Confesso que não sou uma militante do futebol, mas que gosto de ver um jogo de futebol. Quando foi do Europeu de 2004 também fui “arrastada” na onda nacional que quase levou a nossa selecção ao 1º lugar. Perdemos mal, pensei eu na altura, com um certo sentimento de injustiça!
Também não me estava a ver um dia a escrever um post sobre futebol porque quase nada sei sobre esta modalidade, os clubes, os jogadores, os treinadores, os campeonatos, os lances de bola, as transferências e os milhões que se movimentam e muitas outras coisas com certeza importantes para poder falar a sério sobre futebol.
E escrevo este post porque hoje assisti a um episódio engraçado e simultaneamente comovente que já vou contar.
Sempre achei haver um certo exagero no papel que o futebol assume na vida de uma grande maioria dos portugueses. Pode haver crise, pode não haver dinheiro (para comprar jogadores há sempre dinheiro!), pode fazer chuva e trovoada, pode “cair o carmo e a trindade” mas o futebol está imune a todas essas vicissitudes, como que à margem do País real. É algo que se revela muito especial, algo endeusado, algo sobrenatural, algo intocável, algo de magnífico!
Vai muito para além de um espectáculo ou de um desporto. É um fenómeno que tem uma função social importante ao unir as pessoas em torno de uma vontade de vencer, de ser o melhor, que alimenta e provoca muitas emoções e sentimentos individuais que dão lugar a um pulsar colectivo, ora seja de alegria e de festa, ora seja de tristeza e de desilusão. Mas os seus adeptos têm sempre em comum a esperança de ganhar e de conquistar o êxito, em alguns casos, mesmo, de conquistar uma certa “imortalidade”. Sentem que um bocadinho do seu clube ou da sua selecção é parte de si próprio e que o clube ou a selecção também dependem de si!
Pois estava eu a tomar um café de manhã e à saída da pastelaria estavam duas senhoras e um senhor muito idosos - com não menos de 80 anos, mas com um ar fresco e alegre, aparentemente nas suas plenas faculdades – vestidos a rigor de “Portugal”. Quer dizer, estavam vestidos com umas grandes t-shirts até ao joelho onde nas costas se podia ler “OBRIGADO PORTUGAL – PAIXÃO LUSITANA”, com uns barretes enfiados nas cabeças muito bem feitos com as cores nacionais e uns cachecóis pelas costas de malha fina com o escudo da bandeira nacional.
Não resisti ao grupo e abeirei-me de uma das senhoras, a quem comecei por dar os parabéns pela fantástica vestimenta do grupo. Rapidamente me fizeram questão de explicar que a selecção nacional está acima de tudo, que nem tudo está mau e que se Portugal ganhasse seria uma prova de que também somos bons. Que a selecção precisa de ser apoiada, que precisa da força de todos para ganhar. Auto desejei-me e a todos que desta vez os “gregos” não levariam a deles avante!
E depois deste início de dia divertido, fiquei a pensar que não há dúvida que o futebol, em particular a selecção nacional perante o desafio de ganhar o Europeu de 2008, é uma alavanca de esperança de todos, que não tem idades, classes, profissões, cores, partidos, tendo em comum Portugal.
Também não me estava a ver um dia a escrever um post sobre futebol porque quase nada sei sobre esta modalidade, os clubes, os jogadores, os treinadores, os campeonatos, os lances de bola, as transferências e os milhões que se movimentam e muitas outras coisas com certeza importantes para poder falar a sério sobre futebol.
E escrevo este post porque hoje assisti a um episódio engraçado e simultaneamente comovente que já vou contar.
Sempre achei haver um certo exagero no papel que o futebol assume na vida de uma grande maioria dos portugueses. Pode haver crise, pode não haver dinheiro (para comprar jogadores há sempre dinheiro!), pode fazer chuva e trovoada, pode “cair o carmo e a trindade” mas o futebol está imune a todas essas vicissitudes, como que à margem do País real. É algo que se revela muito especial, algo endeusado, algo sobrenatural, algo intocável, algo de magnífico!
Vai muito para além de um espectáculo ou de um desporto. É um fenómeno que tem uma função social importante ao unir as pessoas em torno de uma vontade de vencer, de ser o melhor, que alimenta e provoca muitas emoções e sentimentos individuais que dão lugar a um pulsar colectivo, ora seja de alegria e de festa, ora seja de tristeza e de desilusão. Mas os seus adeptos têm sempre em comum a esperança de ganhar e de conquistar o êxito, em alguns casos, mesmo, de conquistar uma certa “imortalidade”. Sentem que um bocadinho do seu clube ou da sua selecção é parte de si próprio e que o clube ou a selecção também dependem de si!
Pois estava eu a tomar um café de manhã e à saída da pastelaria estavam duas senhoras e um senhor muito idosos - com não menos de 80 anos, mas com um ar fresco e alegre, aparentemente nas suas plenas faculdades – vestidos a rigor de “Portugal”. Quer dizer, estavam vestidos com umas grandes t-shirts até ao joelho onde nas costas se podia ler “OBRIGADO PORTUGAL – PAIXÃO LUSITANA”, com uns barretes enfiados nas cabeças muito bem feitos com as cores nacionais e uns cachecóis pelas costas de malha fina com o escudo da bandeira nacional.
Não resisti ao grupo e abeirei-me de uma das senhoras, a quem comecei por dar os parabéns pela fantástica vestimenta do grupo. Rapidamente me fizeram questão de explicar que a selecção nacional está acima de tudo, que nem tudo está mau e que se Portugal ganhasse seria uma prova de que também somos bons. Que a selecção precisa de ser apoiada, que precisa da força de todos para ganhar. Auto desejei-me e a todos que desta vez os “gregos” não levariam a deles avante!
E depois deste início de dia divertido, fiquei a pensar que não há dúvida que o futebol, em particular a selecção nacional perante o desafio de ganhar o Europeu de 2008, é uma alavanca de esperança de todos, que não tem idades, classes, profissões, cores, partidos, tendo em comum Portugal.
Pena é que no resto, que é o principal, não sejamos capazes de nos mobilizar e lutar por sermos vencedores, para aí colocarmos o melhor de nós, a esperança, vontade e saber de vencer!
4 comentários:
Cara Margarida
É isso mesmo. Uma esperança de vencer e provar que podemos ser os melhores. O futebol simboliza isso, mas o que todos nós desejamos é vencer em todos os outros "estádios" e competições da vida, económica, cultural, social, científica, além da desportiva. No fundo manter a esperança de que um dia seremos os melhores entre os melhores.
Que grande revelação!
Dificilmente a imaginaria, cara Drª Margarida Corrêa de Aguiar a "vibrar" ao som de GOOOOOOOOOLO.
;)))
É obvio que não encontro nenhum motivo especial que justifique esta minha admiração... a menos talvez que... um ligeiro preconceito masculino, nada de quidado, espero eu.
;))
O fenómeno de massas que refere, cara Margarida, estaria certamente longíssimo da imaginação daqueles ingleses que no seculo XIX criaram este desporto a que se passou a chamar futebol.
"Que a selecção precisa de ser apoiada, que precisa da força de todos para ganhar"
Agora, se me permite, vou proferir uma das minhas tradicionais palermices:Então e não é que os alegres anciãos se esqueceram do autocarro da selecção? Se não fôr com a força de todos a empurrar, como é que os bravos regressam da Suíça?
;)))
Cara Dra. Margarida Aguiar:
Permita-me que destaque do excelente post, o seguir mencionado:
“Pena é que no resto, que é o principal, não sejamos capazes de nos mobilizar e lutar por sermos vencedores, para aí colocarmos o melhor de nós, a esperança, vontade e saber de vencer! “
A vitória de Portugal sobre a Turquia enche-nos de orgulho e, até ao próximo jogo, faz-nos sentir tão bons como os espanhóis e franceses, e até como os alemães…
Efectivamente, quando há espírito de equipa consegue-se quase sempre bons resultados, mesmo que não fiquemos em primeiro, pelo menos, não fazemos má figura. É assim no futebol e é assim, também, nas nações que se congregam num objectivo comum.
O problema é que em Portugal, parece não haver esse objectivo comum. Cada um puxa para o seu lado e tenta safar-se o melhor possível, sem ter em conta os interesses dos demais.
Talvez por isso não saiamos da cepa torta, e valha-nos estas pequenas alegrias para nos aliviar da tristeza e das depressões a que alguns nos condenaram.
No futebol o papel dos “mister” é levar as equipa a ganhar; para isso aplica tácticas e estratégias para consumar o objectivo. Se não o consegue, ele próprio se demite, ou é demitido, e vem outro...
Na política a coisa é mais ou menos idêntica. Escolhemos os governantes de acordo com as tácticas e estratégias de que se dizem sabedores, e que nos garantem que são eles os únicos capazes de nos levar à vitória.
Infelizmente, nos últimos tempos, a única vitória a que temos assistido é à vitória “deles”, ao seu bem-estar, em geral…
Há cambada resta-lhe, por agora, estar com a selecção, e depois pode ser que aconteça um milagre!
Parabéns à selecção e ao seu “mister” que soube incutir o objectivo ganhador na equipa!
Caro Professor Massano Cardoso
A esperança é muito importante mas de pouco servirá se não trabalharmos para vencermos.
Caro Bartolomeu
Acho piada a esses preconceitos masculinos. Alguma coisa nos tem que distinguir!
Ainda hoje acho graça aos relatos de futebol na telefonia em que o esférico é falado a alta velocidade com pormenores incríveis e uma linguagem "contabilística" muito pitoresca. E quando é GOOOOOOOOOLO o locutor quase que perde a respiração para o manter a acontecer durante minutos! Quem é que pode ficar indiferente a uma tal proeza?
Caro jotaC
De facto quando uma equipa conhece bem os objectivos, é competente e competitiva e tem liderança os resultados tendem a ser bons. Para se vencer no futebol tem que ser assim. Não é possível pensar que se vence porque as outras equipas não estão preparadas. Não, é exactamente o contrário. É preciso ter sempre presente que são tão ou mais competentes e que constituem uma ameaça credível.
A receita aplica-se a todas as organizações. Diz o Caro jotaC que na política a coisa é mais ou menos idêntica. Tem muita razão. O nosso problema é que nos têm faltado líderes. E que falta nos fazem!
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