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sábado, 26 de novembro de 2005

Ouçam as palavras do Presidente: “multiplicai-vos!

A notícia do Expresso sobre “Sampaio exige apoios à natalidade” levou-me à procura de um artigo que escrevi em meados de 2002. A situação é muito grave e aplaudo as palavras do Senhor Presidente ao apelar a medidas que fomentem a natalidade.


Portugal sem capacidade de renovação das gerações

A estrutura demográfica de Portugal tem vindo a sofrer alterações muito significativas ao longo dos últimos decénios. As consequências dessas modificações podem ter efeitos negativos no bem-estar e desenvolvimento do país, num futuro relativamente próximo.
O envelhecimento de topo da sociedade portuguesa acelerou-se de uma forma notável, traduzindo positivamente, modificações de ordem social, cultural, económica e de saúde. Mas, o envelhecimento da população sofreu e sofre de um agravamento devido ao envelhecimento de base. Neste último caso, prende-se com a diminuição da natalidade verificada nos dois últimos decénios. É do conhecimento dos técnicos que, para manter uma estabilidade demográfica, é necessário que a taxa de fecundidade seja da ordem dos 2,1 filhos por casal; cifra mínima que permite assegurar a regeneração das gerações. A última vez que se atingiu esta cifra foi em 1982. Desde então, temos vindo a observar uma redução de tal forma preocupante que, presentemente, ronda os 1,5 a 1,6. Qual o significado desta redução? Muito simplesmente não terem nascido cerca de 700.000 indivíduos de 1982 a 2002. Se continuarmos nesta situação, e tudo aponta para que sim, as perspectivas para os próximos dois decénios traduzir-se-á num défice de mais 900.000 portugueses! A “falta” de cerca de 1.600.000 portugueses no período de 1980 a 2020 vai condicionar a vida dos nossos compatriotas. As repercussões ocorrerão a nível da segurança social, ensino, saúde e outros sectores, com naturais contornos negativos que, importa ultrapassar.
Não esqueçamos que são necessários cerca de 25 a 30 anos para produzir um adulto activo e produtivo! Compete aos responsáveis actuais a implementação de medidas que promovam a natalidade.
A redução da natalidade tem causas próximas e remotas facilmente identificáveis e que traduzem o evoluir de projectos sociais, próprios das sociedades desenvolvidas
.

Claro que não é difícil nem muito complicado fazer filhos. Mas então, porque não produzimos mais? As respostas são mais do que evidentes. Já lá vai o tempo em que um filho era um “investimento”, agora passou a ser uma “despesa”. Velhos, pobres e desesperados, ainda nos arriscamos a perder a vontade de fazer o que ainda vamos fazendo…
A talhe de foice informo que não contribui para a redução taxa de fecundidade. Contribui com três belos filhos.

6 comentários:

Massano Cardoso disse...

Pois,pois...

Tonibler disse...

Eu estou em falta. Já contribui com dois, mas estou com sérias dificuldades para fazer os 0,1 que me faltam...

Massano Cardoso disse...

É perfeitamente compreensível...

João Melo disse...

mais um apelo de Jorge "Apelos" Sampaio...bom eu ainda posso dar o meu contributo..como diria George COnstanza "MY boys can swim!"

Anthrax disse...

Parabéns Prof.! ;)

Poucos são aqueles que se lembram da questão demográfica que é na verdade, uma questão que vai influenciar tudo num país.

Lembro-me que aqui há uns anos atrás as Universidades privadas entraram em crise por estarem sobre-dimensionadas. Sem estudantes não há Universidade que resista, da mesma maneira que sem alunos não há escola que possa ser mantida aberta e sem crianças não há Sistema de Segurança Social que sobreviva no futuro.

Com uma garrafa de coca-cola tributada a 5% de IVA e um pacote de fraldas tributado a 21% de IVA, é natural que as pessoas optem pela coca-cola. Por isso, a minha contribuição está "on hold".

VR disse...

Mais uma vez o Dr. Sampaio, como antes já o fizera o Dr. Constâncio quando afirmou que afinal o maior problema do país era demográfico, descobriu o que toda a gente já sabia há mais de uma década. Descobriu a roda por assim dizer. E concerteza que achará por bem, em linha com o seu ideal socialista, substituir esses 1 600 000 portugueses que faltam por "equivalentes" brasileiros, mais baratinhos e menos dados a reivindicações, sim porque a democracia neste país foi uma conquista da geração do Dr. Sampaio, certamente que inspirado nos grandes curadores Almeida Santos e Mário Soares, e agora só resta mantê-la. Como terá já "negociado" com o seu homólogo Lula da Silva, também socialista e presidente de um país com imensas potencialidades de "progresso" (leia-se destruição por via da modernização socializante), a transferência deste contingente humano, fiscalmente interessante e indispenável para a realização daqueles trabalhos que os portugueses não querem fazer, terá já começado em força e vai continuar concerteza durante os próximos anos. Não há nada melhor do que ser Rei numa "democracia" destas. Já não é preciso "colonizar" e muito menos evangelizar, pois o a religião é inimiga do socialismo. Acaba-se com o povo da Nação e mete-se lá outro muito mais dócil, não é assim?