Felizmente que há empresas que não se demitem da sua função social. Recentemente, foi a caso da Jerónimo Martins, ao constituir uma Fundação cuja actividade já se nota em termos de serviço público prestado.
Também a Deloitte, na comemoração dos seus 40 anos em Portugal, resolveu promover dois significativos eventos. Uma das iniciativas, denominada Budget Watch, em colaboração com o Expresso e o ISEG, consiste na avaliação sistemática do Orçamento de Estado, através da ponderação de cerca de 50 quesitos por parte de personalidades da área empresarial e académica. Daí resultam dois índices: o Índice Orçamental ISEG, que analisa o rigor do Orçamento, transparência, capacidade de cumprir os objectivos previstos, e a qualidade da informação e o Índice Deloitte Pro Business, que procura qualificar o Orçamento de acordo com a sua capacidade para provocar um ambiente favorável aos negócios. São quesitos que normalmente passam ao lado do debate parlamentar, mas essenciais para avaliar um Orçamento ao serviço dos cidadãos e da economia e a que Governos responsáveis passarão a dar atenção.
Os Resultados, no que respeita ao OE de 2010, vieram já publicados na última edição do Expresso e a nota é francamente negativa: mesmo os académicos não passam dos 37 pontos em 100 (os empresários andam pelos 36 pontos em 100).
A outra iniciativa materializou-se no Projecto Farol, um think thank que tem vindo a reflectir sobre as mudanças estruturais de que o país necessita nesta época de globalização, de modo a desempenhar um papel activo e não ser submergido por ela.
As conclusões estão para breve e espera-se que sejam uma pedrada no charco em que nos vamos enterrando.
Enfim, duas excelentes iniciativas da Deloitte, exemplo para uma sociedade civil que se pretende activa e participativa.
Também a Deloitte, na comemoração dos seus 40 anos em Portugal, resolveu promover dois significativos eventos. Uma das iniciativas, denominada Budget Watch, em colaboração com o Expresso e o ISEG, consiste na avaliação sistemática do Orçamento de Estado, através da ponderação de cerca de 50 quesitos por parte de personalidades da área empresarial e académica. Daí resultam dois índices: o Índice Orçamental ISEG, que analisa o rigor do Orçamento, transparência, capacidade de cumprir os objectivos previstos, e a qualidade da informação e o Índice Deloitte Pro Business, que procura qualificar o Orçamento de acordo com a sua capacidade para provocar um ambiente favorável aos negócios. São quesitos que normalmente passam ao lado do debate parlamentar, mas essenciais para avaliar um Orçamento ao serviço dos cidadãos e da economia e a que Governos responsáveis passarão a dar atenção.
Os Resultados, no que respeita ao OE de 2010, vieram já publicados na última edição do Expresso e a nota é francamente negativa: mesmo os académicos não passam dos 37 pontos em 100 (os empresários andam pelos 36 pontos em 100).
A outra iniciativa materializou-se no Projecto Farol, um think thank que tem vindo a reflectir sobre as mudanças estruturais de que o país necessita nesta época de globalização, de modo a desempenhar um papel activo e não ser submergido por ela.
As conclusões estão para breve e espera-se que sejam uma pedrada no charco em que nos vamos enterrando.
Enfim, duas excelentes iniciativas da Deloitte, exemplo para uma sociedade civil que se pretende activa e participativa.
8 comentários:
Caro Paulo:
7 valores para ir à oral?
7 valores é excelente, mas para chumbar liminarmente!...
Oportuno este seu registo, Dr. Pinho Cardão.
Estas iniciativas são exemplos de que a sociedade civil tem um campo vasto de intervenção cívica que poderá ser extremamente útil em diversos domínios, designadamente no que se refere à avaliação de decisões de política pública, seja ex-ante seja ex-post. Não temos tradição nestas práticas. Fazem falta. A sociedade civil, com o envolvimento activo das universidades, pode, com efeito, dar um grande contributo.
Delloitte? Função Social? Peço desculpa, caro Pinho Cardão, mas isso é como juntar "Jogo Limpo" e "Bruno Alves".
Surpreende que uma empresa de auditoria se confesse desta forma como não tendo auditores com qualidade para avaliarem o orçamento de estado. Precisavam de envolver "personalidades da área empresarial"? Pois...talvez não seja a mesma coisa que as iniciativas da fundação JM...
Caro Tonibler:
Quanto ao seu segundo parágrafo, claro que a Deloitte poderia, sòzinha, fazer,sem qualquer dificuldade, uma apreciação séria e fundamentada do OE. Mas não seria a mesma coisa. Não sou procurador da Deloitte, mas acho que dar a conhecer, de forma sistematizafa, a visão de empresários e de académicos sobre cerca de 50 questões que envolvem o OE é uma tarefa meritória. Como muitas Universidades e Institutos lá fora fazem. Acha que paineis de grandes Universidades americanas que envolvem gente fora da Universidade se deve ao facto de internamente não terem gente competente e capaz?
Pois eu acho que iniciativas como esta é que podem fazer do exercício orçamental um jogo limpo, afastado dos túneis e locais obscuros onde a transparência não chega, mas que, afinal, condicionam, e de que maneira, o jogo da economia e, no fim, das nossas vidas. Como outros menos importantes, também.
Deve-se ao apenas facto de ser uma forma de venda. E vender, sendo a função social de todas as empresas, não me pareceu que fosse por aí o sentido do seu post.
Claro que é uma forma de venda. Mas de que a sociedade também aproveita.
Quando uma cervejeira da Dinamarca patrocina a recuperação do palácio de Hamlet, está a "vender" a imagem, mas também a prestar um serviço público.
Não é exactamente a mesma coisa. Recuperar um bem histórico é diferente de insuflar vaidades a "personalidades" para lhes vender auditorias. A primeira tem uma utilidade pública incontestável a segunda não tem qualquer utilidade. Como até sou "accionista" de algumas das empresas de onde (já estou mesmo a ver...) vêm as ditas "personalidades", a coisa causa-me mais preocupação que admiração.
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