Gorado o efeito inquisitório a Maria Luís Albuquerque por falta de chama, eis que a fogueira começa a ser atiçada a um seu Secretário de Estado.
Segundo notícia de certa revista, logo copiada por todos os media, o CitiBank apresentou ao Governo de José Sócrates contratos de swaps que permitiam fazer descer o rácio da dívida pública sobre o PIB, colocando os valores “fora do balanço”, sem que fossem contabilizados pelo Eurostat.
Como os swaps neste momento dão para tudo, os jornalistas se tornaram os maiores especialistas da matéria, nomeadamente pelo atrevimento que a ignorância dá, e tendo Pais Jorge sido um quadro do CitiBank, onde passou mais de uma década com a missão do contacto com os Clientes, está encontrada a justificação "perfeita" para mais um fogo inquisitorial.
O curriculum no Citi, que seria uma excelente carta de apresentação em qualquer parte do mundo, tornou o seu titular em produto tóxico em Portugal.
Claro que, para os nossos bem pensantes, para o jornalismo do politicamente correcto e defensores do quanto pior melhor, um escrituráro de terceira que nunca tenha saído da repartição para não se cruzar com alguém, teria o perfil adequado para ser Ministro ou Secretário de Estado.
Já tem acontecido haver escriturários nos governos. Depois, queixam-se dos efeitos.
11 comentários:
Caríssimo António:
Ouviste, ontem à noite, o que disse Marques Mendes?
Se não ouviste recomendo-te que ouças a gravação.
Caro Rui:
Não ouvi, não sei o que disse, e penso pela minha cabeça.
Mass trouxe alguma informação relevante?
O ramalhete fica composto com Paulo Gray, o responsável pela consultora que a ministra escolheu (por ajuste directo seguramente através do IGCP) para analisar os Swaps das empresas públicas e que, como Joaquim Pais Jorge, promoveu a venda de Swaps como director executivo do Citibank.
Tem razão Victor Gaspar quando afirmou há dias no Parlamento ser a ministra das finanças uma "especialista" em Swaps.
Caro António,
Considero que sim, que deu informações muito relevantes e que, vindo de quem vêm, presumo serem verdadeiras. E relevantes de uma personalidade que não é fiável para as funções que exerce.
Na vida também é preciso ter sorte: a mim parece-me que quem se lançou à fogueira foi, em tempos, o Secretário de Estado. O que não contava era que um dia podia ali morrer queimado, mas podia evitar esse sacrifício se se tivesse afastado a tempo. Portanto, para mim, o homem não foi cuidadosos bastante.
Caro Rui:
Pelo que eu hoje li num jornal, Marques Mendes apenas opinou, não trouxe elementos novos. Pelo que, entre a opinião de Marques e a minha, não havendo novos elementos, valoro mais a minha. Ressalvo, não havendo novos elementos além dos já publicados.
Conheces bem a vida das empresas e dos Bancos. Como tal, compreendes bem que um técnico ou director do Citi (ou de outro qualquer Banco) com o relacionamento com o cliente, como parece ser o caso, terá que acompanhar as equipas que se deslocam de Londres, ou de NY ou de Frankfurt para apresentar propostas ao cliente.
Pelo que li, foi este o caso.
Caro Carlos Sério:
Pois eu fico mais descansado wquando há gente nos Ministérios ou na Administração Pública que sabe do que está a tratar. Parece que o meu amigo fica mais tranquilo quando por lá proliferam ignorantes.
E critica quem, neste caso, procura corrigir as asneiras que outros fizeram.
Por mim, criticaria quem chamasse para resolver os assuntos quem deles pouco sabe; e louvaria quem chamasse os que verdadeiramente conhecem da matéria.
Caro Tiro ao Alvo:
A vida é também feita de circunstâncias. Cruzar-se com judeu é que já foi crime; agora parece que voltou a ser.
Desculpe caro Pinho Cardão, o problema não é a circunstância de alguém se ter cruzado com um judeu - isso pode acontecer a todos e nunca pode ser crime -, o problema é ter um individuo casado com um judeu e depois passar-se para o lado do palestinianos...
Além disso, ninguém é obrigado a integrar um governo, pois ser governante não é modo de vida.
Caro Pinho Cardão,
Não sou eu a pessoa que vai condenar alguém por fazer o trabalho que deve fazer. Pais Jorge tinha como cliente o estado português e vendia-lhe os produtos que o estado português queria comprar, no caso vigarices contabilísticas que só com enorme boa vontade lhe chamamos de swaps. Mas isso é o que um estado que baixa défices com fundos de pensões quer comprar, se quisesse comprar produtos sérios de certeza que o Citi também vende.
Agora, confesso que me incomoda que tenha sido nomeado para um cargo temporário no governo de um estado onde, até notícias em contrário, a vigarice ainda não acabou.
Neste caso,como em outros, o ponto fulcral é a forma como a counicação social lida com assuntos que são mto sérios. A confiar na comunicação social, a maquilhagem de contas, a contratação de swaps, as cláusulas especulativas e outros, são património deste governo. Os socialistas, esses coitados e pobres vítims, nunca recorreram ao sector financeiro nem aldrabaram contas - apesar de terem sido tentados para o fazer...
http://jornalismoassim.blogspot.pt/2013/08/implantar-uma-ideia-mascarar-o-defice.html
Caro murphy V.:
Swapa-se a realidade. É isso mesmo.
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