A Ministra da Saúde encontrou a única e exclusiva função com que justifica a sua existência: dar todos os dias uma conferência de imprensa sobre a Gripe A, onde diz sempre a mesma coisa e responde sempre às mesmas coisas.
Tão absorvente e prioritária é a função, que a Ministra se esqueceu de reservar as vacinas para a dita gripe, algo que os restantes países já fizeram.
Compreendo-a perfeitamente. Com os portugueses prevenidos pela vacina, como poderia ela continuar a dar conferências de imprensa?
10 comentários:
Caro Pinho Cardão
Um comentário pertinente e que me suscita as seguintes reflexões:
a) Se o Sr Procudador Geral seguisse o exemplo da Sra Ministra da Saúde tinha menos problemas de comunicação e com a comunicação do que tem; na maioria dos casos, os nossos jornalista opinam sobre quase tudo e sabem nada de quase tudo;
b) As perguntas complicadas, não se fazem se bem que um representante dos administradores hospitalares tenha vindo falar sobre o assunto: onde estão os planos de contingência, onde andam os treinos e planos para os hospitais secundários: apenas sabemos o que está previsto para a fase mais inicial da epidemia;
c) O augusto Ministério da Educação lesto a instruir como devem os professores lerem os enunciados dos exames, não opinou sobre o cenário, plausível, de fechos de algumas escolas; nem se sabe como vai ser a política: fecha escola a escola ou por zona?
d) O Minstério do Trabalho ainda não se lembrou de avisar que em caso de gripe, as faltas são justificáveis por portaria, ou os responsáveis consideram que, com as escolas fechadas os pais vão trabalhar; ou que, o facto dos filhos estarem contaminados, é necesário que os pais fiquem quietos em casa, isto para evitar contágio.
Resumindo, num momento em que, em Portugal a epidemia parece descolar, continuamos com os contactos de circunstância.
Quantos aos jornalistas, nem sim, nem não, antes pelo contrário...
Cumprimentos
João
Pinho Cardão, se a gripe atacar a Senhora Ministra - coisa que de todo não desejo, como é evidente, mas não é impossível - o que vai acontecer às conferências de imprensa?
Passarão a ser transmitidas ao vivo de um estabelecimento hospitalar, com os jornalistas devidamente mascarados?
Ou haverá outro ministro pronto para executar tão importante missão?
Mais grave de tudo, no meio disto, é que a alminha não tem o descernimento de dizer quantos dos 48 já tiveram alta, número que suspeito ser de 47...
Caro Pinho Cardão
Nem de propósito, ao meio dia foi anunciado que iam fechar uma escola em Benfica, sem mencionar onde, por se terem declarado oito casos de Gripe A, um dos quais num bébé de 18 meses.
Vamos aguardar pelo próximos desenvolvimentos
Cumprimentos
João
Se calhar a ministra tem "descernimento". Agora discernimento não tem...
Não sejam mauzinhos!
Quando for a sério (a sério em termos de pessoas atingidas e não em letalidade, já temos outro ministro da saúde. Esqueceram-se disso?
Estavam à espera de: "Hoje foi confirmado o 1027º caso de gripe A em Portugal!Com um pouco de sorte ainda pode fazer a 67ª conferência de imprensa...
Pois parece uma brincadeira mas com a tx de mortalidade que tem associada até agora podemos ter mais 5000 vitimas que relativamente a uma época de gripe normal, e isto assumindo que o nosso sistema de saúde é de primeiro mundo (se correr como no méxico, argentina ou chile o diferencial pode ir para os 10000)
Claro que estas contas podem ser todas camufladas. Afinal de contas quando foi a vaga de calor ninguém morreu de calor em Portugal.
Quem anda a brincar aos sapatos altos é Hermínio Loureiro. Para implementar acções de prevenção contra a gripe precisa de uma reunião com a ministra. Se calhar tem que ser a ministra a ir à liga dar-lhes a formação de lavagem de mãos e utilização de lenços de papeis descartáveis - até faz lembrar a estória do DVD.
O que eu acho muito intrigante não é só que seja a ministra em pessoa a ler os boletins clínicos de cada suspeito. O que me surpreende é que andem há meses, até por esse papel pessoal que a Ministra se reservou, a criar um sentimento de pavor perante a gripe, com reportagens de filme do INEM apetrechado com mascarados e espaços dignos de um bloco cirúrgico, salas blindadas nos hospitais, enfim, um drama nunca visto. E agora, que há casos confirmados, agora que parece que a gripe chegou mesmo, aqiu d'el rei que não é caso para pânico, qual quê, nem é preciso ir ao hospital, pode curar-se em casa, basta que limpe o nariz à manga e não deixe o lenço de assoar ao abandono. Então antes de chegar era perigosissima, agora afinal já não é caso para alarme? francamente, não percebo mesmo nada, mas se notarem o tom das comunicações oficiais, mudou e mudou muito!
Suzana
E vai mudar. Depois, bom, as pessoas ficam meio assarapantadas. Em França já há algum tempo que aconselham a ficar em casa, o que é perfeitamente normal, exceto nos casos mais graves, o que é natural. Na Inglaterra procede-se, neste momento, à desdramatização, em que as pessoas que já sofreram a gripe explicam o que lhes aconteceu. Há um efeito exponencial na propagação do vírus, apesar de todas as medidas que estão a ser objeto de atenção. Quando chegar a um determinado efetivo, não há hospitais, nem ambulâncias, nem nada que, praticamente a possa travar, exceto uma terapêutica precoce e a tal vacinação coletiva que ainda está um pouco longe, não muito, mas mesmo assim vai demorar um tempito. Nessa altura, os conselhos vão ser os seguintes: fiquem em casa, lavem bem as mãos, evitem contactos com multidões, não tussa nem espirra sobre o vizinho, tome a medicação prescrita pelos médicos e nos casos mais graves siga os conselhos do seu médico assistente. No fundo, não muito diferente do tratamento e dos conselhos da gripe sazonal. O problema neste caso é o facto de pessoas ficarem doentes ao mesmo tempo. Os planos de contingência estão desenhados para fazer face a este problema. Felizmente que esta gripe não é muito letal, mas que incomoda, incomoda, aliás como qualquer gripe, a única doença perante a qual não há heróis...
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