Ainda não li o livro “Na Doença e no Poder” de David Owen (médico, ex-ministro da saúde e ex-ministro dos negócios estrangeiros britânico). Chamou-me a atenção o artigo hoje publicado no DN no Especial Doenças Políticas.
Tenciono comprá-lo porque me interessa compreender que síndrome é essa que leva políticos a negar a realidade que supostamente deveriam governar. O livro procura encontrar razões que expliquem porque é que muitos políticos ao final de algum tempo do exercício do poder se desligam do mundo em que vivem e se divorciam da realidade. Centram-se neles próprios e a partir de certo momento passam a governar em circuito fechado.
David Owen decidiu estudar algumas dezenas de políticos para provar a teoria de que as pressões e a responsabilidade afectam a mente e o comportamento dos políticos durante o exercício do poder.
Tudo começa ao atingirem um certo ponto da carreira, a partir da qual, mesmo que duvidem da sua real capacidade para a tarefa, os elogios dos que estão à sua volta fazem-nos ultrapassar a desconfiança em si próprios, criando rapidamente um estatuto para si de invencibilidade e de serem indispensáveis ao país.
A espiral de autoconvencimento em que estes políticos entram só termina com o seu próprio fracasso. O processo é simples. Quem se opõe às suas ideias e projectos torna-se um inimigo e o político passa a suspeitar de razões inexplicadas por trás de qualquer crítica. O passo seguinte é afastar-se da realidade.
Diz David Owen que os dirigentes políticos quando têm sucesso ficam extrema e perigosamente autoconvencidos e não tomam em consideração o que a maioria das outras pessoas pensa. Os políticos que são vítimas desta síndrome acham que continuam a ser a mesma pessoa, perdem o controlo de si próprios e da realidade e convencem-se de que são imbatíveis. Acabam por sucumbir a esta presunção.
Segundo o autor do livro, a Europa tem sido fértil em casos destes. Lembrei-me imediatamente de alguns dos nossos políticos…
Tenciono comprá-lo porque me interessa compreender que síndrome é essa que leva políticos a negar a realidade que supostamente deveriam governar. O livro procura encontrar razões que expliquem porque é que muitos políticos ao final de algum tempo do exercício do poder se desligam do mundo em que vivem e se divorciam da realidade. Centram-se neles próprios e a partir de certo momento passam a governar em circuito fechado.
David Owen decidiu estudar algumas dezenas de políticos para provar a teoria de que as pressões e a responsabilidade afectam a mente e o comportamento dos políticos durante o exercício do poder.
Tudo começa ao atingirem um certo ponto da carreira, a partir da qual, mesmo que duvidem da sua real capacidade para a tarefa, os elogios dos que estão à sua volta fazem-nos ultrapassar a desconfiança em si próprios, criando rapidamente um estatuto para si de invencibilidade e de serem indispensáveis ao país.
A espiral de autoconvencimento em que estes políticos entram só termina com o seu próprio fracasso. O processo é simples. Quem se opõe às suas ideias e projectos torna-se um inimigo e o político passa a suspeitar de razões inexplicadas por trás de qualquer crítica. O passo seguinte é afastar-se da realidade.
Diz David Owen que os dirigentes políticos quando têm sucesso ficam extrema e perigosamente autoconvencidos e não tomam em consideração o que a maioria das outras pessoas pensa. Os políticos que são vítimas desta síndrome acham que continuam a ser a mesma pessoa, perdem o controlo de si próprios e da realidade e convencem-se de que são imbatíveis. Acabam por sucumbir a esta presunção.
Segundo o autor do livro, a Europa tem sido fértil em casos destes. Lembrei-me imediatamente de alguns dos nossos políticos…
4 comentários:
Essa psicose pode ser aproveitada a nosso favor agora .
Nos tempos que aí vêm não deixa de ser tentador esfolar sócrates mediaticamente e colocar nele todo o foco e atenção.
Enquanto as desesperadamente necessárias medidas forem implementadas ..e para evitar acções e ter apenas reacções dos interesses instalados .. seria muito interessante levar à exaustão este tema da perda de cabeça incidindo precisamente em sócrates.
O ideal ,disparado, é sem sombra de duvida indiciar CRIMINAL E IMEDIATAMENTE sócrates .
E a partir daí ..esfolá-lo (VIVO CLARO )bem devagar ..
Esfolá-lo vivo e bemmmmm devaaaaggaaarrr ..e doar todo o mediatismo que o caso merece.
E acentuar bem sempre ..até onde o poder faz perder a cabeça...
Explorar lentamente todos os casos ..e como são tantos dará para distrair a turma dele por muito e bom tempo ...e assim conseguir fazer as tão necessárias alterações do roteiro nacional.
Quanta mais pressão for feita para exigir o acerto de contas com a justiça , maior o resultado positivo.
Tinha visto a apresentação do livro uns dias antes no I.
"Na Doença e no Poder", David Owen (MNE inglês 1977-79), hoje no I.
«Não é automático que os políticos tenham a síndroma da arrogância,
que ocorre quando a sua autoconfiança suprema os impede de aceitar conselhos contrários ao seu ponto de vista»
«As democracias têm de se defender das doenças dos chefes de governo»
Não se debruçando sobre Portugal,
chega, depois dos últimos anos por aqui, em muito boa altura.
Ou tarde.
Que possa aproveitar aos líderes do futuro.
Caro Cabloco
Esta síndrome e as suas graves consequências deveriam constar de um manual de boa conduta da política, na tentativa de prevenir que a mesma se declare em pleno exercício do poder.
Caro AF
Tarde chegou! Será que os nossos políticos vão (querem) ler o livro?
Não atinge só os políticos, eles estão apenas mais expostos. Todos os cargos que detêm poder podem causar este efeito, e às vezes afecta também a própria noção da dimensão do poder real,quem é que nunca conheceu pequenos tiranetes?
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