... mas não faças o que eu faço.
A posição do PSD sobre o OE para 2006 já foi muito debatida no 4R - vidé os posts de David Justino e de Pinho Cardão entre outros.
Mas o Diário de Notícias de hoje impõe-me que regresse ao assunto.
Esta notícia não é um simples furo jornalístico. É intencional e foi criada pela liderança do PSD, para responder a todos aqueles que opinaram sobre a inconsistência da posição do PSD nesta questão. E como já é habitual, o "serviço" coube a Azevedo Soares.
A notícia tem um destinatário - Manuela Ferreira Leite!
Mas, Manuela Ferreira Leite não é uma pessoa qualquer. É inadmissível que seja tratada como uma mera contabilista cuja opinião pode ser atirada para o domínio da coisa técnica.
Manuela Ferreira Leite foi a Ministra das Finanças que iniciou aquilo que o PS e José Sócrates - para o bem ou para o mal - estão hoje a continuar no OE para 2006.
E não está sozinha nesta posição. Eduardo Catroga considerou este OE globalmente positivo.
A generalidade dos economistas têm esta opinião.
A liderança do PSD não se pode esconder atrás de uma pretensa maioria de deputados que queriam votar contra.
Também Marcelo Rebelo de Sousa viveu este problema quando foi líder do PSD. Também, na altura, a maioria dos deputados queria votar contra. E então, a situação económica e financeira do País não era tão má como sucede presentemente.
O PSD não ganha credibilidade com este tipo de atitudes.
E só faz má figura quando trata Manuela Ferreira Leite, da forma que vemos no DN de hoje.
7 comentários:
Caro Vítor Reis,
Orgulhem-se da vossa diversidade e do diálogo que provoca. É perfeitamente admissível que a MFL seja tratada como os outros entenderem. Faz parte dessa diversidade.
Caro Tonibler
Será que a diversidade de opiniões legitima que se tratem as pessoas de qualquer maneira? Rebaixando-as?
Metadiálogos de Boliqueime (XII)
-- Ó, avó...
-- Sim, meu amor?...
-- Sabe o que aconteceu hoje no colégio?...
-- Não, querido, conta lá à avó...
-- Então, viraram-se para mim,e disseram: "és tu que és o neto do Cavaco, não és?..."
-- E?...
-- ... e...
-- ... e tu disseste logo que SIM, que eras um dos netinhos do homem que pôs Portugal no Pelotão da Frente dos países da C.E.E., do homem que deu a Portugal a melhor rede de estradas da Europa, do homem que transformou cada português num licenciado, no homem que transformou a Agricultura, a Indústria e os Serviços nacionais num exemplo para toda a Europa, no homem que agarrou nos hospitais e fez deles centros de repouso e lazer, do homem que limou o peso do Estado até ele ter o peso de uma pluma, do Grande Timoneiro, do amigo dos mais desfavorecidos, dos que sofriam, dos que nada tinham, daquele grande homem que tributou as fortunas para que os miseráveis não fossem tão miseráveis, que impediu que houvesse sem-abrigo, desempregados, gente sem esperança pelo país inteiro, do homem que fez do urbanismo português uma regra mundial, do Exterminador dos Corruptos, do Caçador dos Não-Pagadores de Impostos, do homem que era capaz de mandar fechar um Banco para instalar lá um lar da Terceira Idade, do HOMEM que levou a Cultura Portuguesa ainda Além da Taprobana...
-- Ai, não, vó, nada disso!!!...
-- Então, amor?...
-- (silêncio) ... eu disse que...
-- ... que...
-- ... que não conhecia, que era dos Cavacos, sim mas dos Cavacos de Fornos de Algodres... (chora) Ai, vó, eu tive tanto medo!... Se a avó visse o ar com que eles me perguntaram se era eu que era o netinho do Cavaco!!!!!!... (chora)
(cai o "naperon")
Oh Vítor, se a posição oficial é a sua então a forma de contestar é sublinhar isso. Rebaixar? Isso não existe num partido, acho eu. Amanhã é a MFL a rebaixar (mais) o Marques Mendes.
Só um reparo. Guterres precisava dos votos do PSD e Marcelo precisava de aguentar o Governo quer por desígnio nacional (o Euro), quer para possibilitar um regime de alternância que excluisse o PCP, quer porque em tempos de vacas gordas não podia ir a eleiçÕes porque o PS apanhava a maioria absoluta.
Socrates não só recusou com soberba a oferta de um pacto pela contenção do déficit como não prescisa dos votos do PSD para nada.
Aliás curiosamente algo de contrário se passou quando Marques Mendes defendeu a abstenção em relação ao programa do 2º governo de Guterres e Durão Barroso avançou com a moção de rejeição.
Caro Vitor Reis,
cada vez mais me convenço que a generalidade dos economistas do PSD, e dos outros partidos também, não percebem pevas do que fazer para obter um crescimento económico sustentado... São todos uns velhos do Restelo a olhar para o passado, e à espera de curar um tumor no cérebro a tomar UL250 (vulgo UltraLevur)!
Prova disso são os anos e anos, que já vão para décadas, de constante quebra do crescimento, quebra do poder de compra e quebra/agravamento das finanças públicas (e já agora também das privadas!).
Resumindo, venha o Miguel Beleza, venha a Manuela Ferreira Leite, venha o Eduardo Catroga, venha o Teixeira dos Santos, venha quem vier o que eles querem é manter tudo como está (ou pior) e os outros que se danem!... Com teorias destas continuamos na senda da destruição!
Ainda me lembro de uma célebre entrevista do Prof. Cavaco, quando era 1ºM, em que a jornalista (era a Judite de Sousa e foi no início dos anos 90) lhe perguntava porque é que os salários eram tão baixos e assim continuavam (falavam do salário mínimo), a sua resposta foi para mim uma evidência "...mas Judite, eu não quero ver as pessoas a ganhar pouco e com salários baixos! Para mim eu quero é ver as pessoas a ganhar bem... para eu poder ganhar mais com a cobrança dos impostos que temos! Só que isso tem que evoluir devagar...". Passaram-se todos estes anos e as coisas pouco evoluiram... só os impostos evoluíram... e para pior... de tal forma que asfixiaram as famílias (que sobrevivem graças ao crédito), o consumo, as empresas, etc. e tal.
Mas nós continuamos alegremente como uns otários a "engolir" esta conversa do défice, e que isto 'tá mau, e blá, blá, blá... Enquanto isso o comboio da Europa afasta-se e nós daqui a bocado estamos é a fazer uma zona de mercado livre com o norte de África, porque a Europa já se foi!
Caro Vitor, concordo com os nossos comentadores quando dizem que não há mal nenhum em expressar opiniões divergentes e em ver comentadas essas opiniões. Já não vejo interesse mesmo nenhum em transformar esse assunto numa grande crise, como se discordar fosse uma agressão, ainda por cima numa questão que´podia suscitar dúvidas, como suscitou dentro da própria bancada. Pessoalmente, concordo com a decisão de votar contra, mas isso não me cria qualquer animosidade por quem pense diferente e me contradiga e espero que o contrário também seja assim. E se deixássemos o palco ao PS??
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