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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O ditador, o demagogo e os telejornais

Sem a presença de dois importantes membros, os Presidentes de Cuba e da Venezuela, decorrem os trabalhos da Conferência Ibero-Americana, dizem e repetem até ao enjoo os jornais da rádio e das televisões. E alguns até insistem em que fazem falta à Conferência, por isto ou por aquilo, obscuras, mas por certo importantíssimas razões que só eles próprios entenderão.
Mas, pergunto eu, que falta podem fazer um ditador, ajudante de ditador durante décadas, e um demagogo aspirante a ditador cujo anseio máximo é perpetuar-se no poder por todo o sempre?

12 comentários:

Anónimo disse...

Caro Pinho Cardão, está a esquecer-se dos momentos de variedades sempre incluídos nestas coisas. Sem o aspirante a ditador não há esses agradaveis quadros de revista a que ele nos vem habituando em todo o lado onde vai.

Acho que é esta a falta...

jotaC disse...

Caro Drº Pinho Cardão:
A apetência da imprensa por Chávez e “Castros” até se compreende na ótica de obtenção de exclusivos bombásticos que, garantidamente, os mesmos iriam proporcionar para
os jornais e directos de televisão…
Agora, o que não se compreende muito bem é dois portugueses do “povo” (e estou a falar daquele povo aparentemente simples), dizerem aos jornalistas quando interpelados, que estavam ali, no Estoril, a ver os presidentes chegarem e que era uma pena o Chávez não ter vindo!.E curiosamente nenhum deles disse que estava ali à espera de ver o presidente Cavaco!? Acho tão estranho!

Catarina disse...

Será que o senhor presidente (o nosso!) não é considerado “prata da casa”?

jotaC disse...

Acha Catarina!..
Olhe que andei pelo País inteiro e de manhã cedo, quando saía dos hotéis, perguntava ao porteiro o que fazia aquela gente toda do outro lado da rua?! E sabe o que eles invariavelmente respondiam? Eu digo-lhe:
-Estão à espera, já há muito tempo, para ver o sr presidente sair!
Independentemente de quem seja o presidente, dá muito gozo isto…

jotaC disse...

Mas é capaz de ter razão Catarina, o país evoluiu muito e já só liga a quem é estrangeiro e extrovertido...
:)

jotaC disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pinho Cardão disse...

Caros Zuricher, jotaC e Catarina:

Uma comunicação social "decente" salientaria os Presidentes que, com esforço, têm ajudado alguns países da América Latina a viver em liberdade e democracia e possibilitaram progresso e crescimento económico.
Ao contrário, uma comunicação social "pimba" o que faz é, através da menção insistente e das imagens das figuras de Chavez e Castro, e da contínua referência à sua importância política, promover regimes autoritários ou ditatoriais.
Mas é assim que vamos vivendo e os altos critérios jornalísticos tornaram-se indiscutíveis.

Quanto à curiosidade popular de ver uma figura pública, Presidente, Rei ou Artista, ela existe, aqui e em todo o lugar, em Portugal e na Inglaterra.
É o fascínio pelo poder, pela riqueza, ou pela projecção social que as figuras públicas representam.
Não foram os concorrentes do Big Brother atracção em festas e discotecas?

Suzana Toscano disse...

É verdade, mas essas pessoas não estão à espera do Chavez ou de Fidel, esses era mesmo a comunicação social e não era para dar relevo ao seu contributo para a cimeira, ou para evidenciarem os problemas que se pretende tratar, mas para apanharem episódios instantaneos que abrissem telejornais em forma de escândalo ou embaraço. Assim, ficam "reduzidos" a contar o que se passou realmente na reunião.

António Transtagano disse...

Costuma dizer-se que só fazem falta os que cá estão. De certo que se venderiam mais jornais se o Chavez ou o Castro cá estivessem. Tal como aconteceria se tivesse vindo a Rainha de Inglaterra! É assim, sempre foi assim! De onde a admiração? Valerá isto um Editorial?

Catarina disse...

A comunicação social ainda teve umas reportagens extras, inesperadas! O atraso do encontro devido ao pequeno almoço de Sua Alteza!!!! E lá acompanharam (os membros da comunicação social) todo o “sightseeing” forçado! Ou não!

E caro Pinho Cardão é sempre agradável ler os seus editoriais, qualquer que seja o tema escolhido; pela forma como o apresenta, pela mensagem que transmite. Não são só os editoriais que suscitam grandes debates, profundas análises, demonstrações de vastos conhecimentos (por parte dos comentadores também) que vale a pena ler. São também aqueles outros, aparentemente mais simples, mas que denotam a natureza e a capacidade de adaptação dos grandes Homens.... e das grandes Mulheres! A vida é assim também: coisas sérias, coisas menos sérias e bom humor!

Pinho Cardão disse...

Boa Catarina, eu não diria melhor!...

Suzana Toscano disse...

Muito bem,Catarina, á assim mesmo!