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terça-feira, 5 de agosto de 2008

Forma de encher chouriços!...

Maddie de manhã à noite. Maddie em notícias, entrevistas e comentários. Maddie entregue a jornalistas, especialistas, analistas, legalistas, psicólogos e juristas.
Maddie no centro de especulações delirantes. Maddie, na recuperação grotesca do melhor estilo inquisitorial.
Uma desbragada exploração da desgraça alheia, gratuita, sem tino, senso, ou finalidade é o alto critério jornalístico vigente.
Para a nossa rádio, televisão e jornais, Maddie é mera forma de encher chouriços.
Que o serviço público grotescamente acompanha.

13 comentários:

telegram disse...

Se não fosse a Maddie seria outra coisa qualquer. A nossa televisão, por exemplo, não pára de encher chouriços desde há uns bons anos.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Dr. Pinho Cardão
A exploração jornalística da desgraça alheia, numa atitude de desrespeito pela intimidade daqueles que a sofrem, é um péssimo serviço prestado à comunidade.
É o vale tudo, numa manifesta deterpução do que deve ser o dever de informação!

Rui Fonseca disse...

Caro Pinho Cardão,

Também a mim me repugna a exploração mediática da desgraça alheia.

Neste caso, contudo, o que está em causa é também a rotunda falha da polícia nos primeiros dias que se seguiram ao desaparecimento.

Ao não considerar desde o início a hipótese da morte da criança deitou por terra o esclarecimento total do que se passou.

É importante não esquecer isto: Alguém deveria ser responsabilizado mas pelos vistos não vai ser. Ainda ontem o advogado dos McCain foi muito insistente em não encarar a hipótese de responsabilizar a polícia.

E um cidadão comum pergunta: Porquê?
Sabes?

Bartolomeu disse...

Este fenómeno é o resultado de uma estratégia apurada, desenvolvida pelos "crâneos" da informação.
Aproveitando as características "especiais" do pobõe, encontraram a formula de a potênciar, "oferecendo" doses maciças de "gurdurosa cusquice", "diz-que-disse" e opinião extraída a quente e a frio do publicuzinho, que dá tudo e mais alguma coisa para aperecer na fotografia.
E ainda se goza com a figura típica da Ribeira... o Fernando, mais conhecido por emplastro... pois sim...
Como dizia o sem-abrigo filósofo que dormia na rua, apontando a causa para o facto de não conseguir ver a sua figura reflectida em qualquer espelho.
hehehehe
"Illusions on a double dimple"
http://uk.youtube.com/watch?v=iiiWzVkdosU

jotaC disse...

Dúvidas bem pertinentes que o caro Rui Fonseca levanta...
Subscrevo na totalidade o seu comentário.

António de Almeida disse...

-Temos serviço público?
-Está-se a referir á 2? No jornal da 22 não têm desenvolvido muito o assunto, para lá das notícias óbvias.
-Não tenho certeza de necessitarmos ou não dum serviço público, mas sei que não precisamos duma estação pública de televisão, e que programas como "Praça da Alegria", Operação Triunfo", Quem quer ser milionário", "Dança comigo", "Portugal no Coração" entra outros não são serviço público, os jogos da superliga também não o são, nem aqui nem na China.

Tonibler disse...

Eu acho que quem matou a miúda foi o Scolari, depois de acabar o namoro com o Cristiano Ronaldo...

Desculpem lá, mas não foi o ministério público que deitou cá para fora o "livro"???? Então, porque é que o serviço público noticioso é pior que o poder público de justiça???

SC disse...

Essa foi na muche, caro Tonibler. Até doi!

Mas, a despropósito deste caso mas a propósito de serviço público de televisão, vulgo RTP1, já repararam que o escrivão de seviço aquelas notícias de rodapé durante os telejornais deixou de usar (por desconhecimento?) o convencionado símbolo de percentagem (%) que foi substituido por um enigmático "P.C."?
Eu nunca vi uma coisa assim...
Mas, pensando melhor, será uma homenagem a si, caro Pinho Cardão?

Tiago Moreira Ramalho disse...

E o pior é que isto não é coisa de silly season, já dura há mais de um ano. É tão estúpida esta coisa de os telejornais terem obrigatoriamente uma hora que, à falta de melhor, é preenchida com comentários disparatados e notícias que não são, ou não deveriam ser, verdadeiras notícias. É o que temos, quem gosta gosta, quem não gosta, das duas uma, ou vai ou fica e faz diferente.

Anónimo disse...

Por aqui é só mar!

PA disse...

Tem muita razão Caro Rui Fonseca, foi também para mim, uma enorme surpresa, a atitude ponderada e cautelosa de Rogério Alves, abrindo a possibilidade de reabertura do processo e da investigação.

Mas há uma pergunta para a qual eu não encontro resposta:

- Porque não foi intentado processo contra os pais de Maddie, por negligência, ao terem deixados os filhos, os TRÊS FILHOS, sózinhos em casa ?

- E igualmente aos restantes amigos do grupo McCann, que também deixaram os filhos em casa, sózinhos ?

Não, não me venham dizer que eles vigiavam por escala, as crianças, e logo as crianças não estavam sózinhas. Porque ainda que tivesse sido assim, havia períodos de tempo em que todas as crianças estavam literalmente sózinhas, dentro de casas diferentes.

E como sabemos uma criança é um mundo de surpresas, no seu comportamento.

Além de que esta negligência, foi reincidente, tendo sido repetida por vários dias seguidos. O que acaso se se tivesse tratado de rapto, o que não sabemos ainda, se foi ou não, conferiu a possibilidade ao raptor de agir com segurança, estudando os tempos de execução e deslocação no rapto.

Acaso se tenha tratado de um rapto, o raptor poderia ter raptado várias crianças. Do mesmo ou de quartos diferentes. Tinha sido uma grande "colheita" !!!

Então e esta forma de abandono ? Não tem de ser julgada e punida, sentando no banco dos réus, os responsáveis (os pais das crianças inglesas), para exemplo da Sociedade ?

Há dias, um português abandonou dois filhos de idade 11 anos, numa estrada do algarve, pq estava com os copos. As crianças foram imediatamente retiradas e entregues a um familiar e o caso foi para a CPCJ.

Porque não foram retiradas as crianças inglesas, aos pais, se eles as deixavam sózinhas, para irem socializar em grupo, jantando, etc e tal .... ?

Tenho acreditado até ao presente, que os pais possam estar inocentes. Já do grupo tenho as minhas dúvidas. O facto de se recusarem vir a Portugal, para reconstituição do Jantar no Ocean Club é uma atitude muito suspeita. Quem não deve, não teme.

Mas o que é facto, é que nem é comum desaparecerem crianças no Algarve, e se há lá pedófilos, sobretudo, ingleses, .... nem desapareceu mais nenhuma criança, depois de Maddie, no Algarve. mas enfim, tudo é possível. Já sabemos...

Pinho Cardão disse...

Caro António de Almeida:
Ora aí está. E noticiários de uma hora na hora nobre da RTP 1,onde se mastigam os assuntos, para onde se trazem outros sem qualquer relevância,coisa original na generalidade dos países da Europa, onde os telejornais têm meia-hora, em regra, ou 25 minutos?

Caro SC:
Então eu, um autêntico PC, estou sujeito a que PC signifique uma qualquer percentagem? Isso nunca!... Eu, um verdadeiro PC,sou um valor absoluto, não um qualquer valor relativo!...

Caro Tiago Ramalho:
Não é bem assim!...Não nos compete a nós fazer diferente; quem tem que fazer diferente é o serviço público que pagamos. Pois, se não faz diferente, não se justifica. A nós compete reclamar. Espoliados, mas, pelo menos, reclamantes!...

Caro FAlmeida:
Pois aqui vão os votos de um mar bonançoso!...

PA disse...

nem a propósito, o Jornal de Notícias publica uma notícia que reforça o meu ponto de vista, no post que escrevi acima:

Kate, Gerry e os seus amigos não quiseram vir a Portugal para a reconstituição da noite em que Madeleine desapareceu porque tiveram medo de ser formalmente acusados. A revelação foi feita, esta quarta-feira pelo porta-voz dos McCann.

Clarence Mitchell esclareceu ao JN que os McCann e os amigos que com eles passaram férias na praia da Luz foram aconselhados pelos advogados a não regressarem para evitarem a constituição de novos arguidos no caso. Segundo Clarence Mitchell, a Polícia Judiaria recusou, cerca de um ano antes, uma proposta por parte do programa da BBC Crimewatch, para a realização de uma reconstituição que seria transmitida pelo programa.

"A Kate e o Gerry colocaram condições porque não lhes pareceu que uma reconstituição que servisse apenas a investigação fosse útil. Por outro lado, os advogados em Portugal aconselharam o grupo a não regressar ao país porque a probabilidade de terem que enfrentar a justiça portuguesa por negligência era elevada", afirmou o porta-voz.

A "recusa" em participar na reconstituição levou o Ministério Público de Portimão a considerar, no despacho de arquivamento, que os McCann "perderam a possibilidade de comprovarem aquilo que desde a sua constituição como arguidos têm protestado: a sua inocência face ao fatídico acontecimento".


http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Policia/Interior.aspx?content_id=976037