O Serviço Nacional de Saúde Britânico anda com problemas há muitos anos. Foi pioneiro e fonte de inspiração de muitos outros. No entanto, a qualidade das prestações tem vindo a diminuir nos últimos anos, a insatisfação e críticas a crescer e os custos a disparar de tal forma que os responsáveis são obrigados a radicais medidas de poupança.
A melhor maneira de proceder à sua implementação, evitando a natural contestação e ruído de fundo, é justificá-las através de medidas técnicas, em que a bondade na prestação de cuidados de melhor qualidade é uma constante. Deste modo, o Governo Britânico acaba de anunciar a intenção de encerrar dezenas de hospitais com o argumento de salvar vidas. É verdade! Podem, de acordo com as suas contas, salvar mais de mil vidas, se concentrarem serviços em hospitais de maiores dimensões, mesmo que tenham de percorrer distâncias maiores. Sessenta hospitais poderão encerrar ou terem de transferir determinados serviços.
O exemplo subjacente a esta intenção prende-se com as doenças cardiovasculares. Caso ocorra um acidente agudo, o melhor é transportar o doente para um hospital de referência sem ter de passar por qualquer unidade de saúde intermédia. De facto, esta afirmação é verdadeira. Já em tempos, tivemos oportunidade de verificar, mesmo entre nós, atrasos substanciais na chegada aos hospitais especializados no tratamento destas situações (uma verdadeira “eternidade”!), agravados se tivessem de passar pelos centros de saúde, colocando em perigo de vida o doente. Muitas centenas de vida poderão ser salvas se forem referenciadas de imediato para uma unidade de cuidados intensivos. Mas é preciso que o transporte seja feito em veículos adequados para o efeito e com uma tripulação constituída por profissionais altamente qualificados. Ou seja, a urgência passará a ir a casa do doente. Se for assim, tudo bem. O pior é se o transporte continuar a ser feito de modo “meio artesanal”!
Os cálculos efectuados pelos colegas britânicos estão correctos, quando aplicados aos casos de enfarte do miocárdio ou de acidentes vasculares cerebrais, resta saber qual a sua eficácia, nomeadamente em outras situações que sendo, também, graves, não comportam o risco de morte imediata. A contestação à medida é um facto, e, apesar da forma elegante e tecnicamente correcta dos argumentos aduzidos, é ponto assente que o que está na base são problemas financeiros, porque esta realidade é conhecida há muitos anos, mesmo em Portugal!
Não sei se o fecho dos hospitais por parte do Governo Britânico se baseia nas ideias do nosso ministro da saúde, o qual tem vindo a tomar, como é do conhecimento geral, medidas idênticas no caso das urgências e maternidades. Talvez não!
A melhor maneira de proceder à sua implementação, evitando a natural contestação e ruído de fundo, é justificá-las através de medidas técnicas, em que a bondade na prestação de cuidados de melhor qualidade é uma constante. Deste modo, o Governo Britânico acaba de anunciar a intenção de encerrar dezenas de hospitais com o argumento de salvar vidas. É verdade! Podem, de acordo com as suas contas, salvar mais de mil vidas, se concentrarem serviços em hospitais de maiores dimensões, mesmo que tenham de percorrer distâncias maiores. Sessenta hospitais poderão encerrar ou terem de transferir determinados serviços.
O exemplo subjacente a esta intenção prende-se com as doenças cardiovasculares. Caso ocorra um acidente agudo, o melhor é transportar o doente para um hospital de referência sem ter de passar por qualquer unidade de saúde intermédia. De facto, esta afirmação é verdadeira. Já em tempos, tivemos oportunidade de verificar, mesmo entre nós, atrasos substanciais na chegada aos hospitais especializados no tratamento destas situações (uma verdadeira “eternidade”!), agravados se tivessem de passar pelos centros de saúde, colocando em perigo de vida o doente. Muitas centenas de vida poderão ser salvas se forem referenciadas de imediato para uma unidade de cuidados intensivos. Mas é preciso que o transporte seja feito em veículos adequados para o efeito e com uma tripulação constituída por profissionais altamente qualificados. Ou seja, a urgência passará a ir a casa do doente. Se for assim, tudo bem. O pior é se o transporte continuar a ser feito de modo “meio artesanal”!
Os cálculos efectuados pelos colegas britânicos estão correctos, quando aplicados aos casos de enfarte do miocárdio ou de acidentes vasculares cerebrais, resta saber qual a sua eficácia, nomeadamente em outras situações que sendo, também, graves, não comportam o risco de morte imediata. A contestação à medida é um facto, e, apesar da forma elegante e tecnicamente correcta dos argumentos aduzidos, é ponto assente que o que está na base são problemas financeiros, porque esta realidade é conhecida há muitos anos, mesmo em Portugal!
Não sei se o fecho dos hospitais por parte do Governo Britânico se baseia nas ideias do nosso ministro da saúde, o qual tem vindo a tomar, como é do conhecimento geral, medidas idênticas no caso das urgências e maternidades. Talvez não!
Algumas maternidades já foram à vida e muitos Serviços de Atendimento Permanente vão encerrar de acordo com a “política de melhoria da qualidade técnica a prestar pelos serviços de saúde portugueses”. Face ao que está a acontecer, não me admiraria muito que, no futuro, alguns hospitais fossem também encerrados com o pretexto de melhorar a qualidade da assistência e salvar vidas! É sempre possível, tecnicamente, provar a “bondade” das iniciativas que “escondem”, como é óbvio, motivos financeiros, até, porque, não podemos ignorar que a assistência aos doentes se reveste de outras particularidades além das situações de emergência…
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