"Ficarão a saber quem nós somos, quais são os nossos valores e como é que educamos os nossos filhos" – assim falou Obama aos seus eleitores, incentivando-os a conhecer melhor a sua história pessoal e a da sua família. A sua mulher, Michele, será a oradora no 1º dia da Convenção. Madeleine Albright, democrata, considera que ele tem que dar a conhecer-se aos americanos que não foram os seus apoiantes porque ainda há muitos que não sabem quem ele é. O comentador da notícia explicou que Obama tem uma "história" diferente da da generalidade dos americanos e que tem que provar que, apesar disso, é um americano "como os outros".
A luta entre o candidato democrata e o republicano promete ser renhida e, em matéria de experiência política, as comparações ganham agora uma nova dimensão. Adensadas as nuvens em matéria de segurança interna e conflitos internacionais, os americanos estão a pensar duas vezes se se deixam ir em “modas” ou se têm que pesar o seu voto com critérios mais sólidos. Obama, pelos vistos, acha que o “carácter pessoal” ainda não foi suficientemente posto à prova, nem mesmo na prestação que ambos os candidatos tiveram que vencer quando foram a um encontro realizado pela igreja evangélica, em que a última pergunta, perante uma plateia imensa, foi “Qual foi o seu maior pecado?” Assim mesmo, como se houvesse o direito de devassar em directo para as tv’s a consciência de cada um, sendo que a absolvição, ou não, é uma decisão colectiva que só sairá no dia do voto.
Convenhamos que ambos estiveram à altura da hipocrisia da pergunta com a hipocrisia da resposta. Obama disse que o seu maior pecado era ter tido um comportamento egoísta (??) quando experimentou droga e álcool na sua juventude, MacCain disse que lamentava não ter conseguido “salvar” o seu primeiro casamento. Ficaram assim anulados estes pontos negros daquelas almas e, pelo menos, são duas armas de arremesso que ficam em casa dos opositores. A confissão na praça pública sempre tem outra emoção e dá garantia aos eleitores de que um não volta a ser egoísta e que o outro é fiel à mulher. Relevante, sem dúvida, falta agora saber como é que educam os filhos.
A luta entre o candidato democrata e o republicano promete ser renhida e, em matéria de experiência política, as comparações ganham agora uma nova dimensão. Adensadas as nuvens em matéria de segurança interna e conflitos internacionais, os americanos estão a pensar duas vezes se se deixam ir em “modas” ou se têm que pesar o seu voto com critérios mais sólidos. Obama, pelos vistos, acha que o “carácter pessoal” ainda não foi suficientemente posto à prova, nem mesmo na prestação que ambos os candidatos tiveram que vencer quando foram a um encontro realizado pela igreja evangélica, em que a última pergunta, perante uma plateia imensa, foi “Qual foi o seu maior pecado?” Assim mesmo, como se houvesse o direito de devassar em directo para as tv’s a consciência de cada um, sendo que a absolvição, ou não, é uma decisão colectiva que só sairá no dia do voto.
Convenhamos que ambos estiveram à altura da hipocrisia da pergunta com a hipocrisia da resposta. Obama disse que o seu maior pecado era ter tido um comportamento egoísta (??) quando experimentou droga e álcool na sua juventude, MacCain disse que lamentava não ter conseguido “salvar” o seu primeiro casamento. Ficaram assim anulados estes pontos negros daquelas almas e, pelo menos, são duas armas de arremesso que ficam em casa dos opositores. A confissão na praça pública sempre tem outra emoção e dá garantia aos eleitores de que um não volta a ser egoísta e que o outro é fiel à mulher. Relevante, sem dúvida, falta agora saber como é que educam os filhos.
3 comentários:
Pois... cara Drª. Suzana, penso que, a resposta de Mac Cain foi mais... "fracassei no meu 1º casamento", pode não passar de uma diferença de traducção, ou então... não se augura um bom futuro presidente para os sobrinhos do Tio Sam.
Se um teve um passado de drogas e alcool, o outro, declara-se impotente, entre um e outro, venha o diabo e escolha.
Mas, aquilo que continua a surprender-me, é o facto de os candidatos insistirem na linha cor-de-rosa, não se desviando do recurso às promessas utopicas. Como as que a diligente esposa de Obama proferiu, prometendo ao povo americano que se o marido fosse eleito não ficaria um único americano sem saúde, educação e mais um ror de bla bla blas, em que só ela acredita como certo.
Fez-me lembrar o Zé Cabra, quando prometeu um ferrari a cada português, caso fosse eleito.
Mas pronto, quem sou eu para desdizer os métudos fantásticos e as patacoadas eleitoralistas em que toda a gente deseja acreditar, sobretudo os que as proferem!?
Cara Dra. Suzana Toscano:
Assisti ao encontro promovido pela igreja evangélica aos candidatos presidenciais e, também eu, acho que tanto a pergunta como a resposta, são absolutamente hipócritas.
Bem sei que estes americanos são, por tradição, de um puritanismo exacerbado, mas pretenderem que os compatriotas acreditem que no passado só cometeram aqueles pecadilhos, e isto ter algum valor para aferir das suas competências para o cargo a que se candidatam, além de ridículo (aos meus olhos), está em contradição com uma das sociedades mais desenvolvidas do planeta!…
São tão puritanos, mas tão puritanos mesmo, que depois são aquelas cenas “malukas” na sala oval!
Ora tenham santa paciência e sejam sinceros com os eleitores tão pecadores que os elegem...
:)
Suzana
Nos EUA o escrutínio à vida pública e privada dos altos responsáveis de cargos públicos, e em particular dos candidatos, é um exercício muitas vezes torturante e maquiavélico de utilidade duvidosa, acabando muitas vezes na humilhação e na vergonha. Confissão e humilhação pública dos prevaricadores parece ser uma face da moeda. Satisfação e regozijo do povo em o fazer parece ser a outra face.
Depois de Obama e MacCain terem "confessado" ao povo americano o seu "maior pecado" foram perdoados e ficaram aliviados. O jogo desta vez foi fácil, logo se verá para a próxima...
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