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quarta-feira, 4 de junho de 2008

Afinal (sempre) havia outra...


...solução para os residuos industriais perigosos (RIP), para além da co-incineração.

Foi feita prova hoje com a apresentação, com honras ministeriais, dos CIRVER localizados no Eco-Parque do Relvão no Concelho da Chamusca, uma das poucas medidas verdadeiramente relevantes e louváveis nos domínios do ambiente tomadas por este Governo.

Os CIRVER são instalações dedicadas ao tratamento e aproveitamento dos resíduos considerados perigosos, resultantes, na sua maior parte, da actividade industrial. Hoje sim, deu-se um passo no sentido de acabar com um dos maiores passivos ambientais do País.

Nos CIRVER é possivel inertizar, tratar e valorizar boa parte dos RIP produzidos, evitando os riscos associados à co-incineração já amplamente divulgados. Com estas instalações, só uma parcela será queimada nas cimenteiras.

Parabéns, pois, ao Governo por ter dado continuidade a uma decisão, tomada em nome do interesse geral pelo XV Governo Constitucional, demonstrando em boa hora que o seu fundamentalismo na opção pela co-incineração não fazia sentido, confirmando-se agora que só estes dois centros são capazes de tratar e valorizar mais de 300 mil toneladas/ano de RIP.

Mas uma saudação especial aos autarcas da Chamusca. Não só aos actuais, mas também aos que o foram, destacando o caso do nosso editor Joaquim Garrido que, como presidente da Assembleia Muncipal, apoiou um projecto integrado de um eco-parque que é já um modelo - acima de tudo de sentido das responsabilidades perante a comunidade - em que muitos devem por os olhos.

Espera-se agora que o mesmo governo que negoceia com autarquias compensações pela perda de um aeroporto (!), não se esqueça da minimização do maior impacto dos CIRVER, que é a natural preocupação e receio das pessoas, cumprindo a promessa de execução do troço do IC 3 (se não erro), de modo a que o transporte dos RIP se não faça por zonas urbanizadas e de acessos complexos.

2 comentários:

CCz disse...

Receio que, á parte o lado positivo ambiental, estejamos perante mais um exemplo da economia de caldinho, a economia que mais prolifera em Portugal, a da economia de bens e serviços não-transacionáveis.
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As empresas que já dão um destino adequado aos seus RIP, encaminhando-os, por exemplo, para outra região da UE, de forma perfeitamente legal, parece que vão ter de pagar mais pelo serviço feito em Portugal e ser proíbidas de continuar a dar o destino que dão actualmente.
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Mais um exemplo que se enquadra na primeira página do Público de ontem, temos um estado demasiado gordo, demasiado ineficiente e que trata os escolhidos como os reis no tempo em que distribuiam terras e outras benesses.

Anónimo disse...

Bom apontamento, Ccz.
Espera-se que o negócio que os CIRVER constituem não se paute por regras de proteccionismo, permitindo a plena competitividade com o mercado externo.
Aliás se fora de portas o tratamento e valorização de RIP é lucrativo, não vejo porque razão não o pode ser cá em condições de plena concorrência com esses mercados.