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sexta-feira, 27 de junho de 2008

Falar sobre boas notícias…

Faz falta falar de boas notícias! A aquisição da MobiComp pelo gigante Microsoft deve ser motivo de orgulho e esperança no futuro. Com esta aquisição é criado em Braga o primeiro centro de serviços móveis da Europa. Segundo anunciado pela MobiComp «a partir de agora, todos os utilizadores do mundo que usarem um telefone windows mobile, passarão a ter uma tecnologia made in Portugal incorporada». Segundo li há mais de 20 milhões de licenças vendidas.
A MobiComp é uma empresa portuguesa completamente dedicada ao desenvolvimento de soluções de negócio assentes em tecnologias de computação e comunicações móveis e vocacionada para a implementação de soluções inovadoras que tirem partido de processos e ambientes tecnológicos pré-existentes. É uma empresa portuguesa cuja vantagem competitiva é a inovação. Os seus produtos e soluções foram adoptados por líderes de mercado nos sectores das telecomunicações, serviços financeiros, media, retalho e logística.
Com a aquisição agora anunciada a MobiComp ficará melhor posicionada para crescer no mercado global, o que lhe permitirá aumentar o volume de negócios e reforçar a fileira da inovação em tecnologias ligadas às comunicações móveis.
Neste caso de grande sucesso fica bem patente o talento português e o reconhecimento mundial da qualidade da investigação que se faz em Portugal. A aposta na inovação e investigação é um caminho fundamental para o nosso desenvolvimento. Com talento, trabalho, e vontade de assumir risco, Portugal tem possibilidades reais de a médio prazo mudar a sua economia.
Parabéns à MobiComp pela coragem e pelo engenho de ter sido capaz de , num tão curto espaço de tempo, desenvolver soluções tecnológicas de classe mundial e atingir um lugar cimeiro no sector das tecnologias de comunicação.

13 comentários:

jotaC disse...

Valha-nos de vez em quando estes pequenos incentivos...

Suzana Toscano disse...

Muito bem lembrado, Margarida, posso ter estado distraída mas não me lembro de nenhum grande título de jornal de grande circulação com esta notícia. Se fosse uma falência ou uma deslocalização, era mais que certo...

Tonibler disse...

Eu fui dos primeiros a festejar com a notícia e sei que na Mobicomp nunca duvidaram do caminho.
No entanto, (via Insurgente) leio a press release da Microsoft :

"said Nuno Duarte, general manager of Microsoft Portugal. “It highlights the success of our prime minister’s economic policies and serves as proof of Microsoft’s commitment to the partnership signed between Portugal’s government and Bill Gates two years ago. Following several top companywide awards for Microsoft Portugal, this is further evidence of our visibility in Microsoft’s worldwide efforts.”"

Já me arrependi da festa e não festejo mais enquanto não entender quem são os accionistas da empresa, private equities incuídos.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Tonibler
Não imagino que os accionistas da MobiComp, conscientes do valor da empresa, a vendem-se para fazer um jeito ao governo ou à Microsoft. Seria um absurdo.
Não haveria compra, isso sim, se os accionistas da empresa, detentores do seu valor, a não quisessem vender. E estou em crer que o não fariam a qualquer preço!
Quanto à futura estrutura accionista, a Microsoft lá estará e será de admitir que tenha sido reservada uma parte do capital para os colaboradores e actuais accionistas, retendo e motivando o "talento" adquirido.
Não estou virada para fazer qualquer teoria da conspiração. Até posso entender a desconfiança do Caro Tonibler. “Quando a esmola é grande o pobre desconfia”!
Continuo a acreditar que é uma excelente notícia!

Pedro disse...

Caríssima/os,

O Tonibler descobriu o rabo do bicho. O press release da microsoft está aqui:
http://www.microsoft.com/presspass/press/2008/jun08/06-26MobilePR.mspx

e os detalhes do negócio não são públicos...

Cara Margarida de Aguiar, o ponto do Tonibler parece-me ser mais quem paga a factura. Isto é, neste negócio microsoft-mobicomp o contribuinte português pagou alguma coisa (mesmo que indirectamente)? Se sim queria saber.

Há algumas perguntas gerais que este negócio põe:

1) Cabe ao estado ter parcerias directas com empresas? Cabe ao PM de um país assinar protocolos com CEO de empresas? Ou não deveria ser isto feito entre CEOs de empresas? Qual é a factura e quem paga?

2) Cabe ao estado ter parcerias directas com universidades estrangeiras? Cabe ao PM de um país assinar protocolos com reitores de universidades? Ou não deveria ser isto feito entre reitores? Qual é a factura e quem paga?

3) Quais são as empresas portuguesas que recebem dinheiro público à custa de I&D e qual é a percentagem deste apoio no seu volume de negócios?

4) A investigação, desenvolvimento e tecnologia (IDT) ocuparam neste governo PS o lugar da cultura de anteriores governos PS. A pergunta é face a esta propaganda está a oposição a fazer o trabalho de desmontagem? Ou derreter dinheiro em IDT (sem análises de custo e benefício) é sempre bom?

Que fique claro que nada tenho contra os donos da mobicomp e da microsoft ganharem dinheiro. É para isso que trabalham. Também não me choca que se invista em IDT. Agora derreterem o dinheiro dos meus impostos já me custa... E o estado-empresa é desconfortante para que se revê na tradição liberal.

Cumprimentos,
Paulo

antoniodasiscas disse...

Cara Margarida
Fico encantado com estes surtos e iniciativas arrojadas, infelizmente raros entre nós, desta vez no quadro da chamada tecnologia de ponta. Ainda bem que de vez em quando lá conseguimos brilhar, digo, cá dentro, já que lá fora sucedem-se os aplausos aos sucessos obtidos, sempre a lembrar a mediocridade aflitiva, quase regra geral, dos que nos têm vindo a governar.
Entretanto, uma coisa é de desejar. Que este projecto não sirva de mais um pretexto para sofrermos uma onda de propaganda ao governo e ao PS, até porque apoios há muitos e em toda a parte, a estas cruzadas de investigação e desenvolvimento ; se há a louvar alguém, voltemo-nos para aqueles que com engenho e determinação, trouxeram para este desgraçado país, qualquer coisa de notável pelas repercussões que vai desencadear seguramente junto de vários sectores da nossa vida económica. O licenciado Pinto Sousa, sem qualquer mérito nestas andanças, dada a sua pequenez, se nalguma coisa apoiou este projecto, fê-lo certamente sem benefício próprio e mais, aplicou com pertinência desta vez, o que é francamente raro, os meus impostos, em investimentos potencialmente de excelente rendibilidade ; não é o caso do seu apego a essa bacorada chamada TGV.

Tonibler disse...

Cara Margarida,

Não quero fazer juízos sobre o valor da Mobicomp, por motivos que não vêm agora para o caso. Agora a declaração da Microsoft parece indicar "contrapartida".
Caro Paulo, não fui eu quem descobriu, pode vêr isto em http:\\OInsurgente.org

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Paulo
Que muitos dos nossos impostos são desperdiçados em iniciativas de duvidoso retorno e que deles não recebemos a devida contrapartida quando precisamos do SNS ou de recorrer à justiça não tenho dúvidas. Afinal estamos no estado em que estamos porque também não fazemos bom uso dos impostos!
Agora se os meus impostos favorecerem um clima de investimento sustentável e rentável, gerador de riqueza fico muito satisfeita.
Não tenho dados que me permitam concluir que a Mobicomp e a Microsoft fizeram um jeito ao governo. Mas a que título?

Caro antoniodasiscas
Na linha do seu pensamento reforço a ideia de que este caso é um sinal vivo de que temos hipóteses de seguir por um caminho com futuro. O talento já o temos, o que nos falta é espírito empreendedor e um quadro adequado de incentivos. As políticas económicas podem e devem proporcionar condições para o seu desenvolvimento. Precisamos, isso sim, de um TGV que nos leve longe na inovação e investigação.

Caro Tonibler
Venham muitas Mobicomp e Microsoft e o nosso futuro poderá ser bem melhor.

Tonibler disse...

Cara Margarida,

Mas há aí tantas. O aeroporto, o TGV, a zona portuária,....

Adriano Volframista disse...

Cara Margarida Aguiar

Com algum atraso, apresento o meu comentário:
a) Sem os esforços do nosso PM e do acordo com a Microsoft, não teria sido possível esta aquisição.
b)Parafraseando os brasileiros, há que parabenizar o nosso PM.
c)Trata-se uma premiére,(isto é, vão surigir mais aquisições) ou é a libra de carne que tinhamos pedido como penhor do acordo com a Microsoft?
d) Representa o resultado de uma estratégia ou é um aconchego para os nossos empresários?
Cumprimentos
Adriano Volframista

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Adriano Volframista
Estamos sempre a tempo de conversar. Deixe-me satisfazer a minha dúvida perguntando que esforços do PM é que explicam em concreto a aquisição? Também defende a tese da "contrapartida" dos nossos Caros Tonibler e Paulo?

CMT disse...

Tendo estado próximo do negócio, julgo poder esclarecer os leitores deste blogue. A aquisição da MobiComp pela Microsoft não teve a ver directamente com o Governo Português nem com a Microsoft Portugal. A acquisição foi negociada directamente entre a divisão relevante da Microsoft Corporation, que elaborou uma shortlist á escala global de empresas cuja aquisição seria relevante para o cumprimento de alguns objectivos nas área dos serviços de mobilidade e chegou a acordo com os accionistas da MobiComp. Para além das mais valias para os accionistas e colaboradores, esta acquisição garante uma enorme projecção a esta tecnologia portuguesa no mercado global, sob a marca microsoft, bem como o estabelecimento e crescimento de um centro de competência tecnologica numa área de futuro, em braga, portugal.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro CMT
Muito obrigada pelo seu esclarecimento. Vem confirmar o entendimento que expressei sobre a metodologia que teria sido seguida pela Microsoft na identificação no mercado global da vantagem competitiva da aquisição da MobiComp para a concretização da sua estratégia.