O DN publicou
ontem uma entrevista com Francisco José Viegas, Secretário de ~Estado da
Cultura. Para avaliar o quilate, deixo três das quatro primeiras perguntas.
Jornalista
do DN: Este é um dos governos …menos
cultos da democracia pós-25 de Abril. Esse perfil facilita a gestão da
Secretaria de Estado da Cultura?
Francisco
José Viegas, Secretário de Estado----
Jornalista
do DN: Digo menos cultos, porque os
portugueses têm a impressão de que metade dos Ministros nunca leram um livro...
Francisco
José Viegas, Secretário de Estado----
Jornalista
do DN: E o primeiro-ministro tem ficado
mais sensível à questão da cultura?
Francisco
José Viegas, Secretário de Estado----
Se é verdade que a cultura não
é arrogante, então a falta dela é o que mais abunda no entrevistador. Normalmente é assim: aos incultos nunca escapa um culturómetro bem
afinado. Enquanto medem a cultura dos outros, disfarçam a própria ignorância.
PS: Na
entrevista, Francisco José Viegas mostrou toda a sua cultura, e também a democrática. Na paciência que teve
em responder.
8 comentários:
Paciência a mais meu caro Pinho Cardão. Transmontano, imagino o que de "cultural" não terá passado pela cabeça de FJV!
Se calhar, o Sr. Secretário de Estado da Cultura, antes de conceder a entrevista ao jornalista, devia ter aferido o seu grau cultural.
Como não o fêz, sujeitou-se... paciência. Se o tivesse feito, estaria muito provavelmente a contrariar um dos princípios da democracia.
Logo, ambos, (Secretário e Jornalista) representaram dois papaeis distintos, mas que se complementaram; o primriro, fingiu ser tolerante para com os incultos a quem concedeu a oportunidade para manifestar o seu grau de cultura; o segundo convenceu-se que poderia provar públicamente a falta de cultura de um colectivo, medindo-o pela bitola da literacia.
Tudo isto seria pacífico, se não tivesse passado de uma entrevista, e o resultado não se saldasse pela perca de tempo que originou, ao caro Autor, Dr. Pinho Cardão - a escrever o post - ao Dr, José Mário e a mim - que o estamos a comentar - e muito provavelmente a vários outros companheiros da blogosfera que repetirão os mesmos passos.
Pela minha parte, declaro-me constitucionalmente inculto!
Caro Pinho Cardão
Com toda a amizade, respeito, bem como pela importância que dou a que o país dos grupos não se dissocie cada vez mais do país real, penso que não está a perceber o que se está a passar em Portugal, nem o grau de indignação a que chegaram os cidadãos que pagam as aleivosias dos grupelhos do poder e suas claques (adorei saber que mais de metade dos ministros deste governo são ex estudantes da Universidade Internacional, U. Livre... com o excelente mérito de notas tão significativas como 11 valores...).
O facto do FJV ser transmontano, a mim não me entusiasma. Aliás quero-lhe dizer que embora como escritor FJV me seja simpático, já não me é simpático esta tendência de homens de cultura serem tomados pelo poder dos grupos que se organizam à mesa dos orçamentos do estado.
Normalmente dão mau exemplo, como foi o caso do VGM, do ASS, da GC,...
O Isaltino Morais também o é (Transmontano) bem como são provincianos (e têm-no demonstrado na prática que são os resultados do estado a que isto chegou!) muitos dos governantes e ex governantes dos últimos anos.
A mim o que me preocupa, hoje, é aquela imagem onde aparece o Santana Lopes, o Dias Loureiro, o Miguel Relvas, o Mota Amaral... de mão aberta direita postada por cima do coração e esquerda, descaída, ligeiramente encurvada!
Todos por bons motivos?
Paciência e educação a mais, sem dúvida: Afinal de contas não é curial que alguém tenha a lata de iniciar uma entrevista começando por rotular à partida o entrevistado (que também faz parte do governo), de ignorante...
Cá para mim a sra. falta-lhe uma cadeira, no sítio certo...
"Nunca se deixa que a verdade estrague uma boa história"
PS: Devia ter logo respondido que culto era Oliveira Salazar. Esse sim era um sujeito culto. E Cunhal, Isabel Alçada, a Canavilhas. o Lino, ... o que nunca faltou neste país foi gente "culta". Infelizmente, nunca cultivaram com o dinheiro deles, foi sempre com o meu.
Só mesmo o caro Tonibler para fazer este resumo :)pois o que o jornalista se queixa é de não ser fácil continuar a cultivar com o seu (seu Tonibler) dinheiro, bem se percebe que foi muito ajuizado o FJV ficar calado, era mesmo conversa para não alimentar.
Bom título para o post.
Se fosse sobre FJV poderia ser a cultura e a incompetência.
Armando Vara também é transmontano.....
Curiosa esta reação ao facto de ter mencionado que FJV é oriundo de trás-os-montes...
Esclarecendo, com ela somente quis dizer que por aqueles lados se usa uma linguagem mais vernacular para lidar com interlocutores como o jornalista.
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