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sábado, 28 de novembro de 2009

Seguindo um par de botas


Confesso a minha relutância, - que era absoluta até há poucas semanas, - em fazer compras pela net, faz-me confusão escolher por catálogo, encomendar a criaturas que não vejo e com quem não falo, enviar o número do meu cartão para o espaço cibernético, enfim, um verdadeiro bloqueio geracional.
Mas fui a Londres há poucos dias e vi que muitos jovens usavam umas botas fantásticas, forradas a lá de carneiro da Austrália, exactamente o que procurava há que tempos para uma das minhas filhas, algures nessa Europa gélida. Mas o preço era exorbitante e comentei com surpresa como é podia ser tão popular uma coisa tão cara, mesmo considerando que uma actriz conhecida usou esse modelo num concerto, o preço era dissuasor de modas. Compram na net, disseram-me logo, custa 30% do preço que vê na loja.
Apliquei-me então a vencer a minha relutância e encomendei as botas no meio virtual, depois de várias tentativas. Depois fiquei em pânico porque o site dava que eu tinha feito não uma, ou duas, mas sete encomendas, todas iguais, apesar de me parecer que só tinha pago uma. Fiz um pedido de socorro para a minha filha e pouco depois recebia um link fantástico que me permite ver o “estado da compra” – sete encomendas mas só uma paga, uf! – e ainda seguir on line o “avanço” da encomenda no seu trajecto. Vi então que as botas australianas que vi em Londres saíram de uma cidade algures na China, seguiram para Beijing e daí já partiram rumo à Europa, calculam que chegue ao destino dentro de 3 dias.
Agora sigo fascinada o progresso da encomenda de um par de botas, talvez ainda faça uma surpresa aos correios e me apresente a perguntar por ela no preciso momento em que a desembarquem à porta!

16 comentários:

Catarina disse...

Mas que peripécia!
Nós fazemos disso um bicho de sete cabeças e os nossos filhos vêm em nosso socorro. Os papéis já se começam a inverter, cara Susana! É uma realidade! Mas que este espaço é um “espanto”, é! Com todos os perigos associados... como não podia deixar de ser!
Oxalá que as botas cheguem “sãs e salvas” depois de atravessarem mares e continentes!

Suzana Toscano disse...

Ai, Catarina, espero mesmo que cheguem, é um presente de Natal!,se não chegarem lá terei, muito contrariada, que voltar a Londres e comprá-las em Oxford Street já nos saldos da Primavera ;)

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Suzana
Esta sua peripécia deixou-me mais descansada.
Confesso que também tenho alguma dificuldade em fazer compras pela net. Tem que ver com várias coisas, a falta de hábito, a falta de confiança e a falta de segurança. Mas quando vejo os mais novos a utilizarem para trás e para a frente as compras na net, incluindo devoluções e reclamações, com toda a facilidade e sem problemas concluo, invariavelmente, que o problema é meu e que tenho que fazer um esforço para me adaptar.
Não sendo uma compradora cibernética, já me habituei a comprar livros e discos e até viagens. Sem contrariedades. O dinheiro nunca desapareceu, os livros chegaram e os hotéis lá estavam à minha espera.

Anónimo disse...

Cara Suzana, verá que não custa nada. Deixe-me falar-lhe da minha experiencia.

Há vários anos que estou totalmente rendido aos encantos do comércio pela internet. Comecei por comprar livros, CDs e DVDs, na Amazon já irão mais de 10 anos. Lembro-me que na altura ainda não existiam as filiais Europeias e o que se comprava vinha dos Estados Unidos... algumas vezes acompanhado duma notazinha da Alfandega para pagar os direitos. Depois fui evoluindo e comprando mais e mais coisas on-line. Hoje em dia compro livros, CDs e DVDs online, tudo quanto sejam acessórios electrónicos nas raras vezes em que deles preciso, uso os serviços dum supermercado online para os meus abastecimentos domésticos excepto frescos, compro roupa online, incluindo t-shirts com estampados personalizados graças a uma loja em Inglaterra e os meus fatos, graças a um alfaiate indiano que tem um adoravel sistema para o cliente introduzir as suas medidas de forma a que o fato seja feito em boa ordem. No próprio site ensina-se o cliente a tirar as suas próprias medidas o que é extremamente prático!

Em geral, o que posso comprar online, compro.

Problemas? Até hoje apenas um prontamente resolvido. Já há uns anos, numa das remessas de DVDs, um dos DVDs vinha com defeito. Fiz a reclamação e prontamente me foi enviado outro sem qualquer problema. De resto nunca me chegou nada danificado ou com qualquer tipo de problema.

Divirta-se comprando online! Há um mundo de qualidade a bons preços à distância dum click! Ao comprar nalguns sites americanos irá certamente deparar com um problema, o de que não enviam para fora dos Estados Unidos. Mas, como para todas as necessidades há um empreendedor que as colmata, isto também tem solução: empresas que fornecem um endereço postal para o qual podem enviar-se as compras e que posteriormente enviam a compra para o destinatário na Europa ou seja onde for.

Catarina disse...

Caro Zuricher

Um fato por medida? Sem provas nenhumas? Mas isso é mesmo um espanto!
O receio que muitos de nós tem (eu, pelo menos) é de certos sites serem menos seguros e haver o perigo de alguém ter acesso ao nosso número de cartão de crédito. ... talvez resquícios de qualquer “medievalismo” da minha parte.

Anónimo disse...

Exactamente, cara Catarina, um fato por medida sem precisar fazer a prova. Se quando for recebido o fato houver algum problema pode enviar-se de volta e pedir os arranjos necessários mas até ao momento não tive qualquer problema.

Queira ter a amabilidade de conhecer o alfaiate cibernético em [URL]http://www.monarch-garments.com/[/URL]. Não apenas fatos como também as camisas para usar com os fatos.

O receio de ser uma casa menos séria existe sempre e, claro, há sempre que ter algum cuidado e usar apenas sites dos quais haja alguma referência prévia ou, em caso negativo, usar de cautela. Quanto aos cartões de crédito, há várias possibilidades. Em Portugal pode usar-se uma coisa que se chama MBNet. Pode também pedir um money card da MasterCard associado a uma conta com saldo apenas necessário para as compras. Claro que se requerem cautelas.

Bartolomeu disse...

Nada do que aqui é revelado me admira, pelo simples facto de ha mais de trinta anos, tratar os meus dentes, via internet.
Se não acreditam, eu explico como se desenrola o processo.
É assim: Ligo a web, coloco ao lado do teclado, um estojo de ferramentas, abro-o, ligo o berbequim à tomada electrica e entro no saite do dentista. Depois de introduzir a pass que me permite o login, aparece-me no monitor um quadriculado com diversas fotos masculinas e femininas e uma legenda que diz: select the doctor. Clico em cima de uma das imagens, com o botão direito do rato e surge novo quadro no monitor, que exibe uma lista de intervenções odontológicas e nova legenda: select a tretement... ao princípio pensei que tudo aquilo fosse uma treta, mas acabei por perceber que o sistema não falha, pois em seguida aparece a imagem real da(a) médica(o) seleccionado que nos cumprimenta cordialmente e nos convida a escancarar a boca na direcção da web. Em seguida o profissional faz uma avaliação visual do nosso estado de saúde dentária e diagnostica qualquer cárie que possa existir. Em seguida, passoa a passo, ferramenta a ferramenta, vai-nos conduzindo nos processos de tratamento ou de extracção, conforme o caso. No final, manda-nos bochechar e deseja-nos as rápidas melhoras.
É claro que a parte da mão-de-obra fica a nosso cargo, mas, para além de estarmos a utilizar uma técnologia sofisticadíssima, os tratamentos ficam-nos muitíssimo mais em conta, além de que aumentamos o leque das nossas capacidades artesanais.
Quanto ao post que a cara Drª Suzana publica, bom, eu nem devia referir isto, porque corro o risco de algum leitor clandestino me roubar a ideia, mas cá vai: este post acabou de me dar uma excelente ideia de negócio.
O seguinte:
Estão a ver aquelas botas que são vendidas nas lojas de souvenirs na zona da Serra da Estrela? Umas botas emcarneira, forradas por dentro a pele de ovelha e com sola em sola mesmo, à séria!
Pois bem, vou encomendar meia-dúzia de pares e enviar de oferta para os 6 cantores da moda internacionais, depois... bom, acho que não vou ter mãos a medir.
Ah é verdade... por falar em medir... alguem me saberá dizer que número calçam os 6 artistas mais conhecidos?

Catarina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Catarina disse...

Caro Bartolomeu
Está com uma imaginação! Cuidado!
Será nervosismo devido ao grande desafio Benfica-Sporting?
Ah.. já me recordo... não está afiliado em nenhum clube... desculpe!
Mas este é um dos tais desafios de tão clássico e secular que é, que todos deverão ver!

jotaC disse...

Tudo parece indicar que no futuro próximo as vendas online se tornem tão corriqueiras como hoje ir ao centro comercial.
Há uns anos mandei vir um casaco de pele dos EUA (o clássico casaco dos pilotos), e lembro-me que paguei na altura uma taxa de 12,5%,devida por produtos fora da Europa. Mesmo assim o casaco acabou por ser barato, o único problema é que as medidas não eram bem as minhas e acabei por o usar poucas vezes.
O caro Zuricher diz que encomenda os fatos e as camisas por medida através de um site, o que é muito interessante!.
Mas a propósito, há lojas de pronto a vestir como por exemplo a massimo duti, onde é possível escolher um fato padrão, depois num programa informático online com a fábrica personalizá-lo, e dias depois chega de Espanha feito à medida do cliente, com todos os pormenores previamente acordados.
Acho isto fantástico e um bom exemplo a seguir pela nossa indústria…

Suzana Toscano disse...

Realmente é um mundo infinito a explorar, outro dia um amigo meu, que é artista plástico, disse-me que encomendou caveiras de passarinho na net,assim não me admiraria que o caro bartolomeu vanha a abrir um consultório de dentista virtual, depois de ter praticado estoicamente com os seus próprios dentes (a propósito, quando sorriu amavelmente no lançamento das farpas não me pareceu que o berbequim tivesse sido assim tão usado, mas as luzes enganam muito :) Vou ver se há essa modalidade com manicuras, as unhas sempre voltam a crescer!
Margarida, isso das viagens não sou eu que trato, a divisão de tarefas domésticas resolve prudentemente essa questão, eu escolho, teimo imenso para irmos onde pensei que seria interessante e depois aparecem os bilhetes e as reservas, em geral a net lê os meus pensamentos e acerta sempre nos destinos que eu preferia, não quero outra coisa...
caro zuricher, muito obrigada por abrir tantos horizontes viruais, quando fui à Índia houve uma pessoa que ia comigo que encomendou um fato completo de manhã e à noite estava tudo no quarto do hotel, uma coisa impecável, se não tivesse visto não acreditava, pelos vistos o negócio já expandiu além fronteiras e, se tiver a mesma qualidade é realmente uma excelente opção. O pior nessas compras é decidir o quê, que cor, etc, sou uma grande adepta do pronto a vestir porque adoro experimentar imensas coisas e trazer uma que não tinha nada a ver com o que tinha pensado primeiro, não sei se alguma vez irei tão longe na exploração do virtual mas vou passar a mensagem a quem pode estar muito interessado!
Caro Bartolomeu, "touchée" pela sua subtil indirecta, há botas parecidas - eu disse parecidas - na Serra da Estrela mas o que quer? essas não andam em Londres a tentar-nos, é uma pena, seria uma boa ideia a Nelly Furtado, por exemplo, saltitar num palco com umas dessas e depois haver um site a vendê-las. O que eu sei é que uma vez comprei uns casacos óptimos na Serra da Estrela, todos forrados, as meninas torceram o nariz porque eram pesados, não tinham corte na cintura e mais mil defeitos que, espero sinceramente, não encontrem nas botinhas australianas. Enfim, é a última tentativa para me entender com o frio da Europa e com as compras virtuais! Depois darei notícias do meu (espero) êxito!

Suzana Toscano disse...

errata: "venha a abrir"

Bartolomeu disse...

Tem toda a razão cara Drª. Suzana Toscano, a minha falta de dentes é por demais evidente, acho que nem preciso de sorrir, mas... ha duas coisas que colidem com os meus princípios. Uma, disfarçar para que não se note, a outra usar coisas postiças. Eu sei que a imagem, nos tempos actuais conta muitas vezes mais que a competência, mas estou disposto a expôr-me voluntariamente a esse género de "ostracismo" e nome da prevalência da minha genuínidade, quem não entender isso... olhe, temos pena.
;)

Bartolomeu disse...

Quanto à segunda parte do seu comentário, cara Drª Suzana, volto a conferir-lhe toda a razão. Aliás estive até para nem publicar o meu comentário porque receei que o interpretasse como uma indirecta. Depois pensei... não, a Drª. vai entender o espírito. Mas pronto, já percebi que não consegui atinjir o objectivo que esperei, aproximou-se mais a cara Catarina do "meu" sentido, mais inocente.
Mas eu explico-me para que não fiquem dúvidas: Na verdade e agora depois de ler a última parte do seu comentário, confirmei que o meu tom se presta a várias interpretações, mas, como já referi por diversas vezes, quando comento, não estructuro uma ideia concreta, escrevo sempre ao sabor da inspiração e, de rajada. E a inspiração daquele comentário, veio-me precisamente da imagem que me inspirou, ou seja de aquela "influência" poder ser utilizada e potênciada com os artigos genuinamente nacionais. O que no meu ponto de vista não me parece nada desajustado.
Mas volto a frisar, a forma como a cara Drª. Suza a interpretou, não é absolutamente descabida, poderia ser prefeitamente uma indirecta, mas não, primeiro de tudo porque não seria equivalente com o respeito que voto à sua pessoa e depois, porque nestas coisas, cada um é que sabe como e em quê deseja gastar o seu dinheirinho.
;)

Bartolomeu disse...

Cara Catarina e co-clubista, segundo oiço nos comentários desportivos o jogo storting/benfica, ou vice versa, que se realizou ontem mas que ainda não conheço o resultado, era mais importante para o sporting ganhar que para o benfica, o que demonstra os "interesses" instalados, que ultrapassam o espírito do desporto. Espírito esse que foi o embrião do gosto pelo futebol, numa época de que já poucos têm memória.
Eu, que já sou um dinossauro, é que ainda me recordo de ver jogar em campos pelados onde os atletas se esfarrapavam todos para defender as cores do clube e no fim, depois do duche, recebiam uma sandes de torresmos e uma cervejola, como pagamento.
;)

Suzana Toscano disse...

Caro bartolomeu faz muito bem em ser genuíno e em fazer comentários aos sabor da inspiração, já vê que aqui damo-nos muito bem com essa espontaneidade porque as suas intervenções, sempre oportunas e bem humoradas geram logo um diálogo aceso. Não me pareceu nada mal a "subtileza", pelo contrário, foi muito bem observado,´deixe lá que ando for à Serra da Estrela vou ver as botas, só para tirar as teimas e depois aqui lhe darei conta das minhas investigações...:)