próximas eleições....
Afinal, para que é que precisamos de uma A.R.?! Ponha-se um governo sozinho a (des)governar... (que é isso que acontece) e poupam-se os salários e as futuras reformas dos deputados da oposição!
Prezada Fenix, interpreta no seu comentário um sentimento que sinto crescer aceleradamente na sociedade portuguesa. A maioria dos portugueses não entende os tacticismos partidários mas sente e encara com preocupação o estado do País.
É compreensível este sentimento. Mas é perigoso, muito perigoso, porque abre as portas a quem apareça a fazer das fraquezas do sistema a sua própria força. Já aconteceu noutros tempos também entre nós.
Para evitar novos riscos para além do risco da ruína económica e financeira era fundamental uma solução política que garantisse estabilidade. A actual solução de um governo que governa aos soluços, está longe, manifestamente, de garantir essa estabilidade. Todos, responsavelmente, o deveriam compreender. Os partidos da oposição, certamente. Mas também o partido do governo que já teve tempo de concluir que este governo não tem condições no presente e sobretudo não tem futuro. E cada dia que passa sem se perceber isto que entra pelos olhos dentro, mais caminho fazemos rumo à inviabilidade...
(Continua)
E agora?
Agora só nos resta a coragem individual de cada um para enfrentar a realidade tal como ela é e não como nos querem fazer ainda convencer que ela é. Ter coragem para reconhecer a fome que sentimos perante a mesa vazia, quando muitos ainda teimam em nos dizer que ela está cheia ou que logo logo será cheia por obra e graça de Deus. Abrir os olhos para o conteúdo e não para a forma.
Deus ajuda a quem se ajuda.
Cabe a cada um de nós deixar de ser hedonista. Cabe a cada um de nós deixar de pensar no seu prazer individual como valor supremo da vida – assim só cavaremos a desgraça dos nossos filhos e netos, e provavelmente também já da nossa.
Cabe a todos nós acordarmos para a realidade. A realidade de que temos que fazer sacrifícios, sofrer, para que os nossos filhos e os nossos netos venham a ser um pouco felizes – venham a conhecer um pouco do prazer de que vivemos e abusámos.
O nosso tempo de egoísmo acabou.
O tempo de pensar que seremos sempre felizes e que todos seremos sempre felizes, terminou tal como termina sempre o sonho nocturno.
Chegou a hora de acordarmos para o dia, para a realidade, para o trabalho, para o esforço, para o planeamento, para a assunção e exigência de responsabilidades.
Esta caminhada começa no dia 26 de Março, para os militantes do PPD-PSD. Cabe a cada um pensar qual será a resposta previsível à eleição de cada um dos candidatos. Qual a resposta que os média, os empresários, as instituições de solidariedade social, as instituições internacionais, os nossos aliados e os nossos adversários internacionais, os nossos potenciais parceiros e os nossos potenciais desafiadores – mas principalmente, os nossos portugueses irão ter face ao Líder que elegermos. Que resposta somos capaz de gerar com cada um dos candidatos. Qual à partida tem potencial de credibilidade, de conteúdo e de provas dadas, possíveis de alavancar e nos dar perspectivas de servirmos Portugal?
A responsabilidade é nossa, é de cada um e não é possível de “chutar” para outro.
Só contamos connosco, com o esforço de cada português que está ao nosso lado. Na hora do combate, só podemos e devemos contar com quem está na trincheira ao nosso lado.
Cada um de nós terá de fazer a sua opção. Cada um saberá sempre a opção que tomou.
Lisboa, 25 de Março de 2010 – uma data como qualquer outra na história de Portugal.
Vivemos um momento onde se começou a testar a coragem de cada um.
Apesar do que nos vinham a transmitir, estamos perante um momento difícil que necessita de valores e do valor de cada um para ser vencido.
A culpa pela situação em que estamos não é só da classe política que nos tem vindo a governar mal (no mínimo, isto todos temos capacidade de reconhecer). Enumerando, tivemos:
• O “deixem-me trabalhar”, caracterizado pelo excesso de betão que permitiu que outros entrassem e de nós quase nada saí-se e se impusesse no exterior. E quem pôde ascendeu socialmente em detrimento da ascensão da comunidade;
• A governação pelo “diálogo”, que desbaratou o pouco que tínhamos e depois o que não tínhamos, criando uma cultura de vida fácil com base no crédito fácil, estendendo-se esta cultura para a governação do Banco de Portugal. Nesta cultura todos fizemos por não ver que a factura teria que ser paga por nós mesmos;
• O começo da depressão colectiva com o discurso “da tanga”, cujo artífice cedo procurou se haver em detrimento do prover às suas responsabilidades pelo Povo que devia governar. E todos preferimos resistir à mensagem que nos estavam a dar;
• Seguiu-se a primeira experiencia para a saída da crise, recorrendo à mitologia lusitana sempre hábil em gerar um “menino guerreiro”, que cedo foi chutado para fora de um jogo de velhos manhosos e calculistas. E todos nos divertimos com o teatro e melodrama que era não mais do que o nosso próprio drama;
• E por fim temos o culminar do engenho; o engenho de fazer viver contentes com o nosso descontentamento, tal qual uma fé no milagre das rosas. Mas esta fé teve um senão – não tinha qualquer conexão com o esotérico, era incapaz de gerar milagres. Com o imaterial só teve a habilidade de nos convencer a todos que fazia o que não sabia fazer e que iria fazer o que sabia nunca ser possível de fazer.
E mais uma vez nos entretemos com o acessório, aguentamos os desmandos e suportamos a ignomínia dos mais variados poderes, que não cumprem o seu dever e se intrometem nas esfera dos outros poderes – incluindo o sacrossanto jornalismo que se endeusa na capacidade de destruir ou fazer candidatos ao sabor de mediatismos calculistas.
E agora?
(Continua)
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