Já que Sócrates nos disse tudo sobre o Programa do Governo, podemos, enfim, repousar. E continuar no futebol...
Vamos aos Activos das SADs. Como no post anterior se referiu, a SAD que apresenta maior Activo é a do FCPorto, com um valor de 184 milhões, seguindo-se a do Benfica, com 169 milhões e a do Sporting, com 126 milhões de euros. No FCPorto e Benfica, trata-se de contas consolidadas; no Sporting referem-se apenas à SAD. No FCPorto, a consolidação abrange a Porto Comercial, a Porto Estádio (empresa que gere e explora as infra-estruturas desportivas), a Porto Multimedia e a Porto Seguro; no Benfica, a Clínica Benfica, a Benfica TV e a Benfica Seguros.
Embora estas empresas aportem alguns valores para o consolidado, eles não apresentam significado relevante. Assim, teoricamente, o principal componente do Activo das SADs deveria ser o valor investido na “aquisição” dos jogadores, na contabilidade traduzido na rubrica Valor do Plantel. Este valor está registado no Benfica por 71 milhões de euros, no FCPorto, por 58 milhões de euros e no Sporting por 26 milhões de euros, mas significa apenas 42%, 32% e 20% dos respectivos activos.
Outros valores do activo têm directamente a ver com a “indústria” do futebol. No caso do Porto, a conta de Clientes inclui o elevado montante de 57 milhões de euros, que significa o valor ainda não recebido pela “venda” de jogadores a clubes estrangeiros, e outras rubricas ascendem a 30 milhões, correspondentes a Adiantamentos de Renda pela utilização do Estádio e do Centro de Treinos (15,4), Prémios a receber da Liga Campeões, (7,1) e valores em Caixa e Depósitos. Assim, este total de 87 milhões deriva também de factos patrimoniais facilmente apercebidos como directamente ligados à actividade principal.
No caso do Benfica, a conta de Clientes inclui o valor de 10 milhões de euros, também referente ao montante não recebido pela “venda” de jogadores a clubes estrangeiros, e ainda 20 milhões de euros de dívidas de outras entidades não consolidadas do Grupo. Outra rubrica, no valor de 13 milhões de euros refere-se ao “investimento” na aquisição do direito de utilização da marca Benfica. Deste modo, cerca de 43 milhões de euros derivam também de factos patrimoniais directamente ligados à actividade principal.
O valor de 100 milhões de euros das contas do Sporting é explicado parcialmente, em cerca de 60 milhões de euros, por valores a receber de diversas entidades do Grupo Sporting, como o clube Sporting a Sporting, SGPS, e outras.
Embora outras rubricas e montantes significativos ainda correspondam a operações patrimoniais exigidas pela actividade desportiva, o diferencial para o total do Balanço parece significar que as SADs arrastam um peso importante de activos não essenciais à sua actividade, gerando evitáveis necessidades de fundos e os correspondentes financiamentos bancários.
De referir ainda que as contas da SAD do Porto são auditadas pela Deloitte, as do Benfica pela KPMG e as do Sporting pela BDO, e não suscitam reservas, a não ser quanto ao capital social e, no caso específico do Sporting, quanto à regularização dos cerca de 60 milhões de euros em dívida por empresas do Grupo.
A continuar, com uma abordagem do Passivo e, depois, aos Custos e Proveitos
Vamos aos Activos das SADs. Como no post anterior se referiu, a SAD que apresenta maior Activo é a do FCPorto, com um valor de 184 milhões, seguindo-se a do Benfica, com 169 milhões e a do Sporting, com 126 milhões de euros. No FCPorto e Benfica, trata-se de contas consolidadas; no Sporting referem-se apenas à SAD. No FCPorto, a consolidação abrange a Porto Comercial, a Porto Estádio (empresa que gere e explora as infra-estruturas desportivas), a Porto Multimedia e a Porto Seguro; no Benfica, a Clínica Benfica, a Benfica TV e a Benfica Seguros.
Embora estas empresas aportem alguns valores para o consolidado, eles não apresentam significado relevante. Assim, teoricamente, o principal componente do Activo das SADs deveria ser o valor investido na “aquisição” dos jogadores, na contabilidade traduzido na rubrica Valor do Plantel. Este valor está registado no Benfica por 71 milhões de euros, no FCPorto, por 58 milhões de euros e no Sporting por 26 milhões de euros, mas significa apenas 42%, 32% e 20% dos respectivos activos.
Outros valores do activo têm directamente a ver com a “indústria” do futebol. No caso do Porto, a conta de Clientes inclui o elevado montante de 57 milhões de euros, que significa o valor ainda não recebido pela “venda” de jogadores a clubes estrangeiros, e outras rubricas ascendem a 30 milhões, correspondentes a Adiantamentos de Renda pela utilização do Estádio e do Centro de Treinos (15,4), Prémios a receber da Liga Campeões, (7,1) e valores em Caixa e Depósitos. Assim, este total de 87 milhões deriva também de factos patrimoniais facilmente apercebidos como directamente ligados à actividade principal.
No caso do Benfica, a conta de Clientes inclui o valor de 10 milhões de euros, também referente ao montante não recebido pela “venda” de jogadores a clubes estrangeiros, e ainda 20 milhões de euros de dívidas de outras entidades não consolidadas do Grupo. Outra rubrica, no valor de 13 milhões de euros refere-se ao “investimento” na aquisição do direito de utilização da marca Benfica. Deste modo, cerca de 43 milhões de euros derivam também de factos patrimoniais directamente ligados à actividade principal.
O valor de 100 milhões de euros das contas do Sporting é explicado parcialmente, em cerca de 60 milhões de euros, por valores a receber de diversas entidades do Grupo Sporting, como o clube Sporting a Sporting, SGPS, e outras.
Embora outras rubricas e montantes significativos ainda correspondam a operações patrimoniais exigidas pela actividade desportiva, o diferencial para o total do Balanço parece significar que as SADs arrastam um peso importante de activos não essenciais à sua actividade, gerando evitáveis necessidades de fundos e os correspondentes financiamentos bancários.
De referir ainda que as contas da SAD do Porto são auditadas pela Deloitte, as do Benfica pela KPMG e as do Sporting pela BDO, e não suscitam reservas, a não ser quanto ao capital social e, no caso específico do Sporting, quanto à regularização dos cerca de 60 milhões de euros em dívida por empresas do Grupo.
A continuar, com uma abordagem do Passivo e, depois, aos Custos e Proveitos
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