Absolutamente fabulosa a abertura dos jogos olímpicos na China! Sob o signo do número 8, o número da prosperidade, o Ninho de Pássaro animou-se com anéis olímpicos e fadas, com música e dança, com mil e uma cenas de magia, de precisão, de arte, de som, de luz, de fogo de artifício, num espectáculo feérico em que desfilou a história milenar da China. Desde os guerreiros de terracota, a criação do papel, os 3 mil discípulos de Confúncio, a Rota da Seda, a Muralha da China, até à representação da diversidade étnica, tudo com jogos de luz e milagres da tecnologia, terminando com uma grande pomba a desenhar-se no gigantesco estádio ao som da música do pianista Lang Lang, uma orgia de criatividade e perícia como era impossível de imaginar. Maravilhoso.
11 comentários:
Pois... os tibetanos e os dissidentes chineses também devem ter ficado extasiados...
Sem dúvida uma abertura faustosa, com a preocupação de mostrar ao mundo um espectáculo e um país grandiosos...
Aquela rapaziada do lado de onde o sol nasce, consegui inegávelmente transmitir "para" o mundo uma imágem de sumptuosidade HiTec.
Aquilo que mais me impressionou foi a citada criação do papel. No entanto, cara Drª. Suzana, a representação da diversidade étnica soube-me como uma imperial sem gás. Está a ver? uma coisa insípida a cheirar a ratoeira para apanhar ocidentais. Coisa ao jeito daquelas tascas de antigamente, localizadas perto dos cemitérios que ostentávam à porta um cartaz onde se lia "na volta cá te espero".
Mas pronto... isto era antigamente, ou seja... era d'antes e, agora estamos no durante.
E eu confio piamente nas boas vontades e nos desejos de entendimento.
Suzana
Não acompanhei a cerimónia em directo. Mas vi depois várias passagens e ouvi comentários sobre o espectáculo.
As expectativas eram elevadíssimas. Foram superadas. A China mostrou que sabe fazer o que há de melhor no mundo. Coisa que no fundo já sabíamos, mas que ainda assim foi para lá dessa quase certeza!
caro caodeguarda,não vejo o que é que isso tenha que ver com apreciar o espectáculo da abertura dos jogos olímpicos, ou com a beleza do teatro chinês ou de qualquer manifestação artística digna de admiração...
Caro Bartolomeu, os ocidentais têm que aprender a conhecer os orientais, a sua história, a sua cultura, a multiplicidade étnica que os compõe e o modo como eles pretendem mostrá-la também é importante, para não nos confinarmos apenas ao que queremos ver. Depois, o juízo é nosso, mas primeiro há que olhar para ver!Os "chinese" parecem-nos todos iguais, mas aos olhos de outros também os europeus, ou os africanos, parecem idênticos, e a diversidade é grande. Por mim, achei aquelas imagens muito impressivas.
Margarida, se puder, vale apena ver tudo, foi um espectáculo fantastico.
Cara Dr. Suzana, não creio que seja difícil conhecer os orientais. Sabemos a sua cultura o seu apego aos preceitos e conceitos ancestrais, a sua auto-disciplina o seu rigor, a sua introversão e a sua capacidade de laborar em prol de um bem comum e de uma prosperidade nacional. Difícil é conseguir "conhecer" a coerência dos actos de um governo que reprime a manifestação de milhares de cidadãos que marchavam em ordem para a Praça da Paz Celestial, com tanques de guerra, pertencentes a um exército intitulado "Popular de Libertação", massacrando milhares de pessoas que, com a dignidade que já lhes conhecemos se mantiveram firmes pela defesa de verdadeiros direitos Humanos.
Por este e outros actos, como os de perseguição e execução aos monges buditas, é que no meu comentário refiro que, relativamente à representação da diversidade étnica, tudo quanto os meus olhos conseguiram ver, me deixo uma sensação a insípido e demagógico.
Caros Bartolomeu e caodeguarda,
indepedentemente do aproveitamento que se faça dos jogos, eles são o maior evento sobre a união da espécie que se realiza no planeta. Gozemo-lo e honremo-lo.
Caro Tonibler, coloco algumas reticências sobre o conceito que expressa acerca da união das espécies.
1º porque não entendo de que forma se podem unir espécies, por meio de competição. Dirme-ha certamente, que se trata de uma competição desportiva e saudável, na medida em que não visa a destruição do oponente. Pergunto: não?
2º porque esta competição é realizada entre atletas que tenham préviamente obtido resultados na modalidade que se encontrem dentro de ranking's que, para alem de selectivos, são em si mesmo e, na sua essência, discriminatórios. Dirme-ha, não se verificando esta previa selecção, de que modo seria viável a realização dos mesmos jogos?
Respondo: Não vejo outra forma, porem, não consideraria nunca os jogos olímpicos como um agente catalizador de boas-vontades e de união, apesar de ser esse o espírito que lhe está subjacente. No entanto a competição tem sempre como objectivo final a demonstração de superioridade do ser humano, perante o seu semelhante, nunca objectivando a comunhão, mas sempre, a subjugação.
Caro Bartolomeu,
É união da espécie, não das espécies. Mesmo no hipismo a medalha vai para o cavaleiro, não para a montada.
Os Jogos são, desde a sua origem, um substituto da guerra. Claro que são competição, claro que são entre seleccões, claro que são demonstrações de superioridade, tal como a guerra. Com a diferença que só envolve os "guerreiros", os civis assistem.
Cada um dos povos manda os seus campeões. Será discriminatório dentro dos povos, talvez, mas não entre os povos.
Quanto à não comunhão, conseguiria explicar-lhe se alguma vez tivesse praticado uma modalidade de combate, mas não podia estar mais enganado.
De resto,
Ainda no Hipismo, deixe-me recorda-lo caro Tonibler que tambem o cavalo, ou montada, recebe um galardão em forma de flor, com duas fitas, que lhe é colocado no arreio da cabeça, ou "cabeçada". Ainda acerca dessa recompensa, creio que o equídeo valoriza incomparavelmente a palmada de apreço com que o cavaleiro o brinda, terminado o exercício.
Durante alguns anos pratiquei Karaté Aikido Shotokan. Como sabe certamente caro Tonibler, esta é uma "modalidade" cuja origem assenta num pricípio filosófico, absolutamente contrário ao ataque da pessoa que se nos opõe. Porém, tanto no oriente como no ocidente assistimos à descaracterização da arte, servindo-se os seus praticantes dos ensinamentos ministrados, para todos os fins menos aquele que a criou.
Até à idade de 27 anos pratiquei vela, participei em algumas competições a nível nacional, constatei com bastante tristeza que aquele desporto que é praticado num ambiente de perfeita comunhão com a natureza e o que ela representa de mais belo, onde inclusivamente reina entre os praticantes um espírito de entre-ajuda (pois o mar nem sempre é previsível), constatei que em prova, as tripulações se digladiam tão ferozmente, tentando roubar o vento uns aos outros, embatendo com as embarcações, apesar de as regras o não permitirem, com a finalidade única de atravessar primeiro uma linha imaginária traçada entre duas boias. Para no fim erguer uma taça que confere ao vencedor o estatuto de indestructível e de superior, enquanto os vencidos exibem um olhar de desespero e raiva e exprimem os seus sentimentos de revolta pela injustiça da derrota.
É esta uma síntese do que eu entendo por competição.
Caro Bartolomeu,
Se quando ganha se sente um superior indestrutível e quando perde se sente revoltado, com raiva, injustiçado e desesperado, compreendo que não goste de competição. Chama-se a isso mau-perder e mau-ganhar. E é também por isso que os povos escolhem os seus campeões, para evitar que os mau-perdedores e mau-ganhadores participem nos jogos.
De resto, posso dizer-lhe que aos 42 anos e na posição 800 e tal do ranking mundial, só tive raiva por ver que um sul-africano da minha idade, com 20 Kg a mais, que estava quase 100 lugares atrás de mim, entrou no quadro de 64 contra o Joaquim Videira em Pequim e eu não. Só isso. Porque só pela honra de competir, estaria pronto para todas as derrotas.
Enviar um comentário