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quinta-feira, 24 de novembro de 2005

Falta de memória e criatividade

Todos nós conhecemos pessoas dotadas de memória excepcional. Alguns são verdadeiros especialistas em matéria de memória visual. Mas a comparação com os discos “duros” de grande capacidade não é a mais correcta. Não é preciso grande espaço para armazenar as informações. O segredo está na forma como ela “entra” no cérebro. Ou seja, o responsável é um qualquer tipo de “porteiro selectivo” que só deixa entrar certas informações, as mais relevantes. A par destes há os que deixam entrar tudo. Não têm o tal “porteiro”. Por este motivo não são selectivos, acabando por ficar inundados de informação. Mas, curiosamente, têm também algumas vantagens. Parece que são mais criativos. Ora aqui está uma boa informação para os que se queixam da falta de memória.
Não sei se os bloguistas e os habituais comentadores do 4R têm alguma falta de memória. Mas se tiverem, então está justificada a elevada criatividade dos mesmos…

8 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro Professor, já entendi porque me esqueço só de algumas coisas.
Estava errado quando pensava que era eu que fazia por esquecer. Afinal tenho um porteiro vigilante que só deixa entrar o que interessa. Não me lembro é de lhe ter dado instruções...

Tonibler disse...

Onde é que estou?

Massano Cardoso disse...

Caro Tonibler

Do lado criativo não tenho qualquer dúvida. E, provavelmente, também terá uma boa memória.

Massano Cardoso disse...

Caro Ferreira d´Almeida

Não queria mais nada. Dar instruções ao porteiro! É demasiado importante para se deixar influenciar pelo patrão...

Carlos Monteiro disse...

O que é que eu ia a dizer?...

Ah! Já sei!

No "Estudo em vermelho" de Conan Doyle, Watson trava conhecimento com Sherlock Holmes e faz uma lista das capacidades deste: História - profundo conhecedor, Quimica - idem, Criminologia- idem, e idem numa série de outras áreas que eram úteis na sua actividade profissional de investigador. Em contrapartida, Watson descobre que Holmes ignorava por completo que a Terra gravitava à volta do Sol. Holmes responde-lhe que o cérebro, ao contrário do que se diz, é limitado a absorver conhecimento, e que mais vale lá colocar informação útil e bem arrumada para ser rapidamente acessível, do que empilhar conhecimento inútil ("se a Terra girasse à volta da Lua, era igual para a minha actividade" respondeu) e tornar o cérebro num sotão desarrumado onde nunca se encontra nada.

Não deixa de ser curioso este ponto de vista, principalmente vindo de Doyle, que tinha um conhecimento enciclopédico.

Não sei se esta minha intervenção tem alguma coisa a ver com o post inicial, mas de qualquer modo já nem me lembro sobre que assunto era.

humm...

Como é que se faz para publicar um comentário?
Ah! Voilá.

Anthrax disse...

Se é falta de memória, não sei. Mas sou um bocado despistado...

Lá criatividade tenho eu, mas tem dias...

Há dias que sim. Há dias que não.

Massano Cardoso disse...

Caro cmonteiro

O seu comentário é muito interessante. Foi buscar uma personalidade genial, Sherlock Holmes que, além do mais, gostava da "coca", a qual, como sabe, tem efeitos muito especiais na memória, e na criativaidade, pelo menos ao princípio. Às tantas, o meu post não se aplica a génios nem a consumidores de "coca".
Mas pela sua falta de memória, vejo que a criatividade está em crescendo. Continue.


Caro Anthrax

Devem ser muito poucos os dias em que não tem criatividade a ajuizar pelas suas oportunas e ineteressantes intervenções.

Anthrax disse...

Oh! Não diga isso Prof. pois na maioria das vezes a minha criatividade é vista como se eu sofresse de alguma patologia psiquiátrica.

Havia de ver a cara dos moços ali na Católica aquando duma das minhas crises criativas... Agora que penso nisso, ainda não percebo muito bem porque é que eles não me perceberam. Tudo isto só porque eu defendi que os conservadores, descritos no artigo "On being Conservative" do Michael Oakeshott, eram os "hobbits" descritos no "Hobbit" e "Senhor dos Aneis" do Tolkien.

Até fiz um ensaio sobre isso e tudo, depois não deu em nada porque o tutor não percebia «um boi» de "Senhor dos Aneis". Foi deprimente.