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segunda-feira, 21 de novembro de 2005

"Altruísmo embrionário"

Hoje, no DN, Ribeiro e Castro escreveu uma crónica intitulada “ O CDS e a ética da vida”. Descreve e justifica a posição da corrente ideológica que perfilha a propósito da PMA (procriação medicamente assistida). Feita a análise, acabamos por concluir que a discórdia abrange vários pontos, mas há um que é o pomo central, sobretudo, com o projecto-lei do PSD : a permissão da investigação científica em embriões excedentários.
Foca e invoca o parecer do CNECV, realçando que comunga dos princípios do mesmo, mas não das “derrogações” contempladas. Compreendo a posição dos que se opõem a esta medida, mas não posso deixar de evidenciar que há outras (como a minha) que concordam com a experimentação em embriões, desde que se processe nas condições expressas no parecer do CNECV, as quais salvaguardam os princípios éticos.
A investigação científica e o progresso tecnológico encerram um potencial muito elevado susceptível de solucionar muito do sofrimento que atinge os seres humanos. A existência de embriões excedentários é uma realidade incontornável, mesmo que seja feito tudo no sentido de os evitar. No caso de não se vislumbrar quaisquer projectos parentais, resta-lhes a destruição pura e simples num qualquer esgoto do país. Neste caso, pergunto, até que ponto é aceitável desperdiçar tamanha fonte de vida e esperança?
Já fui um embrião. Não me lembro de o ter sido, mas também ninguém se lembra. Mas, se por qualquer razão, tivesse tido consciência da minha existência enquanto tal e me encontrasse perante uma situação de “congelamento” com um futuro garantido num esgoto, diria (não sei como!): “utilizem-me para bem da humanidade”. Seria um gesto de verdadeiro altruísmo embrionário…

3 comentários:

Anthrax disse...

Não percebo porque é que ainda ninguém comentou nada. Este é um tópico bastante polémico e dá pano para mangas.

Pessoalmente, não li o artigo do Ribeiro e Castro, mas não me surpreende que a posição defendida seja a do "ser contra" a possibilidade de se levar a cabo este tipo de investigações. Eles são sempre do contra!

Se a medida for para a frente, acho que vai muito bem. Já todos sabemos que a ciência não pára só porque alguém tem um achaque, por isso mais vale fazê-lo de uma forma transparente e com regras.

Tonibler disse...

Anthrax,

Anda por aí tanto embrião excedentário já com pernas, que por mim podem fazer aquilo que quiserem...

Anthrax disse...

Tonibler,

Pois é, "eles andem aí", daí a necessidade de haver legislação sobre a matéria.