Acabo de ter conhecimento das personalidades eleitas pela Assembleia da República para fazerem parte do novo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, seis notáveis que muito admiro e respeito.
Fiz parte do último CNECV, embora reconheça não ser um especialista na matéria, preocupo-me, e muito, com problemas bioéticos. O meu contributo foi escasso e acabei mais por aprender do que propriamente “ensinar”. Foi uma experiência muito enriquecedora, e desde já agradeço a todos os membros as atenções que me propiciaram.
Apenas circunstâncias ocasionais é que me levaram a integrar o conselho. Na altura, era deputado, e aliado à minha condição de professor e às minhas preocupações humanistas, alguém se lembrou de que seria uma mais-valia. Não tanto, mas tentei cumprir com as minhas obrigações. A lista, na época, foi elaborada em conjunto com membros indicados pela coligação PSD-PP e o partido socialista. Agora não sei se foi ou não uma lista em conjunto, ou se cada partido indicou os seus nomes. Não interessa. Os eleitos são merecedores de confiança, até, porque três são professores de ética ou bioética, nos Açores, Lisboa e Coimbra. No entanto, numa leitura mais atenta, estranho não ter sido indicado, nem para suplente, um professor de bioética, neste caso da Universidade do Porto, que tinha sido indicado pelo PSD no anterior conselho, o Prof. Rui Nunes. Rui Nunes é um bioeticista dinâmico e criativo, que tem contribuído de forma muito intensa na abordagem de vários problemas éticos, dos quais se destaca, por exemplo, o caso do testamento vital, só para falar do mais recente.
Não me move qualquer interesse pessoal, nem tão pouco sou procurador de quem quer que seja, mas deixar de fora alguém que tem pugnado pelo desenvolvimento da bioética - concorde-se ou não com as suas ideias, estilo e/ou comportamento -, parece-me um desperdício.
Sou militante do PSD, e nesta qualidade tenho o direito de questionar quais as razões para a não inclusão de tão iminente professor de bioética nas listas do PSD. Não me digam que tem a ver com o conceito de renovação das listas!! Estamos a falar de pessoas altamente experientes e dedicadas a áreas muito sensíveis e difíceis, e não de candidatos a deputados...
Repito, desconheço as razões, mas quero acreditar que foi apenas um tremendo esquecimento, uma falta de memória, que atinge os partidos em determinadas ocasiões...
Hoje apeteceu-me desabafar, usando algo que nunca pensei utilizar, ou seja, a minha condição de militante de um partido e o facto de ser ex-deputado. Mas faço-o, porque é um direito que me assiste! Estar calado? Para quê? Não é mais honesto, dizer o que pensamos? E prometo a mim mesmo que não vou ficar por aqui!
Fiz parte do último CNECV, embora reconheça não ser um especialista na matéria, preocupo-me, e muito, com problemas bioéticos. O meu contributo foi escasso e acabei mais por aprender do que propriamente “ensinar”. Foi uma experiência muito enriquecedora, e desde já agradeço a todos os membros as atenções que me propiciaram.
Apenas circunstâncias ocasionais é que me levaram a integrar o conselho. Na altura, era deputado, e aliado à minha condição de professor e às minhas preocupações humanistas, alguém se lembrou de que seria uma mais-valia. Não tanto, mas tentei cumprir com as minhas obrigações. A lista, na época, foi elaborada em conjunto com membros indicados pela coligação PSD-PP e o partido socialista. Agora não sei se foi ou não uma lista em conjunto, ou se cada partido indicou os seus nomes. Não interessa. Os eleitos são merecedores de confiança, até, porque três são professores de ética ou bioética, nos Açores, Lisboa e Coimbra. No entanto, numa leitura mais atenta, estranho não ter sido indicado, nem para suplente, um professor de bioética, neste caso da Universidade do Porto, que tinha sido indicado pelo PSD no anterior conselho, o Prof. Rui Nunes. Rui Nunes é um bioeticista dinâmico e criativo, que tem contribuído de forma muito intensa na abordagem de vários problemas éticos, dos quais se destaca, por exemplo, o caso do testamento vital, só para falar do mais recente.
Não me move qualquer interesse pessoal, nem tão pouco sou procurador de quem quer que seja, mas deixar de fora alguém que tem pugnado pelo desenvolvimento da bioética - concorde-se ou não com as suas ideias, estilo e/ou comportamento -, parece-me um desperdício.
Sou militante do PSD, e nesta qualidade tenho o direito de questionar quais as razões para a não inclusão de tão iminente professor de bioética nas listas do PSD. Não me digam que tem a ver com o conceito de renovação das listas!! Estamos a falar de pessoas altamente experientes e dedicadas a áreas muito sensíveis e difíceis, e não de candidatos a deputados...
Repito, desconheço as razões, mas quero acreditar que foi apenas um tremendo esquecimento, uma falta de memória, que atinge os partidos em determinadas ocasiões...
Hoje apeteceu-me desabafar, usando algo que nunca pensei utilizar, ou seja, a minha condição de militante de um partido e o facto de ser ex-deputado. Mas faço-o, porque é um direito que me assiste! Estar calado? Para quê? Não é mais honesto, dizer o que pensamos? E prometo a mim mesmo que não vou ficar por aqui!
4 comentários:
Some times, sentado no alpendre da minha casa, de olhar perdido no horizonte, tento perceber se da vida haverá razão, depois de se atravessar a razão da vida.
Se houver, concluo, será um purgatório a existência dessa razão se durante a vida não pautamos pela razão os nossos actos.
Será então o paraíso prometido no antigo testamento, a ausência de razão para além da razão desta vida, ou será o perfeito encontro da razão mundana com a razão universal?
É que se for somente o arrependimento de uma existência sem razão, ainda é como o outro, mas, se for de uma existência irrazoável... bom, aí o caso muda de figura...
http://www.youtube.com/watch?v=-eaaR1Ay5P0&feature=related
Para além de ser o mais honesto, meu caro Professor, é o acto devido.
Mas não é esta política, afinal, feita de infelizes esquecimentos?
O remédio para a amnésia que a partidocracia vai alimentando, é mesmo recordar que, mesmo sendo poucos, ainda há quem se disponha a por a sua capacidade, a sua competência e o seu conhecimento ao serviço do País. Esperando-se que alguém se lembre que o País não se pode dar ao luxo de desperdiçar talentos, ou a despreszar as disponibilidades dos mais preparados.
Não sei quem foi eleito. Porventura pessoas competentes e estimáveis.
Mas, se os Prof. Rui Nunes e Massano Cardoso foram preteridos, o país está, de facto, muito rico em personalidades capazes de desempenhar com competência, sabedoria e dedicação as melindrosas e e complexas funções do Conselho da Bioética.
Todavia,quando a esmola é grande, o povo desconfia...
As minhas homenagens ao Prof. Massano e ao Prof. Rui Nunes.
Meu caro amigo Pinho Cardão.
Da parte que me toca não tenho nada a lamentar, pelo contrário, estou convicto de que os eleitos são mesmo muito competentes. Apesar de ter interesse nesta área, como em muitas outras, não significa que deva estar no conselho. Não sou um especialista em bioética. A minha indignação prende-se com o facto do PSD não ter indicado o nome de uma personalidade que tem vindo a desenvolver inúmeras atividades na área da Bioética. Esse sim, é um especialista e professor da matéria com obras publicadas e iniciativas que estão na base de muitos debates e controvérsias, e que já fez parte do conselho.
Enviar um comentário