Ontem, a jornalista Sandra Felgueiras, em detalhada reportagem na RDP sobre a desobediência civil grega, ilustrou-nos que determinada corrente de opinião grega via nas violentas manifestações o fim do capitalismo.
Admirável mistificação e troca de termos!
Como se os males gregos não tivessem advindo, isso sim, da distribuição do que não havia, na linha de uma das correntes do mais autêntico socialismo.
Como se os males gregos não tivessem advindo, isso sim, da distribuição do que não havia, na linha de uma das correntes do mais autêntico socialismo.
23 comentários:
Nem capitalismo nem socialismo: "corrupcismo".
A profecia jornalística talvez não esteja desajustada, caro Dr. Pinho Cardão. Para quem está atento às manifestações sociais que têm ocorrido por todo o mundo, percebe com clareza que as sociedades e não só as mais desfavorecidas, se revoltam. As convulsões sociais visam correr com os poderes instalados e por "tabela" com os poderes económicos que "embalam" os poderes capitalistas.
Quanto à Grécia e à falsa riqueza que a UE numa imágem holográfica, lhes (e a nós também)mostrou, digo com alguma relutância que tanto para os gregos como para nós, todos se aproveitaram, mas ninguém soube aproveitar.
A ideologia de base na criação da UE e da moeda única, foi corrompida pela avareza e a insaciabilidade da banca e dos capitalistas que a detêm.
Então, a ilustração que a reportagem da jornalista pretende dar, não estará longe da coerência.
Porque repare, caro Dr. Pinho Cardão; o capital foi distribuído, com a finalidade de gerar mais capital, só que, nunca em vários sentidos, mas sim, e somente, no sentido daqueles que o distribuíram, sabendo de ante-mão que aqueles a quem o distribuíam, iríam secar quando chegasse a altura de o restituírem. E se não secassem de uma maneira, secariam de outra, ficando amarrados à dívida de pés e mãos, como é a realidade da situação portuguesa.
Por isso, não consigo ver mistério nenhum, nem tão pouco qualquer troca de termos. Aquilo que vejo, é a realidade de um povo e arealidade de uma União Europeia, que cada dia se desune um pouco mais, devido à força desagregadora que esse capitalismo exerce sobre aqueles que nunca tiveram aquilo que fingiram dar-lhes, tirando-lhes.
Caro Bartolomeu, não poderia estar mais de acordo. :)
Parece-me que o mundo está a precisar de uma nova vaga revolucionária e que façam aos novos aristocratas aquilo que fizeram aos antigos durante a revolução francesa. Diria a rainha de copas: "Off with their heads!"
O que me aborrece, infinitamente, é a teimosia do ser humano em não aprender com os erros do passado. Já deviam ter reparado que tudo o que acaba em "ismo" tende a acabar mal. E sempre que essa tendência se manifesta onde é que começa? Na Europa, pois então. Não tarda muito - quando estiver tudo a ferro e fogo - haverá um pacóvio, algures, que tentará invadir a Rússia em pleno inverno (esta é um clássico, tem de acontecer sempre).
Tirando isso, os gregos ainda não estão a ser violentos. Quando as coisas começarem a explodir, aí sim, estarão a ser violentos. Por enquanto os ânimos estão só exaltados. Aqui há 2 anos atrás, os moços explodiram 2 carros de 2 colegas meus que trabalham numa instituição comunitária, porque os carros tinham as matriculas da Comissão Europeia. Por acaso os meus colegas não estavam lá dentro, mas por motivos de segurança, todos foram aconselhados a mudar de matrícula. Logo, enquanto o grau de intensidade não aumentar, está tudo bem.
O problema das "vagas revolucionárias", Amiga Anthrax, é acabarem invariávelmente com largos genocídios nos corrículos.
Tudo sería evitável se, como diz, a humanidade aprendesse um pouco com os erros do passado. E quando digo humanidade, refiro-me àqueles que foram eleitos para tomar as decisões convenientes, em nome daqueles que os elegeram e... àqueles que elegem, porque os erros do passado, e do presente, não são suficientemente contundentes, para lhes ensinar que, mais tarde ou mais cedo, aqueles em quem confiaram para os governar, os vão tentar escravisar, em nome dos interesses de outros, que na sombra lhes vão sorver o sangue e o suor, até à última gota.
c'est la vie... allons enfant's de la patrie, le jour de victoire n'est pas encorre arrivée.
Caro Bartolomeu:
Lamentavelmente, tenho que discordar com muito do que diz. É que a crise grega não foi causada "pela avareza e a insaciabilidade da banca e dos capitalistas que a detêm". A crise grega teve causas bem definidas a que a Banca e os capitalistas foram alheios. A causa primeira está na demagogia política que levou a distribuir o que não havia, levando as finanças públicas a uma situação de ruptura, face a um endividamento insustentável. Também os Bancos foram além do que deviam, não respeitando os adequados rácios da actividade, nomeadamente em termos de equilíbrio entre os Depósitos e o crédito concedido. Mas também aí a autoridade de regulação se demitiu dos seus deveres.
Também culpa a UE de se desunir cada vez mais "devido à força desagregadora que esse capitalismo exerce sobre aqueles que nunca tiveram aquilo que fingiram dar-lhes, tirando-lhes". Creio que é injusto. A Alemanha, a França, a Holanda e muitos outros países entregaram-nos enormes quantias com vista ao desenvolvimento. É lógico que queiram que, no mínimo, sejamos cumpridores. Culpá-los por males que outros provocam é a desresponsabilização absoluta.
Cara Anthrax:
Também, e também lamentavelmente, não posso concordar consigo. No caso vertente da Grécia, a culpa é grega, não é dos outros.
Toca num aspecto que considero importantíssimo, caro Dr. Pinho Cardão; « Mas também aí a autoridade de regulação se demitiu dos seus deveres».
É claro que também nesta matéria, as nossas opiniões certamente serão divergentes, isto porque, acredito que esse desmazelo se ficou a dever ao comprometimento político com a defesa de interesses privados, nomeadamente, a banca.
Quanto à "injustiça" que assinala, relativamente aos fundos que nos foram chegando dos países da UE, não a entendo de uma forma tão evidente, quanto o caro Dr. Pinho Cardão. Isto, pelo simples motivo, que essas "bondosas" remessas, tiveram como contrapartidas o arrasamento da nossa agricultura, das nossas pescas, das nossas mais importantes indústrias.
Diga-me lá por favor, o caro Dr. Pinho Cardão, de que maneira se pode ajudar alguém a prosperar, se lhe emprestarmos dinheiro, mas o obrigarmos a deixar de trabalhar e depois lhe exigirmos o dinheiro que lhe emprestámos antes, aduzido de juros que o muitiplicam?
Eu não percebo de que maneira essa prática, pode constituir uma ajuda...
Além do mais, considero que não são só os gregos e os portugueses e os irlandeses, culpados da irresponsabilidade. Não, os governos dos países e a própria UE, sabiam e sabem perfeitamente que as suas economias, as suas capacidades produtivas e competitivas, não suportavam as condições que passaríam a ter de cumprir, após o recebimento desses "apoios".
É claro que no meio de toda a brincadeira não inocente, houve um engodo em que todos fingiram não cair, que foi o fundo perdido e, no caso português, a velha máxima «quem vier a seguir, que feche a porta».
Assim nunca lá iremos, caro Dr. enquanto toda a gente mantiver o uso e costume de querer "tapar o sol com a peneira" e "assobiar para o lado" quando as coisas começam a ferver.
Sim, Dr. PC, os Estados contribuintes entregaram-nos enormes quantidades de fundos com vista ao desenvolvimento e o que é que fizémos com eles? Nalguns casos, comprámos jipes para cultivar as hortinhas. Noutros, devolvemos o dinheiro a Bruxelas ou porque não foi utilizada, ou porque não foi utilizada de acordo com as regras que estavam definidas. Seja como for, é má gestão de fundos comunitários. Isto, no nosso caso é claro.
Por outro lado diz que a situação actual não tem a ver com a ganância das instituições de crédito, então não tem? Mas há alguma instituição destas que empreste dinheiro a fundo perdido?
Quem empresta fá-lo na perspectiva de que vai - não só - vai recuperar o dinheiro que emprestou - como também - vai receber mais do que emprestou. É claro que não há problema nenhum nisto, mas às vezes as coisas correm mal e isso é um risco. Risco que aqueles que emprestaram o dinheiro aceitaram correr.
Acharam que isto era como os EUA, não? Pois é, mas isto não são os EUA, porque os EUA têm outros mecanismos financeiros, que podem ser utilizados para equilibrar a balança de pagamentos. Enquanto que nós, a Grécia, e os outros Estados da zona euro, achámos que isso já não era preciso e abdicámos desses mesmos mecanismos. O resultado é o que está à vista.
Eu não digo que a culpa não é da Grécia. O que eu digo é que há mais responsáveis pela presente situação.
Sobre a intervenção da jornalista Sandra Felgueiras, na Grécia (hoje, no Jornal da Tarde), deixo a sugestão de verem o post em
http://o-andarilho.blogspot.com
Ora, toda a gente sabe que os gregos são vítimas das agências de rating ao serviço dos especuladores da economia de casino, incluindo os 50 motoristas por viatura oficial e os 45 jardineiros do hospital que tem 3 arbustos na entrada.
Caro António,
Para o desastre, deles e do nosso, houve várias contribuições mas a factura agora, e por enquanto, está a ser apresentada apenas aos contribuintes.
É evidente que os gregos ( e os portugueses, e etc., os norte-americanos tambem) gastaram muito mais do que produziram. Mas também é verdade que os banqueiros, aqui, ali, acolá, em toda a parte, confiados na rede do moral hazard, o maior problema da América segundo Bern Bernanke numa entrevista à Time há dois anos,
fizeram trinta por uma linha para embolsar à grande e à francesa, e à americana, e à portuguesa, etc.
Nada disto tem a ver com capitalismo ou socialismo mas com o desaforo que o moral hazard consente ao sistema. Como acabar com ele é o grande desafio que se coloca.
Mas não nos iludamos: nem os gregos nem nós pagaremos a conta por inteiro. Não é possível.
A banca tem de pagar a sua parte de irresponsabilidade.
Transcrevi para o meu caderno, recentemente dois artigos, um do Economist, outro da Time. Gente insuspeita. Vale a pena ler aquilo.
O Pinho Cardão faz-me lembrar o Eng. Sousa Veloso da TV Rural. Bom homem mas bastante irrelevante.
Caro Bartolomeu e Anthrax:
Cumprisse a Grécia(e Portugal) as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento que subscreveu e a que se obrigou(défice inferior a 3% e dívida pública inferior a 60% do PIB) e não estaria nas condições em que está. E aí convirão que a responsabilidade não é dos Bancos, nem das agências de rating, nem da especulação internacional, etc, etc, mas do poder político. Creio que não é preciso juntar mais nada. Mas direi, adicionalmente, que a situação portuguesa só se deteriorou durante os últimos anos. Por força dos défices orçamentais. Ponto final. Bancos, especulação, agências de rating também existiam antes. O que não existia era o descontrolo das contas públicas.
Caro Tonibler:
Ora aí está: explicação cabal, com dados autênticos.
Caro Rui:
De facto, a Banca demorou a atentar no deslize das contas públicas e continuou a emprestar dinheiro. Devia ter fechado a torneira há mais tempo. Mas as acusações que agora sofre sofrê-las-ia antes.
Caro Eduardo Saraiva:
Pois é, jornalistas incultos, sem conhecimentos de história, limitam-se a papaguear o que lhes dá na real gana. E a tentar justificar, pelo sensacionalismo bacoco, a razão da deslocação.
Caro Rui Fonseca,
Chegou exactamente onde eu pretendia que chegassem: Não é possível pagar a dívida por inteiro.
Mais nada.
Eu estou apenas curiosa para ver o que vai acontecer quando se estiver frente a frente com essa situação.
Seja como for e venha o que vier, eu acho que vai ser positivo na medida em que já é hora das pessoas perceberem que não se pode viver com o que não se tem e se isto significar um acordar violento, tanto melhor. Porque se uns têm de perceber que não se pode viver com o que não há, outros terão de perceber que não se pode brincar com a vida das pessoas sem haver consequências.
Ha uma questão que ainda não fui capaz de entender, caro Dr. Pinho Cardão; porque raio se lembraram de criar em Maio de 2010,os países da zona euro, o Fundo Europeu de Estabilização Europeia?
Aqui entre nós... aquilo não tinha afinalidade de salvaguardar financeiramente, os paises membros que se encontrassem em dificuldades?
Sim, claro que a coisa não poderia funcionar à tripa-forra, mas daí até deixarem que os países membros cheguem à beirinha, mesmo ao limite da bancarrota... com as implicações a nível social e a desestabilização que gera...
Agora, cabe-me retorquir-lhe, caro Dr. Pinho Cardão... ha qualquer coisa nesta estória grega, que fede.
Dr. PC!
Devo-lhe uma reparação parcial... sim, parcial porque não concordo com a totalidade da sua perspectiva... mas fui ver o que o Eduardo Saraiva publicou a propósito da intervenção da moça e espero, sinceramente, que alguém a afogue no mar Egeu... ou pelo menos que lhe ponham a cabeça debaixo de água durante algum tempo.
Como eu estava agorinha mesmo a comentar com o meu marido: "That woman is freakin' idiot!"
Por isso, ok, compreendo a sua indignação.
Caro Bartolomeu:
Pois é verdade que criou. A Europa, mais uma vez, fez a sua parte, no sentido, como diz, de salvaguardar a situação dos países membros que se encontrassem em dificuldades. Com condições, como não podia deixar de ser, para não continuar tudo como dantes. E os países em dificuldades o que fizeram? Sim, o que fizeram? Continuaram a agravar as contas públicas e a aumentar défices, como Portugal e Grécia. Ainda hoje foi revelado o défice português do 1º Trimestre, substancialmente superior ao previsto. Como já foi o do ano passado e o de há dois anos.
O problema está basicamente em nós, caro Bartolomeu. Não na Europa.
Cara Anthrax:
Aos poucos e poucos ainda me dará total razão!...
...mesmo no bárbaro linguarejar finlandês...
"... a Banca demorou a atentar no deslize das contas públicas e continuou a emprestar dinheiro...."
Não, António.
Aos banqueiros convinha-lhes emprestar ao Estado porque é (era) suposto o Estado pagar sempre nem que tenha de aumentar os impostos.
Era um filão sem fim.
Mas os banqueiros não aproveitaram apenas do facto do estado ser um animal manso. Direccionaram o crédito para os sectores que viviam à sombra do estado. E promoveram o crédito junto do público em geral com alguidares de
plástico. Até a Caixa emprestava 100% do valor da casa, incluindo o preço do recheio.
Fizeram barbaridades. E porquê?
Porque contam com a rede, com o moral hazard.
Se uma qualquer empresa concede crédito para além do que o seu cliente pode aguentar e ele não aguenta e não paga, essa empresa descuidada não pode pedir ao estado que lhe resolva o preço da distracção.
Não é assim com a banca e os banqueiros, como bem sabes. Não. Banqueiro quando se descuida demais( e descuida-se consciente disso) volta-se para o estado a pedir-lhe que o estado, o tal animal manso, lhe resolva o descuido.
É o que se está a passar na Grécia , e não só. Os banqueiros alambazaram-se porque lhes convinha aos lucros e ao prémios. Agora que paguem os contribuintes.
É imoral, não? E pode subsistir? Só até ao dia em que o sistema estilhassar completamente.
Considera "estilhaçar" s.f.f. , e não o que lá esta´.
Caro Rui:
O Estado, através do governo, considerava que determinados investimentos deveriam fazer-se e pedia dinheiro à Banca. Não era a Banca que decidia os investimentos. A culpa maior está no Estado.
Claro que os Bancos, pela informação que têm, deveriam ter sido prudentes. De qualquer forma, sabes bem que os empréstimos ao Estado, em situações normais, têm spreads baixíssimos, já que consideravam esses financiamentos como de risco nulo.
Técnicamente, estou inteiramente de acordo com as conclusões que o caro Dr. Pinho Cardão apresenta.
Mas, na prática sabemos sobejamente bem, que nada se passou assim. Na realidade houve uma exagerada sede da banca em xupar o cidadão até ao último cêntimo, "apoiada" pela vista-grossa que o Governo sempre fêz e... "aguentada" por uma falsa economia que se queria acreditar florescente, apoiada pelas promessas de que os fundos comunitários iríam tornar Portugal uma potência económica, produtiva.
Castelos de areia, como outros que no nosso país se ergueram em outros tempos e que acabaram por se desmoronar.
Mas, e ainda a propósito do FEEE, deixe que lhe conte uma história do tempo do Estado Novo, agora já velho, mas que nos deixou lições que poderíam, se bem aplicadas e com as correcções e adaptações necessárias, salvar a nossa economia e revitalizar a nossa produção, garantindo a nossa sustentabilidade.
Recorda-se certamente o caríssimo Dr. Pinho Cardão, daquela figura do Estado Novo que, sem nunca ter sido nomeado ministo, secretário ou, subsecretário de Estado, excedeu contudo o poder e a influência daqueles que o foram, durante o polémico governo de Salazar... refiro-me ao «patrão das pescas», Almirante Henrique Tenreiro. Figura polémica do regime mas, de importância incontornável, pela obra que construíu.
Foi ele o autor da Obra Social nas pescas e também de um conceito corporativista, actualmente considerado impensável, mas que manteve funcional, durante décadas um dos mais importantes sectores da nossa economia.
Basicamente, o conceito assentava em 3 estructuras independentes mas interligadas que se apoiavam continuamente, sempre sob a vigilância e coordenação do governo. Eram os grémios, as mútuas e as cooperativas.
Os grémios, tinham a função de reunir os empresários que estavam no ramo e sujeita-los igualmente ao cumprimento das normas que regulamentavam a actividade. As mútuas, tinham a função de proteger quer os armadores como os pescadores e família, contra os riscos e os acidentes a que estavam sujeitos durante as duras campanhas da pesca do bacalhau, e mais tarde das restantes espécies. As cooperativas, garantiam a venda, o escoamento do pescado em condições de equilíbrio entre o valor de custo do produto e o valor de mercado, tendo sempre como objectivo a capacidade económica do país.
Imagine, caro Dr. Se os mesmos princípios fossem adoptados no mercado comum europeu...
"A culpa maior está no Estado"
Caro António,
O Estado é cego, surdo e mudo. A culpa maior é dos governos, do anterior, especialmente, mas também dos que o antecederam.
Volto porque insistes em não considerar o resto, que é muito.
O resto, foi a desabusada política de crédito a tudo quanto era suposto garantido pelo Estado. O resto foi a ganância com que os banqueiros, na mira do lucro fácil e imediato, aplicaram as poupanças dos portugueses e, pior que isso, procuraram no exterior, financiamentos para a construção civil,para o consumo privado, etc. sem olhar às garantias que uma economia débil no seu conjunto não poderia dar.
Mais: Ainda há bem pouco tempo os banqueiros persistiam na desinformação de que o crédito mal parado era baixo em Portugal.
Como se fosse possível num país onde quase todos pagam tardiamente a quase todos, os incobáveis da banca fossem excepção.
Chegou a troica e logo concluiu que havia ali gato escondido, tamanho era o rabo de fora.
Não, António. Os banqueiros, aqui e na Europa, e nos EUA, não têm desculpas. Foram dos principais culpados por esta tragédia.
E, até agora, não pagaram nada. Salvo raríssimas excepções.
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