Os cuidados de saúde em Portugal têm sido protagonistas de inúmeras situações conflituosas, anedóticas e de atentados contra os interesses dos nossos concidadãos. Raro é o dia em que não surgem notícias a confirmar algum pessimismo ao redor de um dos sectores mais sensíveis de qualquer sociedade.
Quando as preocupações financeiras predominam, deve-se, com toda a naturalidade, combater o desperdício e melhorar a eficiência dos serviços. Só que, por vezes, o estrangulamento financeiro deve ser de tal ordem que acabam por tomar soluções difíceis de compreender.
A notícia de que “marcar exames às varizes vai passar a demorar meses”, porque não há comparticipação na realização de certos exames venosos e arteriais aos membros inferiores, passando estes a serem realizados nos serviços oficiais, vai originar desconforto, mal-estar e até problemas graves numa população cada vez mais envelhecida e cada vez mais doente com repercussões vasculares nos membros inferiores. Os custos de um diagnóstico e tratamento tardios deverão ser astronómicos no futuro, face à “poupança” do presente. Tudo isto, porque há patologias de “primeira”, outras de “segunda” e ainda outras “de somenos importância”. Quem determina o “ranking”? Algum poder profissional, associativo, técnico, politico e económico.
Outra notícia foca o problema da jovem criança timorense com um tumor cerebral. Tanta cobertura, tanto mediatismo, com jornais, revistas, entrevistas, reportagens, imagens da menina, do pai da menina e do tumor. Tanto! Porquê meu Deus? Será que a menina não merece um pouco de mais respeito pela sua intimidade? Haverá necessidade de tanta cobertura? Não bastaria noticiar o caso e o movimento de solidariedade que permitiu a sua vinda ao nosso país? Um verdadeiro exemplo de uma forma de exploração em que o sofrimento de alguém é exposto de uma foram obscena.
Mas há ainda mais. A maternidade Alfredo da Costa está a rebentar pelas costuras com os partos e os atendimentos às grávidas. Razões? Nem é preciso explicar! O que me confrange é saber que um hospital da Capital teve que encerrar as urgências obstétricas devido a doença súbita de um chefe de equipa. Em Lisboa? Sim, em Lisboa, capital do reino e de um ex-império também se observa fenómenos deste tipo. Como é possível? Não sei! Até gostava que alguém me explicasse.
Mas há mais! Os H.U.C., hospital de referência e de orgulho nacional vai passar a EPE (entidade pública empresarial). Dizem que é para se tornar mais eficiente! Talvez seja. O que eu não acho graça nenhuma é a informação de que o capital estatutário ser um pouco superior a cinco milhões de euros, muito longe do que foi atribuído aos hospitais de Santa Maria e do São João. Há quem diga que não chega para cobrir os custos de exploração. O seu presidente, e meu colega, veio dizer que é apenas a primeira “tranche” do capital a realizar ao longo dos cinco anos. À pergunta: - Qual o montante final? O senhor presidente ignora de momento! Ignora?!! Mau, mau! Então, o representante máximo de uma instituição altamente prestigiada ignora o total da dotação a atribuir ao longo de cinco anos do plano de desenvolvimento estratégico? Será que ignora mesmo? Ou não quererá dizer?
Pobre país! Faz-me lembrar o náufrago da série cómica televisiva que, esperançado de regressar à Pátria, pede para o deixarem na ilha, quando soube o que se passa por aqui...
Pobre país! Pobre saúde!
Quando as preocupações financeiras predominam, deve-se, com toda a naturalidade, combater o desperdício e melhorar a eficiência dos serviços. Só que, por vezes, o estrangulamento financeiro deve ser de tal ordem que acabam por tomar soluções difíceis de compreender.
A notícia de que “marcar exames às varizes vai passar a demorar meses”, porque não há comparticipação na realização de certos exames venosos e arteriais aos membros inferiores, passando estes a serem realizados nos serviços oficiais, vai originar desconforto, mal-estar e até problemas graves numa população cada vez mais envelhecida e cada vez mais doente com repercussões vasculares nos membros inferiores. Os custos de um diagnóstico e tratamento tardios deverão ser astronómicos no futuro, face à “poupança” do presente. Tudo isto, porque há patologias de “primeira”, outras de “segunda” e ainda outras “de somenos importância”. Quem determina o “ranking”? Algum poder profissional, associativo, técnico, politico e económico.
Outra notícia foca o problema da jovem criança timorense com um tumor cerebral. Tanta cobertura, tanto mediatismo, com jornais, revistas, entrevistas, reportagens, imagens da menina, do pai da menina e do tumor. Tanto! Porquê meu Deus? Será que a menina não merece um pouco de mais respeito pela sua intimidade? Haverá necessidade de tanta cobertura? Não bastaria noticiar o caso e o movimento de solidariedade que permitiu a sua vinda ao nosso país? Um verdadeiro exemplo de uma forma de exploração em que o sofrimento de alguém é exposto de uma foram obscena.
Mas há ainda mais. A maternidade Alfredo da Costa está a rebentar pelas costuras com os partos e os atendimentos às grávidas. Razões? Nem é preciso explicar! O que me confrange é saber que um hospital da Capital teve que encerrar as urgências obstétricas devido a doença súbita de um chefe de equipa. Em Lisboa? Sim, em Lisboa, capital do reino e de um ex-império também se observa fenómenos deste tipo. Como é possível? Não sei! Até gostava que alguém me explicasse.
Mas há mais! Os H.U.C., hospital de referência e de orgulho nacional vai passar a EPE (entidade pública empresarial). Dizem que é para se tornar mais eficiente! Talvez seja. O que eu não acho graça nenhuma é a informação de que o capital estatutário ser um pouco superior a cinco milhões de euros, muito longe do que foi atribuído aos hospitais de Santa Maria e do São João. Há quem diga que não chega para cobrir os custos de exploração. O seu presidente, e meu colega, veio dizer que é apenas a primeira “tranche” do capital a realizar ao longo dos cinco anos. À pergunta: - Qual o montante final? O senhor presidente ignora de momento! Ignora?!! Mau, mau! Então, o representante máximo de uma instituição altamente prestigiada ignora o total da dotação a atribuir ao longo de cinco anos do plano de desenvolvimento estratégico? Será que ignora mesmo? Ou não quererá dizer?
Pobre país! Faz-me lembrar o náufrago da série cómica televisiva que, esperançado de regressar à Pátria, pede para o deixarem na ilha, quando soube o que se passa por aqui...
Pobre país! Pobre saúde!
3 comentários:
Se a eficiência do HUC vier a ser como a "eficiência" (com aspas) do Hospital do Barreiro (Nossa Senhora do Rosário) que já é EPE, será "para esquecer", Caro Professor Salvador.
Estes Hospitais ...EPE ... deveriam passar a ter uma placa à entrada do Hospital, que dissesse:
- Aqui, não se salva ninguém !
É (só) a minha opinião !
en passant ...
já agora acrescento mais uma "desgraça" que vi à hora do almoço, na SIC. Refere-se ao recrutamento de 150 médicos estrangeiros, que são neste momento imigrantes em Portugal, que trabalham nas obras de construção civil, na marcenaria, ... whatever ... e que vão ser sujeitos a exames, para poderem exercer medicina em Portugal.
Um desses médicos, é de leste, georgiano. Trata-se de um médico cirurgião, e a reportagem mostrou-o a executar um trabalho de marcenaria, na montagem de uma cozinha.
Focou as mãos dele, a trabalhar a madeira. Tive vontade de chorar.
Porque aquelas mãos poderiam estar a salvar vidas .... e não estão, estão a cortar madeira.
Perguntaram-lhe se sentia imediatamente apto a operar. Ele disse que teria pelo menos, de descansar as mãos, durante um mês.
Que se passa com o SEF - Serviço de Estrangeiros e Fronteiras ?
Então se este médico cirurgião georgiano quer trabalhar na sua profissão, e se há falta de médicos em Portugal, porque não foi imediatamente agilizado o processo, através do SEF, para que o médico, pudesse exercer a sua profissão ?
Caro Prof. Massano, este seu "condensado" faz muito mal à saúde!Ou será um incentivo eficaz para nos mantermos saudáveis, seguindo os sábios conselhos que tantas vezes aqui nos tem deixado?
...e concordo totalmente com o que diz quanto à exposição da criança timorense.
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