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segunda-feira, 22 de março de 2010

Motivo de satisfação...

O Senado dos EUA aprovou ontem a reforma do sistema de saúde. A Health Care Bill irá permitir que 32 milhões de pessoas tenham direito à prestação de serviços de saúde, até agora excluídas por virtude de não disporem de rendimento para pagar um seguro de saúde.
Segundo o Budget Office, as novas despesas serão compensadas por poupanças na Medicare e por novas taxas e impostos, incluindo uma taxa sobre os planos de saúde com maiores benefícios suportados por empregadores e o agravamento de impostos sobre remunerações dos investimentos dos americanos com rendimentos elevados.
O Presidente Obama logrou aquilo que o Presidente Bill Clinton não conseguiu, no sentido de reformular o sistema de saúde americano. O Presidente George W. Bush, do mesmo modo, falhou a aprovação de uma mudança histórica, durante o seu segundo mandato, para criar contas privadas no sistema de segurança social.
Obama lutou com a paixão própria da sua campanha eleitoral. Ganhou esta batalha política em nome da justiça social, com clivagens partidárias e políticas sérias e certamente que secundarizando muitas outras prioridades. Basta referir que 39 Democratas se juntaram à oposição unânime dos Republicanos no voto contra a reforma.
Congratulo-me com a decisão da inclusão de 32 milhões de pessoas (cerca de 10% da população) - excluídas pela condição de pobreza ou desemprego ou ainda por inadequação dos capitais seguros à doença declarada - no acesso a cuidados de saúde (prevê-se que sejam progressivamente abrangidas até 2019). Se tudo correr bem, no final não haverá pessoas abandonadas à sua própria sorte. Um assunto a seguir com atenção...

4 comentários:

Bartolomeu disse...

Não tenho dúvidas que, ideológicamente, esta batalha do presidente Obama, é revestida de todo o mérito, representa uma evidente vitória da democracia.
No entanto à primeira vista, fico com a sensação que Barack Obama, colocou a "batata incandescente" na mão das seguradoras e das empresas.
Não ha dúvida também qeu no espírito do presidente reina a convicção que terá de ser a sociedade, nas suas diversas vertentes, a garantir um bem a si mesma, a prestação dos cuidados de saúde necessários.
Vamos ver de que forma vai correr esta reforma.
Os resultados, que se espera sejam bons, irão reflectir-se nos sistemas de saúde de todo o mundo, especialmente nos europeus.

Tiago Soares Carneiro disse...

Bom dia!!!

Faço aqui um apelo aos meus amigos...

...o meu blog que está nomeado para os BOBs (Best of Blogs) - categoria de repórteres sem fronteiras.



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Votem em mim!!!! LOL

Abraço
Tiago Carneiro

Ruben Correia disse...

Wait and see...Os programas Medicare/Medicaid também iriam, no papel, custar um sub-múltiplo do que realmente acabaram por custar. E este plano basicamente coloca ainda mais dinheiro nas mãos das seguradoras (basta ver como se comportaram as suas acções na Bolsa). Não se sabe até que ponto as obrigações que constam da lei não significarão um elevado aumento dos custos de saúde nos EUA, já de si elevadíssimos.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Bartolomeu
Não diria melhor. É uma vitória da democracia, que já faltava nos EUA.
Os dois lados do Atlântico vão ficar mais próximos, com a adopção por parte dos EUA do princípio da universalidade (95%) no acesso aos serviços de saúde.
Ao contrário do que se passa, em geral, na Europa, a prestação dos serviços de saúde continuará a ser assegurada por médicos e hospitais do sector privado e o financiamento e a cobertura de cuidados de saúde continuarão centrados nas companhias de seguro, com excepção dos programas públicos (Madicare) destinados à população com mais de 65 anos e famílias pobres. O Estado o que vai fazer é apoiar as pessoas que não têm rendimentos para comprar um seguro de saúde. Só com o tempo poderemos avaliar o sucesso da reforma.

Caro Tiago Carneiro
Boa sorte para o Best of Blogs!

Caro Ruben Correia
As suas observações são pertinentes.
O novo sistema de saúde vai custar mais dinheiro, mas o seu financiamento vai ser conseguido através de receitas provenientes de novas taxas e impostos e de ganhos de eficiência nos programas públicos (Medicare). Segundo li, a reforma do sistema de saúde vai permitir uma redução do défice.
A nova reforma vai, também, reforçar a regulação das actividades seguradoras, dos prestadores de serviços e da indústria farmacêutica, de modo a obter melhores resultados no controlo dos custos e, por exemplo, impedir que as seguradoras rejeitem a contratação de seguros a cidadãos doentes.
Só o tempo dirá se as estimativas elaboradas para os custos da reforma estavam bem calculadas.