Barak Obama, ao acusar as grandes empresas americanas de agirem com “arrogância e ganância” por distribuírem bónus aos seus gestores depois de recorrerem a ajuda com dinheiro público, colocou, a meu ver, o dedo na ferida da actual crise.
Com efeito, a crise brutal que vivemos não é apenas financeira e económica, é também o espelho da ausência de um padrão de valores tradicionais na condução das actividades financeiras, designadamente bancárias, e das actividades económicas.
A situação a que chegámos funda-se em dois objectivos que passaram a guiar o comportamento das pessoas e das organizações: a maximização do lucro imediato sem restrições éticas e a realização do prazer imediato. Vive-se o primado do ter, relegando para segundo plano o ser. As pessoas são avaliadas pelo que têm e não pelo que são!
Com efeito, a crise brutal que vivemos não é apenas financeira e económica, é também o espelho da ausência de um padrão de valores tradicionais na condução das actividades financeiras, designadamente bancárias, e das actividades económicas.
A situação a que chegámos funda-se em dois objectivos que passaram a guiar o comportamento das pessoas e das organizações: a maximização do lucro imediato sem restrições éticas e a realização do prazer imediato. Vive-se o primado do ter, relegando para segundo plano o ser. As pessoas são avaliadas pelo que têm e não pelo que são!
Os gestores das empresas, e não apenas das instituições bancárias, induziram na vida das organizações a maximização do lucro imediato, pela urgência de rapidamente aumentarem as suas remunerações, sem quaisquer preocupações de sustentabilidade e com elevado risco de gerar quebra de valor social. O que deveria ser entendido como uma transgressão, transformou-se numa norma. É impressionante como fomos caminhando para o abismo com a ilusão do sucesso, sem nos questionarmos ou duvidarmos sobre a sustentabilidade da maximização do lucro imediato.
O excesso de tudo modelizar - na actividade bancária, nos mercados financeiros, na economia - também está presente na crise que estamos a viver. Os modelos são úteis, mas podem ser perigosos, se neles nos centrarmos e esquecermos a necessidade de observarmos com sentido crítico os comportamentos e as decisões das pessoas e das instituições.
Parece-me urgente e importante estabelecer restrições que quebrem estas práticas, para o que são fundamentais novas regras de supervisão e de regulação. Afigura-se também importante que um novo modelo de funcionamento das instituições seja introduzido com muito bom senso, no sentido de que há que encontrar o justo equilíbrio entre o mercado e a regulação para prevenir, corrigir e suprir falhas de mercado, num quadro em que é preciso retomar valores éticos e mobilizar as pessoas para com os mesmos se identificarem e os acolherem.
Parece-me urgente e importante estabelecer restrições que quebrem estas práticas, para o que são fundamentais novas regras de supervisão e de regulação. Afigura-se também importante que um novo modelo de funcionamento das instituições seja introduzido com muito bom senso, no sentido de que há que encontrar o justo equilíbrio entre o mercado e a regulação para prevenir, corrigir e suprir falhas de mercado, num quadro em que é preciso retomar valores éticos e mobilizar as pessoas para com os mesmos se identificarem e os acolherem.