Têm surgido várias teses que procuram vender a ideia de que a pandemia da Gripe A é uma criação da indústria farmacêutica que anda a ganhar muito dinheiro com as vacinas.
E teorias da conspiração também não têm faltado, havendo uma teoria defendida, segundo li, por uma auto-proclamada ex-ministra da saúde da Finlândia, que considera a Gripe A um produto dos americanos destinado a extinguir a população de várias regiões do mundo. Muitas conjecturas têm sido feitas acerca da pandemia do vírus H1V1.
Li na última edição da revista Sábado (não consegui fazer o link porque o documento não está disponível on line) uma teoria diferente, que foi para mim uma novidade. Desconheço a sua credibilidade, mas encontro-lhe alguma aderência à realidade.
Trata-se de uma entrevista realizada a um psiquiatra e professor da Universidade de Erlangen – Nurnberg na Alemanha, Wolfgang Sperling, que defende a teoria de que a epidemia da Gripe A é um efeito da crise económica e que esta e a recessão são sintomas de uma mesma doença colectiva. Segundo o psiquiatra, o vírus H1N1 deu origem a uma epidemia e a explicação para a sua eclosão é a ligação entre o seu aparecimento e a crise mundial e que essa ligação são os meios de comunicação social que classifica de “bombardeiros de informações”, capazes de, cada vez mais, criarem a nível global estados de alternância emocional de euforia e de depressão.
Sendo dois acontecimentos tão diferentes, um na esfera económica e outro na esfera da saúde, ambos assumiram uma dimensão pandémica com a ajuda dos media.
Explica, então, que a humanidade sofre da síndrome bipolar com os sintomas e as reacções próprias de um doente bipolar. A síndrome bipolar é a alternância brusca entre dois sentimentos muito diferentes que causam ansiedade. De um lado, temos as emoções ligadas ao estado de depressão; do outro lado, as ligações ao estado de euforia.
No caso da crise financeira despoletada pela Leman Brothers o sentimento global de depressão que se instalou agiu como facilitador para o advento da epidemia. Há uma ligação clara entre os humores da economia e da saúde pública, sendo razoável supor que uma crise económica mundial afecte o sistema imunológico, criando-se o ambiente propício para eclodirem epidemias.
O que me parece interessante nesta teoria utilizada para explicar o pânico que se instalou em torno da Gripe A, é que realmente o mundo parece mover-se por elevadas expectativas que conduzem a epidemias, ora de euforia, ora de depressão, em que os “bombardeiros de informações” ávidos de fazer e vender notícias, de ganharem guerras de audiência e aumentarem a sua share introduzem a adrenalina suficiente para gerar espirais colectivas de comportamentos irracionais difíceis de deter.
Não é difícil transportarmos estes fenómenos para Portugal e verificarmos que os media se assumem muitas vezes como verdadeiros protagonistas de processos - exercendo uma influência significativa no seu rumo e no seu desfecho e mobilizando comportamentos de elevada carga emocional despidos, não raras vezes, de racionalidade e lógica - que atingem uma dimensão nacional mediática perigosa, dificultando o normal funcionamento das instituições.
Será que a globalização da informação, que já é um património da humanidade inalienável, está a motivar síndromes bipolares colectivas?
E teorias da conspiração também não têm faltado, havendo uma teoria defendida, segundo li, por uma auto-proclamada ex-ministra da saúde da Finlândia, que considera a Gripe A um produto dos americanos destinado a extinguir a população de várias regiões do mundo. Muitas conjecturas têm sido feitas acerca da pandemia do vírus H1V1.
Li na última edição da revista Sábado (não consegui fazer o link porque o documento não está disponível on line) uma teoria diferente, que foi para mim uma novidade. Desconheço a sua credibilidade, mas encontro-lhe alguma aderência à realidade.
Trata-se de uma entrevista realizada a um psiquiatra e professor da Universidade de Erlangen – Nurnberg na Alemanha, Wolfgang Sperling, que defende a teoria de que a epidemia da Gripe A é um efeito da crise económica e que esta e a recessão são sintomas de uma mesma doença colectiva. Segundo o psiquiatra, o vírus H1N1 deu origem a uma epidemia e a explicação para a sua eclosão é a ligação entre o seu aparecimento e a crise mundial e que essa ligação são os meios de comunicação social que classifica de “bombardeiros de informações”, capazes de, cada vez mais, criarem a nível global estados de alternância emocional de euforia e de depressão.
Sendo dois acontecimentos tão diferentes, um na esfera económica e outro na esfera da saúde, ambos assumiram uma dimensão pandémica com a ajuda dos media.
Explica, então, que a humanidade sofre da síndrome bipolar com os sintomas e as reacções próprias de um doente bipolar. A síndrome bipolar é a alternância brusca entre dois sentimentos muito diferentes que causam ansiedade. De um lado, temos as emoções ligadas ao estado de depressão; do outro lado, as ligações ao estado de euforia.
No caso da crise financeira despoletada pela Leman Brothers o sentimento global de depressão que se instalou agiu como facilitador para o advento da epidemia. Há uma ligação clara entre os humores da economia e da saúde pública, sendo razoável supor que uma crise económica mundial afecte o sistema imunológico, criando-se o ambiente propício para eclodirem epidemias.
O que me parece interessante nesta teoria utilizada para explicar o pânico que se instalou em torno da Gripe A, é que realmente o mundo parece mover-se por elevadas expectativas que conduzem a epidemias, ora de euforia, ora de depressão, em que os “bombardeiros de informações” ávidos de fazer e vender notícias, de ganharem guerras de audiência e aumentarem a sua share introduzem a adrenalina suficiente para gerar espirais colectivas de comportamentos irracionais difíceis de deter.
Não é difícil transportarmos estes fenómenos para Portugal e verificarmos que os media se assumem muitas vezes como verdadeiros protagonistas de processos - exercendo uma influência significativa no seu rumo e no seu desfecho e mobilizando comportamentos de elevada carga emocional despidos, não raras vezes, de racionalidade e lógica - que atingem uma dimensão nacional mediática perigosa, dificultando o normal funcionamento das instituições.
Será que a globalização da informação, que já é um património da humanidade inalienável, está a motivar síndromes bipolares colectivas?
3 comentários:
Bom, cara Drª. Margarida, a teoria da polaridade apresentada pelo professor Wolfgang (Amadeus) Sperling estaria corecta se o maior número de infectados se registasse na classe política e os abortos que a toma da vacina suspeitamente provocam, se registassem por exemplo na feitura do orçamento... hopppsss!!!
Espere!!! afinal a teoria do professor Sperling é capaz de estar certa...
Cara M.C.Aguiar
Parafrasenado Reagan, tenho para mim que uma teoria com mais do que uma causa principal pode não ser a mais adequada.
Veja a teoria que apresenta: era necessário uma grande coincidência para que dois fenómenos tão diferentes, tivessem uma origem comum que é de natureza diversa das outras duas. Mas....
Em alternativa mais lhana pode ser a seguinte:
A OMS anda deseperadamente em busca de um acontecimento que renove a sua identidade. Conseguiu erradicar a varíola, mas desde aí tem andado a pastar; não erradica a febre hemorrágica nem a malária. Assim, desde finais do séc XX que anda, como GODOT, em busca de uma personagem: escolheu a gripe. Interiorizou que vamos ter uma pandemia com efeitos semelhantes à espanhola, só não sabe quando. Desde 1995 que já vamos na terceira ameaça;
Os media necessitam de vender jornais; a OMS, ainda, tem prestígio junto dos leigos; ( porque senão como explica a reacção céptica - estou a ser generoso - da classe médica (global) à vacina da actual gripe); a OMS credibiliza a estória e ganhamos todos, os jornais dinheiro, e a OMS mais algum tempo para se manter a pastar, evita perguntas complicadas e que os países membros retirem fundos.
"It takes two to tango" e acho que se encontraram. A crise económica ( neste contexto) é pau de cabeleira.
Cumprimentos
joão
Caro Bartolomeu
A bem dizer a teoria bipolar tem até bastantes aplicações...
Caro joão
O que a teoria apresentada pretende convencer é que nos casos da crise financeira e da crise H1N1foram os media que serviram de ligação. Num momento em que a crise financeira criava uma pandemia depressiva de efeitos globais, estava criado o ambiente para mais uma crise eclodir, no caso exemplificado uma crise de saúde. Não creio que haja propriamente uma causa-efeito.
Duas coisas parecem ter acontecido, ambos os acontecimentos assumiram uma dimensão pandémica com a ajuda dos media e a OMS não teria conseguido levar por diante a estratégia "conspirativa" do Caro joão sem a alavanca dos media, num momento em que o estado depressivo mundial era bastante propício.
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