Não é tolerável, é mesmo condenável, o teor da proposta aprovada no Congresso do PSD que proíbe a crítica ao Presidente do Partido, mesmo que dois meses antes das Campanhas Eleitorais.
O PSD foi um Partido de homens e mulheres livres, das profissões liberais, que fazem da qualidade de trabalho o factor de sucesso, de agricultores e empresários, em que o risco da actividade está sempre presente, de gestores e de empregados por conta de outrem, entidades privadas ou o Estado, mas que reconhecem o valor da livre iniciativa e do mérito. Um Partido que concitou o entusiasmo de jovens de todas as idades que, através dele, procurou, antes de tudo, servir o país.
Gente de têmpera que fez o Partido, criticou dirigentes, foi coerente com as críticas, por elas abandonou o Partido. De gente que, por razão das causas que defendia, criou rupturas, por duas vezes constituiu Grupos Parlamentares independentes, e que regressou quando as condições se modificaram.
Nada disso enfraqueceu o Partido, antes o depurou e revigorou, e tornou-o capaz de, unido, ganhar eleições, legislativas, europeias e autárquicas, com maioria relativa ou absoluta, e prestar serviços assinaláveis ao país.
As lideranças fortes surgem, crescem e impõem-se, com as críticas e apesar delas.
E se as críticas subvertem a liderança é porque a liderança se desgastou ou tornou débil.
Com a aprovação de tal moção, os Delegados ao Congresso mostraram que estão longe da raça dos militantes que criaram e fizeram do PSD o maior Partido português. O PSD não foi, não é, e não terá longa vida se se tornar um Partido de funcionários atentos e veneradores do Chefe.
Ainda bem que há candidatos a líderes que se demarcaram de tal moção.
O PSD foi um Partido de homens e mulheres livres, das profissões liberais, que fazem da qualidade de trabalho o factor de sucesso, de agricultores e empresários, em que o risco da actividade está sempre presente, de gestores e de empregados por conta de outrem, entidades privadas ou o Estado, mas que reconhecem o valor da livre iniciativa e do mérito. Um Partido que concitou o entusiasmo de jovens de todas as idades que, através dele, procurou, antes de tudo, servir o país.
Gente de têmpera que fez o Partido, criticou dirigentes, foi coerente com as críticas, por elas abandonou o Partido. De gente que, por razão das causas que defendia, criou rupturas, por duas vezes constituiu Grupos Parlamentares independentes, e que regressou quando as condições se modificaram.
Nada disso enfraqueceu o Partido, antes o depurou e revigorou, e tornou-o capaz de, unido, ganhar eleições, legislativas, europeias e autárquicas, com maioria relativa ou absoluta, e prestar serviços assinaláveis ao país.
As lideranças fortes surgem, crescem e impõem-se, com as críticas e apesar delas.
E se as críticas subvertem a liderança é porque a liderança se desgastou ou tornou débil.
Com a aprovação de tal moção, os Delegados ao Congresso mostraram que estão longe da raça dos militantes que criaram e fizeram do PSD o maior Partido português. O PSD não foi, não é, e não terá longa vida se se tornar um Partido de funcionários atentos e veneradores do Chefe.
Ainda bem que há candidatos a líderes que se demarcaram de tal moção.
Eu, do PSD me confesso.
10 comentários:
Parece-me que a pergunta é: porquê?
E na resposta suspeito que se vai ver o reflexo de muitas das escolhas que se fizeram no último ano.
"Com a aprovação de tal moção, os Delegados ao Congresso mostraram que estão longe da raça dos militantes que criaram e fizeram do PSD o maior Partido português"
Ainda tinha dúvidas, caro Pinho Cardão? Mesmo depois dos posts de antologia do mercado de tempo nos congressos que fez há uns tempos?
Se não me falha o conhecimento do que sei sobre o PSD, não foi sempre assim já desde Sá Carneiro, que fez com que muitas vozes discordantes e muita gente com valor abandonasse o PSD?
O PSD tem uma estrutura basista, não é formado a partir de círculos de amigos, de clubes, de escolas ou de grupos que se identificam pela mesma vivência no passado. É um partido insubordinado por natureza que se une a um chefe quando está no poder ou quando a conquista do poder é uma perspectiva real. Até lá, discute, discute, discute, zanga-se e ajusta contas, mas o que agrega é fundamental e está sempre presente, por muito diferentes que sejam os protagonistas.É natural que tantos anos de oposição cause dúvidas, impaciência e sobretudo leve a cometer erros. Mas duvido muito e espero que nunca o PSD seja um rebanho de carneirinhos bem afinados, com medo de discordar seja de quem for e aceite imposições de quando e onde deve falar senão...Os verdadeiros lideres do PSD devem saber conviver com isso, em vez de se declararem ofendidos, e também não devem permitir que outros partidos nos queiram impôr os seus modelos de convivência, como se só houvesse uma forma standard se organizar e agir.O triste episódio da norma, muito bem aproveitado mediaticamente, o que foi muito bem feito porque foi tolo, foi um ajuste de contas, a meu ver. Que ficasse escrito que nunca mais ninguém poderia sofrer as agruras dos que se sentiram enfraquecidos pelas críticas internas, assim como quem diz: se não fosse isso!e que ficasse para a história esse grito de revolta. Foi um erro infantil, um gesto de fraqueza, como todos os que resultam de se querer impor pela lei o que não é a lei que deve ou pode ditar nem controlar. Mas que deve ser muito duro ser lider deste Partido, isso deve, essa é também a nossa força e a exigência de um enorme conjunto de lutadores inquietos, que não se conformam.
Infantilidade, sim. Mas a que não pode atribuir-se o alcance que se pretende dar ao disparate.
Na minha opinião - fruto da observação de quem não sente as angústias da vida partidária - convém que as elites do PSD não apouquem, contudo, o significado do disparate, deste e de muitos outros que no passado se vêm sucedendo e que são uma das causas da incapacidade revelada de o PSD se assumir como alternativa efectiva a um amachucado PS e obstar ao crescimento do partido à sua direita.
Mas convém que remido o pecado com o conveniente mea culpa colectivo, não deixar que o PS se aproveite deste triste episódio (que nenhum estado de alma pode justificar, Suzana...)para desviar as atenções, procurando centrar nele o essencial do debate e do combate político. Se existe razão para a unidade de quem milita ou simpatiza com o PSD é esta, a de não permitir que sejam os traumas da vida partidária de uma grande formação política como é o PSD, a substituir-se à discussão sobre as responsabilidades de quem governa. Tenho esperança de que sobre inteligência para que, neste momento de recomposição das suas elites dirigentes, o PSD não se deixe cair nessa armadilha, aliás fácil de detectar.
Diz o meu amigo que os candidatos se puseram de fora sobre este assunto dos estatutos. Estive lá no congresso e não vi nenhum a dizer NÂO, bem pelo contrário. E na verdade o que acontece é que os castigos já estão em vigor dentro do nosso Partido e muito bem.
Portanto o PS pode mandar para o PSD uma espécie de "verdes" e teleguiá-los em momentos eleitorais decisivos...como se tem até visto recentemente.Digo isto eu que nem sequer sou filiado...
Caro Francisco:
Creio que justifica bem o "porquê".
Caro Tonibler:
Temos sempre esperança, caro Tonibler...E desvanecido fico por ainda se lembrar desses posts, que têm anos...
Caro CMonteiro:
A história do PSD não é de unanimismos. Sá Carneiro saiu e reentrou, Mota Pinto saiu e reentrou, Barbosa de Melo saiu e reentrou, Marcelo quase que saiu e fundou uma "tendência", houve a ASDI, de Magalhães Mota e outros, tudo isso ajudou o partido a identificar-se e a crescer. As críticas geraram crises, mas as crises acabaram por gerar líderes fortes. Mais tarde ou mais cedo é o que irá acontecer de novo.
Cara Suzana:
De acordo com a minha amiga. Uma asneirola tola.
Caro Ferreira de Almeida:
Claro que logo veio o tradicional oportunismo político do PS. A tal "proibição" de criticar nada tem a ver com os ridículos fantasmas que o PS levantou. Essa "proibição" é apenas uma mera questão interna, uma má opção; como tal, apenas atenta contra o PSD e a sua dinâmica.
Caro A:
De facto, não estive no Congresso e apenas sei o que li e ouvi, através da comunicação social. E aí ouvi alguns candidatos demarcarem-se. Se o fizeram ou não perante os Congressistas, pois não sei.
Caro Paulo:
Se essas disposições genéricas já existiam, maior é a tolice.
Tolice gratuita e prejudicial.
No fim, o autor acabou por ganhar mais uns tempinhos de antena. Missão cumprida!...
Caro Lusitânea:
Teoria da conspiração?
Não acredito que o PS esteja assim tão bem organizado!...
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