Filas intermináveis, senhas de atendimento esgotadas pela manhã…e quando se consegue fazer o pedido, nunca se sabe quando será entregue. É este o cenário de quem quer tirar o Cartão do Cidadão, dizia ontem o DN. Eu confirmo, e até me considero um especialista na matéria, porquanto tive que tirar tal cartãozinho por 3 vezes, nos últimos 40 dias, engrossando assim a lista de espera!...Vou contar!...
No fim de Novembro, caducado o meu B.I., aí estava eu às 8 horas, junto à Loja do Cidadão, para ser dos primeiros a entrar e tirar o novíssimo Cartão do Cidadão. Já havia uma extensa bicha, cá fora, ao frio e à chuva. Abertas as portas, às 8h 30 m., tive a sorte de ter uma das primeiras senhas, a senha nº 31. Perguntei a um dos recepcionistas do serviço que tempo demoraria para a minha vez. Amavelmente, disse-me que cada processo demorava meia hora, era só fazer as contas. Contei os funcionários, menos do que os postos de atendimento, estavam apenas seis, 30 dividir por 6 dava 5, logo a minha vez demoraria duas horas e meia. Consultei a lista da documentação necessária, B.I., cartão do contribuinte, cartão do SNS, cartão da segurança social, cartão de serviços de saúde alternativos, cartão de eleitor…Já me tinha munido de fotografia, mas verifiquei que não servia, pois tinha que ser tirada no acto. Aprestava-me para ir tomar o pequeno almoço e deslocar-me a casa para ir buscar toda a panóplia da documentação exigível, quando verifiquei alguma agitação numa das secretárias de atendimento. Os funcionários iam e vinham, espreitavam para os cabos e para as máquinas, olhavam para debaixo da secretária, trocavam impressões entre si. As meninas que atendiam nos outros postos também vieram inteirar-se da situação, deixando os cidadãos naturalmente à espera.
Intuí depois que estava desligado o cabo que permitia fazer a assinatura digital, óbice intransponível para a obtenção do cartão. Chamada a hierarquia, veio quem tinha todo o ar de pessoa despachada, inteirando-se do sucedido, andando freneticamente para um lado e para o outro, mexendo em tudo o que estava à vista. Mas nada. Entretanto, o homem da segurança, que assistia, resolveu intervir. Espreitou, avaliou o incidente, sorriu, e chamou um colega, que também analisou os cabos e as máquinas. Conferenciaram e chamaram o seu chefe. Os três passaram a ter o comando da situação. Cochicharam qualquer coisa com o responsável pelo serviço, após o que um dos seguranças voltou a observar, com cuidado, as outras instalações, observou novamente a anomalia, anichou-se debaixo da secretária, coisa que ninguém tinha feito antes e, em dois minutos, resolveu a situação. O pessoal mostrou um ar de alívio, sobretudo os cidadãos que esperavam, os funcionários dos outros postos levantaram-se para dar uma espreitadela e a rotina lá continuou. Uma meia-hora demorou a função.
Fui então tomar o pequeno almoço, recolhi em casa a documentação necessária e às 11 horas apresentei-me. Algum tempo depois, fui chamado. As contas do tempo de espera estavam certas, não fosse a barafunda inicial. Aparte alguma dificuldade na fotografia, pois a funcionária dizia que apenas era visível uma orelha, e não as duas, o que me deixou na dúvida se a cara era simétrica, a coisa lá decorreu sem sobressalto.
Mas o inesperado estava para vir. Ficará para o próximo capítulo.
No fim de Novembro, caducado o meu B.I., aí estava eu às 8 horas, junto à Loja do Cidadão, para ser dos primeiros a entrar e tirar o novíssimo Cartão do Cidadão. Já havia uma extensa bicha, cá fora, ao frio e à chuva. Abertas as portas, às 8h 30 m., tive a sorte de ter uma das primeiras senhas, a senha nº 31. Perguntei a um dos recepcionistas do serviço que tempo demoraria para a minha vez. Amavelmente, disse-me que cada processo demorava meia hora, era só fazer as contas. Contei os funcionários, menos do que os postos de atendimento, estavam apenas seis, 30 dividir por 6 dava 5, logo a minha vez demoraria duas horas e meia. Consultei a lista da documentação necessária, B.I., cartão do contribuinte, cartão do SNS, cartão da segurança social, cartão de serviços de saúde alternativos, cartão de eleitor…Já me tinha munido de fotografia, mas verifiquei que não servia, pois tinha que ser tirada no acto. Aprestava-me para ir tomar o pequeno almoço e deslocar-me a casa para ir buscar toda a panóplia da documentação exigível, quando verifiquei alguma agitação numa das secretárias de atendimento. Os funcionários iam e vinham, espreitavam para os cabos e para as máquinas, olhavam para debaixo da secretária, trocavam impressões entre si. As meninas que atendiam nos outros postos também vieram inteirar-se da situação, deixando os cidadãos naturalmente à espera.
Intuí depois que estava desligado o cabo que permitia fazer a assinatura digital, óbice intransponível para a obtenção do cartão. Chamada a hierarquia, veio quem tinha todo o ar de pessoa despachada, inteirando-se do sucedido, andando freneticamente para um lado e para o outro, mexendo em tudo o que estava à vista. Mas nada. Entretanto, o homem da segurança, que assistia, resolveu intervir. Espreitou, avaliou o incidente, sorriu, e chamou um colega, que também analisou os cabos e as máquinas. Conferenciaram e chamaram o seu chefe. Os três passaram a ter o comando da situação. Cochicharam qualquer coisa com o responsável pelo serviço, após o que um dos seguranças voltou a observar, com cuidado, as outras instalações, observou novamente a anomalia, anichou-se debaixo da secretária, coisa que ninguém tinha feito antes e, em dois minutos, resolveu a situação. O pessoal mostrou um ar de alívio, sobretudo os cidadãos que esperavam, os funcionários dos outros postos levantaram-se para dar uma espreitadela e a rotina lá continuou. Uma meia-hora demorou a função.
Fui então tomar o pequeno almoço, recolhi em casa a documentação necessária e às 11 horas apresentei-me. Algum tempo depois, fui chamado. As contas do tempo de espera estavam certas, não fosse a barafunda inicial. Aparte alguma dificuldade na fotografia, pois a funcionária dizia que apenas era visível uma orelha, e não as duas, o que me deixou na dúvida se a cara era simétrica, a coisa lá decorreu sem sobressalto.
Mas o inesperado estava para vir. Ficará para o próximo capítulo.
6 comentários:
Ha um par de meses dirigi-me à loja do cidadão localizada perto de sete rios, precisava obter uma declaração das finanças. Retirei a senha e fui premiado com o nº 67, no visor de chamada estava o nº vinte qualquer coisa. Fiquei por ali tentando a perceber-me do rítmo de atendimento e concluí que antes do meio dia/uma hora, não seria chamado, decidi então dar uma volta pelas redondezas. Pelo sim, pelo não voltei à loja por volta das onze e tal, já um pouco farto de andar por ali a cirandar e verifiquei que a chamada não tinha adiantado ao rítmo que imaginei, a ordem ía aindo no trinta e tal. Passados uns trinta minutos chegou o meu filho mais velho que combinou encontrar-se comigo para almoçarmos. Conversávamos os dois, eu contando-lhe o que tinha decorrido desde que tinha chegado ali, quando ele me diz: sabes? ai no talão de vez ha um nº para onde podes ligar e recebes a informação do nº que está a ser chamado, ou então, podes optar por outro nº que te avisa quando faltarem poucos nºs para a tua vez. Ah sim? verifiquei o talãozinho e realmente lá estava a indicação com a competente chamada de atenção, por se tratar de uma chamada de valor acrescentado.
Sessenhora isto do simplex afinal funciona... porreiro pá, gracejei. Contudo e porque este vício de confirmar sempre tudo não ha meio de me abandonar, apesar de estar quase em frente ao balcão de atendimento decidi ligar para o número que me indicaria que faltariam uns dez números para chegar a minha vez. Segundos depois, recebi uma mensagem e... pazme-se, informava-me do último número que fora chamado, o qual estava a trinta e tal números de distância do meu. Voltei à caixa de sms para confirmar se tinha marcado o nº correcto.
Boa maneira de sakar o guito ao pessoal, comentei.
Conforme a hora de almoço se aproximou, os "clientes" foram debandando e o rítmo de chamada acelerou. Ao chegar a minha vez de ser atendido, relatei à senhora que me atendeu o sucedido e perguntei-lhe o motivo. Displicentemente, olhou-me de suslaio e atirou-me: esse assunto não tem a ver conosco, se o sr. quiser apresente reclamação por escrito.
Toma e embrulha Bartolomeu, quem te mandou acrditar em simplexes? E vais com sorte não terem percebido que estavas a utilizar o serviço só para confirmar, senão ainda eras multado ou coisa do género.
Caro Professor Massano Cardoso, fico a aguardar o epílogo, pois parece prometer...
Já uma vez levei um puxão de orelhas e não aprendi...
Caro Drº Pinho Cardão, obviamente!
Está visto que não trouxe o cartão, mas pelo menos saiu de lá com as duas orelhas e a certeza do simetrismo da face. Com a garantia do Estado. Nos tempos que correm já não é mau, Pinho Cardão, sobretudo para quem, como o meu Amigo, está sempre a dizer que o Estado tira muito e nada dá! ;)
Caro Bartolomeu:
Essa Loja do Cidadão, que é a minha, é uma caixinha de surpresas...
Caro JotaC:
Bem gostava eu de ter o equilíbrio e a sabedoria do Prof. Massano. Portanto, até me sinto honrado que tome como dele as minhas pobres notas...
Caro Ferreira de Almeida:
De facto foi a custo que trouxe as duas orelhas, já que a máquina tudo fazia para eliminar uma delas. e o meu amigo sabe que ainda tenho as duas. Pois até as orelhas o estado me queria levar!...Ainda acha que não tenho justa razão de queixa?
E a carta de condução? Solicitei a renovação da minha há quatro meses e ainda não a tenho.
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