Com tantas virtudes que andam a atribuir ao café, não percebo por que razão não aproveitam este manifesto, o mais antigo que se conhece na Europa, 1650, onde se relatam tantas e curiosas virtudes. Vá lá, aproveitem, é de graça. Se repararem bem, o café até faz bem à hipocondria, mas não diz nada sobre os seus efeitos na "idiotia". Pelo sim pelo não vou tomar um. Fazem-me companhia? Declaração de interesses: não tenho qualquer vínculo com os industriais e doutores médicos com interesses nesta área. Apenas prazer, mas é preciso que seja bom, o que é difícil de encontrar.
7 comentários:
Já agora, se me permite, Senhor Professor, faço também uma Declaração de Interesses: Não tomo café! Ou melhor; deixei de tomar café.
O motivo que me fêz tomar esta radical decisão, não se prende com qualquer tipo (peço desculpa ao Sr. Bispo pelo plágio)de vínculo a seitas virtuosas, ou a associações de defesa do consumidor, ou ainda a qualquer fundação para a protecção e livração de adictos ao consumo de bebidas estimulantes.
Não; a minha decisão foi tomada, a partir da altura em que escutei pela primeira vez este tema:
http://www.youtube.com/watch?v=f7CPHC0hZHA
Com efeito, após esta data memorável, o café passou a ter outro gosto.
Ai!!! Que já me troquei todo! Quero dizer que, a partir daquela música, os meus amigos passaram a sentir um gosto diferente no café.
Fiuuuu... acho que me saí bem, desta...
;))
Tenho que ver isso!
Até aos 40, umas seis, acompanhadas generosamente com muitos cigarros, agora 3, mas sem cigarros.
Quem me tira os meus dois cafés do acordar estraga-me o dia. PUAH.
Caro amigo Bartolomeu
Já ouvi. Compreendo-o. A canção é bela, dramática e poética. Fez-me lembrar um episódio que em tempos vivi e me marcou sobremaneira. No entanto, esse despudor que tratou tão mal os negros foi igualmente vivido com outros produtos, substâncias e produção de riquezas que ainda hoje beneficiamos. Se tivesse de deixar consumir outros produtos com as mesmas razões que apontou, então, teria de deixar de beneficiar dos mesmos. Mas respeito a sua decisão. De qualquer modo, hoje em dia, através do Comércio Justo, muitas comunidades africanas e americanas estão a desfrutar de determinados produtos entre os quais se conta o café, logo, estamos, também, a contribuir para a riqueza desses povos. Digo isto, para não ficar com o sabor amargo dos efeitos negativos da exploração do café, prefiro ficar apenas com o sabor do mesmo, adoçado pela ideia de que estarei a ajudar o desenvolvimento de algumas comunidades. Afinal, uma chávena de café poderia levar-nos longe.
Um abraço
Sim, faz algum mal saber como é que coisas tão boas que chegam à nossa mesa implicam tantos trabalhos e sofrimentos, cá em casa também temos a ditadura do Fairtrade, desde que uma das minhas filhas trabalhou nessa organização, bananas só da Madeira, chocolate faitrade, chá e mais algumas coisas de que me vou distraindo, mas o café é mesmo o que encontro embora o melhor que conheço seja o da casa dos cafés na Portela (aqui fica a propaganda!). Mas o melhor do café é mesmo a companhia, obrigada pelo convite :)
Caros Amigos; Julgo terem percebido que quando declarei não tomar café, estava na realidade, a afaltar à verdade. Uma mentirinha, abertamente denunciada, só para "justificar" a colocação do video-clip do músico angolano Rui Mingas, que foi em primeiro lugar; meu treinador de atletismo no Clube de Futebol "Os Belenenses" (e isto é rigorosamente verdade) depois, Ministro do desporto no governo de Angola e ainda, embaixador de Angola em Portugal.
Escravatura, como sabemos, continua a existir nos nossos dias, em excesso e em variadíssimas partes do globo. Muitos dos produtos que nos chegam, com origem nos países asiáticos, são produzidos por mão-de-obra escrava e ainda, em muitos casos, por mão-de-obra escrava e infantil. Em países do continente africano e sul americano, passa-se o mesmo. Tudo isto talvez não fosse tão trágico, ou não se entendesse desse modo, se a existência dessa exploração e escravatura, não tivesse como finalidade única, enriquecer estúpidamente os detentores do poder e da força, em muitos casos, sobretudo dos países africanos, enriquecer os próprios chefes dos governos. Pior ainda é o facto de os governos dos países ditos civilizados, democráticos, evoluídos, cultos, pactuarem e apoiarem esses governos escravizadores e comprarem-lhes os produtos obtidos confeccionados ou produzidos com essa mão-de-obra escrava.
As imagens que são apresentadas no video-clip, pertencem a uma época colonial, estão desfazadas no tempo, mas não na relidade, no dia-a-dia desses povos.
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