Hermínio Loureiro demitiu-se de Presidente da Liga de Futebol logo que soube o teor da sentença do Conselho de Justiça que diminuía drasticamente a pena aplicada pela Comissão Disciplinar da Liga aos jogadores Hulk e Sapunaru.
Pensei que essa decisão se devia ao facto de se sentir também, ainda que indirectamente, responsável pelo castigo sem nome arbitrariamente aplicado por responsáveis que ele próprio escolhera, quando, há quatro anos, se candidatou ao cargo.
Seria uma atitude digna, ao ver que um órgão da entidade a que presidia fora capaz de uma sentença tão vil, tão mais vil quanto, na mesma se reconhecia a desproporcionalidade da pena.
Mas, lendo e ouvindo as notícias, verifiquei que Hermínio Loureiro se demitiu, não por essa razão, mas para exprimir solidariedade pela sentença da Comissão Disciplinar e revolta pela sua revogação.
A ser assim, Hermínio Loureiro negou-se como dirigente desportivo.
Como dirigente desportivo, sabia que havia uma hierarquia dos órgãos disciplinares, e tinha o dever, antes de mais, e como primeiro responsável, de acatar a decisão. Não o tendo feito, mostrou que não tinha o perfil de dirigente .
Ao desprezar assim as normas que regem a disciplina da instituição a que presidia, Hermínio Loureiro deixa a grave suspeita de que considerou terminado o seu papel quando verificou que não podia continuar a apoiar, sem ficar totalmente descredibizado, quem vinha torturando as leis e regulamentos de forma a interpretá-los apenas como meio de satisfazer os seus objectivos pessoais ou aqueles a que se obrigou.
Por isso, não sai de forma alguma inocente no atentado à concorrência, verdadeiro "crime económico" de que uma empresa SAD foi vítima, privando-a ilegitimamente de recursos humanos importantes à consecução da sua actividade económica e desportiva.
Para além do mais, e noutro plano, também se esperaria dele que tivesse uma atitude consentânea com o lema de que “na dúvida, a favor do réu”, e nunca a de desejar e querer que, na dúvida, a pena fosse a mais injusta e desproporcionada.
Hermínio Loureiro, pese as loas que está a receber, não sai pela porta principal e, sobretudo, sai indignificado da função. Sai pela janela ou pela porta escusa dos fundos.
Pensei que essa decisão se devia ao facto de se sentir também, ainda que indirectamente, responsável pelo castigo sem nome arbitrariamente aplicado por responsáveis que ele próprio escolhera, quando, há quatro anos, se candidatou ao cargo.
Seria uma atitude digna, ao ver que um órgão da entidade a que presidia fora capaz de uma sentença tão vil, tão mais vil quanto, na mesma se reconhecia a desproporcionalidade da pena.
Mas, lendo e ouvindo as notícias, verifiquei que Hermínio Loureiro se demitiu, não por essa razão, mas para exprimir solidariedade pela sentença da Comissão Disciplinar e revolta pela sua revogação.
A ser assim, Hermínio Loureiro negou-se como dirigente desportivo.
Como dirigente desportivo, sabia que havia uma hierarquia dos órgãos disciplinares, e tinha o dever, antes de mais, e como primeiro responsável, de acatar a decisão. Não o tendo feito, mostrou que não tinha o perfil de dirigente .
Ao desprezar assim as normas que regem a disciplina da instituição a que presidia, Hermínio Loureiro deixa a grave suspeita de que considerou terminado o seu papel quando verificou que não podia continuar a apoiar, sem ficar totalmente descredibizado, quem vinha torturando as leis e regulamentos de forma a interpretá-los apenas como meio de satisfazer os seus objectivos pessoais ou aqueles a que se obrigou.
Por isso, não sai de forma alguma inocente no atentado à concorrência, verdadeiro "crime económico" de que uma empresa SAD foi vítima, privando-a ilegitimamente de recursos humanos importantes à consecução da sua actividade económica e desportiva.
Para além do mais, e noutro plano, também se esperaria dele que tivesse uma atitude consentânea com o lema de que “na dúvida, a favor do réu”, e nunca a de desejar e querer que, na dúvida, a pena fosse a mais injusta e desproporcionada.
Hermínio Loureiro, pese as loas que está a receber, não sai pela porta principal e, sobretudo, sai indignificado da função. Sai pela janela ou pela porta escusa dos fundos.
10 comentários:
Hermínio Loureiro deixou aos bichos aquilo que é da bicharada. Agora os bichos podem fazer sozinhos aquilo que entenderem. Eu faria a mesma coisa, há um limite para o descaramento. Até admira como não se nomearam como campeões eternos...
Atitude digna.
Pena que tenha sido tomada por Herminio e não por outros que por lá passaram e só à bomba saíram.
Sou benfiquista dos sete costados, mas o que se passou esta semana foi uma vergonha.
A justiça desportiva está podre.
Erros, más interpretações, seja lá o que for.
Ha que acabar com isto.
De certeza que Ricardo Costa nunca mais dá uma conferência de imprensa como aquela.
Espero que Fernando Gomes continue o bom trabalho de Herminio Loureiro.
Reestabeleceu alguma credibilidade.
Mas errou em dois aspectos : Comissão Arbitragem e Comissão Disciplinar!
Foram uma vergonha durante o seu mandato.
Fica a Taça da Liga
e acho que se ele não tivesse o lugar de presidente de camara de oliveira de azemeis a sua espera , não se demitia
Concordo em absoluto com Tonibler.
Quem ler o acórdão da FPF, fica a saber que o segurança sovado nem sequer poderá apresentar o caso na justiça comum. Porquê? Porque sim.
Parece que voltámos aos anos 80 do século passado!
Caro Fartinho da Silva , primeiro que tudo gabo-lhe a paciência de ler o acordão, que não li.
Sobre os stewards . nâo são nenhuns anjinhos , como se viu nas imagens.Muitos deles são recrutados na "noite " , onde são seguranças de bares e depois fazem uma perninha no estádio.Dito isto , não existem inocentes nesta historia.
todos saem mal .Benfica , porto ,stewards , herminio , etc..
uma situação cada vez mais vulgar no nosso futebol.o invulgar passou a ser vulgar e o zé povinho abana os ombros , conformada.
No futebol , como na politica.na politica como na vida .triste fado o nosso
Caro Fartinho da Silva:
Está equivocado. Os stewards apresentaram queixa e o caso está na justiça comum. A "justiça" disciplinar não invalida esta. Era o que faltava.
A penalização dos jogos nada tem a ver com a que resulte dos Tribunais do Estado.
Acontece que muita da argumentação expendida sobre o caso esquece que uma agressão pode e deve ser punida pela justiça comum, não podendo a desportiva anular aquela.
Portanto,há que pôr razão nestas coisas e não apenas emoção.
Caro Francisco Castelo Branco:
Concordo com tudo, excepto com a saída digna de H. Loureiro.
Tinha uma forma digna de sair, a que explicitei no post, mas saíu exactamente pelas razões contrárias.
Caro João Melo:
Também suspeito que tem toda a razão no que respeita ao seu primeiro comentário.
Quanto ao segundo, de facto todos saem mal, mas não convém meter tudo no mesmo saco. Os intervenientes, FCPorto e jogadores foram punidos e não podem ser ressarcidos. A Comissão Disciplinar da Liga, principal fautora do imbróglio, continua lá, impune e impante, pronta a torturar os regulamentos para atingir fins injustificáveis e pronta a esquecer regulamentos se atingem os objectivos que se propõem.
Caro Pinho Cardão,
Está enganado em relação à justiça desportiva. Informe-se bem e verificará que nada poderá acontecer aos jogadores envolvidos na justiça comum graças ao que está escrito no acórdão da FPF. Depois de confirmar, julgo que tirará a conclusão que Portugal está longe de ser um país normal. Os seguranças foram sovados e quase nada acontecerá aos agressores.
Caro Dr. Pinho Cardão:
Gosto muito de ler os seus "post" e admiro muito a sua capacidade interventora, quase sempre concordando com ela em grande parte. Mas como sempre acontece, a regra tem excepções e este seu "post", valha-nos Stª.Engrácia, pois tresanda a clubite no seu pior. Nem parece seu. Uma pena.
Caro Fartinho da Silva:
Está equivocado. A justiça desportiva não se sobrepõe à justiça do Estado. Disciplina a actividade desportiva, apenas.
Se um sujeito é agredido por um jogador no estádio ou nos túneis, ou nos balneários ou na bancada pode apresentar queixa e há procedimento, criminal se o caso for configurado como tal.Independentemente da justiça desportiva. O mesmo se um assistente, um treinador, etc agredirem um jogador. Se este apresentar queixa, há processo na justiça comum.
Como os seguranças contratados pelo Benfica apresentaram queixa do foro criminal, o processo seguirá os seus trâmites. E, se provada a agressão nos Tribunais, os jogadores Hulk e Sapunaru serão penalizados, independentemente dos meses ou dos jogos da justiça desportiva. E está certo.
Caro SLGS:
Em primeiro lugar, muito obrigado por ler os meus posts e ainda mais por concordar com muitos deles.
Significa que convimos em muita coisa, e ainda bem.
No que se refere ao ponto em apreço, a minha opinião reflecte apenas que um dirigente tem especiais responsabilidades e uma delas é acomodar-se às leis que disciplinam a actividade em que se insere, no caso o futebol. O dirigente em questão demitiu-se por não concordar com a decisão fundamentada de um órgão legítimo que faz parte da estrutura disciplinar do futebol, que contrariava sentença anterior.
Não mostrou respeito pela legalidade existente. Como se fossem boas apenas as resoluções que pessoalmente lhe agradem.
Isto não tem nada de clubite. É uma forma coerente de ver as coisas.
Nunca vi um dirigente de um Banco, ou de outra empresa qualquer, demitir-se apenas porque uma decisão da Relação contrariava ou diminuía a pena em que o Tribunal de 1ª instância condenava um cliente em falta.
Se assim fosse, todos os dias haveria dezenas de demissões.
Hermínio Loureiro, no fim do mandato, jogou apenas no espectáculo. Mal, na minha opinião, claro.
Mas, também é claro, admito outras interpretações. Sou democrata.
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