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sábado, 14 de julho de 2012

Um corpo doente

Temos a tendência para pensar que os males que nos afligem são endémicos deste cantinho à beira mar plantado. Não são. São prova de um corpo doente de que fazemos parte. Esse corpo, sujeito a sucessivas overdoses de uma droga chamada dinheiro e de insanidades várias chama-se Europa. Veja aqui.

9 comentários:

Tonibler disse...

Ora, caro JMFA, são apostas no crescimento económico!

PS: Agora a sério, comparando connosco nem me parece muito.

Bartolomeu disse...

Caro Dr. José Mário,
Não sei se podemos negar tão fácilmente que o mal que nos aflige, seja endémico.
Se nos detivermos um pouco nos factos que compõem a História deste "cantinho à beira-mar plantado", rápidamente concluímos que não passámos ainda da Idade Média. As lutas pelo poder, o feudalismo a hipocrisia, as intrigas palacianas, as conjuras e as vinganças, continuam iguaizinhos aos daquelas épocas.
Ha dias, sentado no sofá a assistir a um telejornal, vejo as imágens de vários membros do governo a chegar à entrada de um determinado edifício, saír dos carros que os transportavam, passarem entre os flashes dos jornalistas e subir a escadaria no cimo da qual eram aguardados por outras "individualidades". A "cena decorria entre salamaleques, olhares fingidos de estrela de passerele, trejeitos de etiqueta com reservas de hierarquia, com avanços e recuos, com braços estendidos indicando a passagem e o sentido da marcha e com os principais protagonista a andar como que em biquinhos de pés, braços encostados ao corpo até ao cotovelo e o antebraço afastado, como que a imitar a cauda de uma casaca, ou as asas de uma libelinha meio estonteada pelo brilho das luzes.
Juro-lhe; não encontrei maior verossímelhança, que a corte de Luis XIV de França... o Rei-Sol.
So lhes falta a cabeleira empoada, o sinalinho na face e os folhinhos rendados...

Anónimo disse...

Tiques que o meu Amigo encontra noutras paragens. E bem mais "medievais"...

Pinho Cardão disse...

Caro Ferreira de Almeida:
Mas não há igualdade, nem nos vícios. Quem não tem dinheiro não pode ter vícios, quem tem dinheiro pode ter alguns.
A França ainda pode. Nós, não!
Mas alguns teimam em que fiquemos definitivamente doentes. E continuam a receitar o remédio que nos levou à ruína.

Caro Bartolomeu:

Os rituais sempre estiveram ligados ao poder. Em todo o lado e em todos os tempos. Em nada mudámos. E poder que ousa aboli-los depressa sossobra.

Bartolomeu disse...

Ora, ora, caro Dr. Pinho Cardão.
Desde quando é que a manutenção do poder, depende de ritualísmos bacocos?!
Governasse aquela rapaziada, objectivando o equilíbrio social, o progresso e a sustentabilidade das regiões, valorizando-as e abrindo espaço para que o empreendedorismo pudesse ser uma realidade; governassem eles o país, ouvindo e dialogando com os representantes dos diversos sectores profissionais e decidissem em harmonia e equilíbrio, sem deixar no ar o cheiro fedorento da mentira e da trapacisse e veria o meu estimado amigo, que todos os respeitariam e honrariam. Mas infelizmente, aquilo com que a maioria dos nossos políticos e governantes se preocupa. é com a imágem exterior e a dissimulação daquilo que realmente pensam. Esquecem-se que por dentro, são feitos de ossos e outras imundices, tal como todos aqueles que tentam iludir.
;)

Pinho Cardão disse...

Pois é, caro Bartolomeu, mas em matéria de poder o pessoal não respeita quem é um igual; e para não ser um igual há que se rodear de rituais. É a vida, caro Bartolomeu. Não devia ser assim? Pois não devia.
Mas pode-se viver sem rituais e sem ídolos? Veja o que aconteceu com a veneração aos ídolos do Europeu de Futebol: venerados, sacralizados, adorados. Perante eles, havia gente em êxtase.
É a vida!

Bartolomeu disse...

Estamos a considerar coisas diferentes, caro Dr. Pinho Cardão.
O cidadão comum, revê-se nos idolos futebolísticos, por uma razão diferente, daquela que os leva a aplaudir os líderes políticos. Aos primeiros, o comum dos mortais atribui um valor e dedica uma devoção, que tem ligação directa com as suas fantasias de realização pessoal. Aos segundos, dedica uma subserviência que lhe foi legada pelos avós, é hereditária e só se extingue ou atenua, quando adquire consciência de cidadania. Por isso é que, apesar das reclamações unânimes de que os políticos são todos iguais, sempre que decorrem eleições, lá está o "maralhal", como rebanho de ovelhas, a votar.
Nem que tenham de ir de maca, ou a rastejar, não desistem de ir colocar o voto, para depois ter de quem reclamar... daqueles que elegeram.
À dias, dizia-me o meu filho mais novo; ó pai, já pensaste o que aconteceria se nas próximas eleições ninguém votasse?
Yah! Respondi-lhe. Iríamos ter um governo constituído pelos membros que se candidatassem. No entanto, se fosse conhecida antecipadamente a decisão dos não-candidatos, de não votar, aumentaria exponencialmente o número de candidaturas. A duvída, reside num ponto, quem subscreveria as litas para as candidaturas?!
;)

(c) P.A.S. Pedro Almeida Sande disse...

Caro Bartolomeu

Subscrevo tudo o que diz. Seria com certeza um bom companheiro para uma reforma com ética e arejada do sistema político. Um partido da área da verdadeira social democracia (e um sistema político onde cada decisão fosse ascultada e apaenas os grandes princípios fossem como que constitucionalizados)verdadeiramente participativo, sem vícios e sem caminhos de jotas, que respeitasse a cidadania e afastasse os tiques de quem esclerosou na empatia...

Infelizmente a social democracia anda actualmente de mãos pouco dadas com corações verdadeiramente sociais democratas. As sociais democracias Nórdicas como exemplos?
É para já!

Caro Pinho Cardão

Estou chocado com a sua afirmação:

«em matéria de poder o pessoal não respeita quem é um igual; e para não ser um igual há que se rodear de rituais».

O pessoal não respeita quem é um igual???
O pessoal não respeita é quem parece igual pela falta de ética, o chico espertismo, o tráfico de influências, a incompetência, a falta de bom senso...

Esse é que é o problema, Caro Pinho Cardão: os maus exemplos que temos tido na vida política nos muitos últimos anos!

Suzana Toscano disse...

Caro Zé Mário, corre na net um mail com fotografias dos aeroportos construidos em Espanha, os milhões e milhões que custaram e os números rídiculos de utilizadores, alguns nunca chegaram a ter qualquer movimento. São muitos, tantos quantos as autonomias... Mas é como diz o Pinho Cardão, cada um foi perdulário à medida das suas posses. Mas o desvario dos falsos investimentos foi geral, de resto muito impulsionado pels fundos comunitários que era preciso gastar e que também tinham as suas orientações de "investimento".