Foi muito debatida no 4R a informação televisiva dos tumultos em França.
A propósito, o Independente, na sua última edição, entrevistou o jornalista e apresentador da RTP José Alberto Carvalho. Aqui deixo algumas das suas declarações.
Independente: As televisões francesas têm reduzido ao mínimo as imagens dos tumultos, de forma a evitar comportamentos de imitação. Concorda com esta decisão?
José Alberto Carvalho: A forma como o mundo tem evoluído leva a que nós, profissionais, coloquemos dúvidas e interrogações sobre as consequências do nosso trabalho e sobre a nossa responsabilidade.
Ind: Se os distúrbios fossem em Portugal, qual seria a atitude da RTP?
JAC: Posso ter uma resposta académica. Em Espanha, por exemplo, foi julgado um jovem que colaborou no 11 de Março. Os media sempre se referiram a ele pelas iniciais e nunca se mencionou a terra onde vivia nem se identificou a família. Os meios de comunicação portugueses resistiriam a não procurar a terra do homem, a não falar com a professora primária, a não identificar a tia, o tio, o primo?
Ind: Há então valores que estão acima do valor de informar?
JAC: O dever de informar não é um conceito absoluto. A complexidade das relações contemporâneas deve suscitar interrogações. Devemos resistir ao facilitismo…
Embora tímidas, são declarações de quem sente a necessidade de um caminho novo e que vão ao encontro de muito do que neste blog foi dito.
A propósito, o Independente, na sua última edição, entrevistou o jornalista e apresentador da RTP José Alberto Carvalho. Aqui deixo algumas das suas declarações.
Independente: As televisões francesas têm reduzido ao mínimo as imagens dos tumultos, de forma a evitar comportamentos de imitação. Concorda com esta decisão?
José Alberto Carvalho: A forma como o mundo tem evoluído leva a que nós, profissionais, coloquemos dúvidas e interrogações sobre as consequências do nosso trabalho e sobre a nossa responsabilidade.
Ind: Se os distúrbios fossem em Portugal, qual seria a atitude da RTP?
JAC: Posso ter uma resposta académica. Em Espanha, por exemplo, foi julgado um jovem que colaborou no 11 de Março. Os media sempre se referiram a ele pelas iniciais e nunca se mencionou a terra onde vivia nem se identificou a família. Os meios de comunicação portugueses resistiriam a não procurar a terra do homem, a não falar com a professora primária, a não identificar a tia, o tio, o primo?
Ind: Há então valores que estão acima do valor de informar?
JAC: O dever de informar não é um conceito absoluto. A complexidade das relações contemporâneas deve suscitar interrogações. Devemos resistir ao facilitismo…
Embora tímidas, são declarações de quem sente a necessidade de um caminho novo e que vão ao encontro de muito do que neste blog foi dito.
2 comentários:
Tiro o meu chapéu ao José Alberto Carvalho.
É como diz, Pinho Cardão,isto já é um bom caminho!
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