Mercê das fortes reestruturações por que passaram e da aplicação de boas práticas de gestão, entre as quais as que visavam a melhoria da satisfação dos colaboradores, por força de melhores remunerações ou de outros não menos importantes incentivos, os Bancos portugueses estão hoje entre os mais modernos da Europa ou da América, seja na actividade da banca comercial como na da banca de investimento. Por isso, e embora já sujeitos a cada vez mais acrescida concorrência de bancos estrangeiros, vêm aumentando a actividade, a produtividade e os lucros. Dos últimos resultados dos maiores Bancos, como, aliás, já tenho referido em textos anteriores, resulta que a rentabilidade dos seus capitais próprios chega a exceder os 20%, com uma inflação de 2,5%, o que indica a recuperabilidade do capital em cerca de 5 anos.
Pois estes mesmos Bancos iniciaram as negociações com os Sindicatos com propostas de aumentos de 1,5%, bem abaixo da inflação e, para algumas classes, de 0%!...
Pois estes mesmos Bancos iniciaram as negociações com os Sindicatos com propostas de aumentos de 1,5%, bem abaixo da inflação e, para algumas classes, de 0%!...
Obviamente que sou pela economia de mercado e pela livre escolha. Mas esta propsta é uma indignidade!...
2 comentários:
É de facto uma indignidade, meu caro Pinho Cardão. Mas além disso é a prova de alguma falta de inteligência dos gestores bancários. Se a intenção é impor também no sector o princípio da moderação salarial, os valores propostos para início de negociação vão seguramente criar o ambiente contrário à aceitação de valores razoáveis de actualização salarial, os quais, face aos resultados da banca, não podem deixar de ser positivos em termos reais.
Caro Pinho Cardão,
Há aí no seu post algo que não concordo. A sofisticação atingida pela banca portuguesa deriva, não de uma maior sofisticação no negócio propriemente dito, mas sim nos meios desenvolvidos para o fazerem.
Isto não resultou de um driver interno a cada um dos bancos, mas sim como resultado de uma unificação num período particular da evolução tecnológica. Em termos de gestão a banca portuguesa sempre foi fraquita. Mesmo a banca de investimento é muito reactiva e muito pouco original, intermediam aquilo que o JP Morgan ou a M Linch fizerem com eles. Tinham, no entanto, gestores que foram os construtores, que arrancaram os bancos das nacionalizações ou mesmo do zero.
Esta nova fase, em que aqueles que construiram os bancos a partir das nacionalizações já se afastaram, é francamente má. Parece-me boa altura para comprar acções dos bancos grandes porque, de tão mal geridos que são, devem estar prestes a receber boas ofertas para serem comprados, principalmente aqueles que andam a comprar... Os resultados, quero ver os de 2007, porque agora é tudo alterações de critérios valorimétricos.
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