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quinta-feira, 19 de julho de 2012

"Hammerstein ou a intransigência"

Um amigo meu despertou-me o interesse por certo tipo de leituras. Vou começar. E para o efeito transcrevo o que escreveu,

"Hammerstein ou a intransigência"

"Quando alguém perguntou ao General Hammerstein (1878-1943, opositor de Hitler) como avaliava os seus oficiais, respondeu: "Eu distingo quatro espécies. Há os oficiais inteligentes, os trabalhadores, os idiotas e os preguiçosos. Geralmente essas qualidades aparecem aos pares. Uns são inteligentes e trabalhadores e devem ir para o estado-maior. Os seguintes são idiotas e preguiçosos; constituem 90% de todo o exército e são aptos para as tarefas de rotina. Aquele que for inteligente e ao mesmo tempo preguiçoso qualifica-se para as mais altas funções de comando, pois ele trará a clareza intelectual e a força nervosa para tomar as decisões difíceis. É preciso tomar cuidado com quem seja idiota e trabalhador, pois ele nunca provocará senão desastres." (Em "Hammerstein ou a intransigência" de Hans Magnus Enzensberger)

Perigo maior só quando os inteligentes preguiçosos se alheiam da acção, como no livro. "


A vida é feita de pequenas coisas, mas é preciso agarrá-las e saboreá-las. Num belo domingo, para as bandas de Mafra, tive a oportunidade de conviver com pessoas simpáticas e conhecedoras. Hospitalidade impecável, excelente comida, vinhos capazes de transformar um deus num ser humano, histórias, muitos assuntos, conversas ricas, profundas e divertidas a metamorfosearem-se conhecimento. É preciso agarrar em certos assuntos, um deles tem a ver com esta despretensiosa nota, fiquei de olho atento. Agora vou ter de aprofundá-lo.

9 comentários:

Pinho Cardão disse...

Então, caro Professor, papita-me que, sob esse ponto de vista, já classificou os convivas...

Bartolomeu disse...

Bom, ao menos o General Hammerstein encontrava qualidades em todos os oficiais e não excluía ninguém de funções.
Caso raro de se verificar, por exemplo, naquilo que toca aos dirigentes portugueses.
Ao longo da mminha vida profissional, trabalhei directamente com pessoas que pensavam que aos menos dotados de inteligencia não devia ser dada a oportunidade de participar nos projectos e trabalhos. Consegui algumas vezes provar-lhes o contrário, demonstrando que os bons chefes, ajudam a fazer os bons funcionários. E que, o que é preciso, é acreditar nas pessoas e ajuda-las a ultrapassar os seus "bloqueios", desvalorizando os erros e enaltecendo-lhes as qualidades e os sucessos.
Só assim as equipes alcançam êxito.
E também, acreditar que está um comboio para chegar, onde todos embarcaremos numa viagem que nos irá transportar até às margens do Jordão. Com a vantagem de não precisamos tirar bilhete, nem levar bagagem.
http://www.youtube.com/watch?v=k9Brw_0gncU&NR=1&feature=endscreen

;))

jotaC disse...

Caro Professor Massano Cardoso,
Está decidido: Doravante os candidatos a titulares de cargos públicos deverão ser classificados de acordo com os princípios de Hammerstein e, deste modo, eliminamos os idiotas e preguiçosos da gestão do país.
No, entretanto, vamos ter de descobrir quem classificará os candidatos!?...

jotaC disse...

...eu, entretanto, vou pesquisar o livro, acho o assunto interessante. Muito obrigado, caro Professor, pela partilha.

Massano Cardoso disse...

Palpite errado, Pinho Cardão. Há uma categoria que não foi tomada em linha de conta, a da amizade. Abraço

just-in-time disse...

Aguçado o apetite para as classificações, ajuda muito o gráfico de Carlo Cippola em “As leis fundamentais da estupidez humana” sobre as consequências da ação de cada um sobre 3ºs (no ponto de vista de cada um)

Eixo vertical: efeito positivo ou negativo sobre 3ºs,
Eixo horizontal: o mesmo sobre o autor da ação.

E, assim resulta:

Quadrante superior direito - Inteligentes
Q. inferior direito – Bandidos
Q. inferior esquerdo – Estúpidos
Q. superior esquerdo – Idiotas

Para quem quiser aprofundar a bissetriz do Q. i. d, representa o bandido perfeito, i.é, benefício obtido = prejuízo causado a 3ºs.

Pinho Cardão disse...

Caro Professor:

De facto, caro Professor, a amizade autêntica sobreleva tudo!

Suzana Toscano disse...

É mesmo o que determina tudo o resto, com a amizade a guiar o instinto e a vontade de agradar, não há cozinheiro que falhe, nem ambiente que se estrague! :)

Anónimo disse...

Curiosa essa visão das aptidões...
Quanto às imediações de Mafra, pois aí mora a hospitalidade, a simpatia e, sim, o conhecimento e a vontade de o partilhar. Para mim foi um privilégio conviver com verdadeiras/os generais como os que ali se reuniram em repasto, convívio e trabalho republicano. Só não lhes reconheço o ´dom´ da preguiça...